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A ARTE DOS ORATÓRIOS

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- Tais Luso de Carvalho

Sendo o Brasil o maior país de religião católica do mundo, não é de admirar que muitas residências tivessem um oratório com seu santo de devoção. Oratório é sinônimo de fé. Unindo fé, espiritualidade e arte, temos um Museu do Oratório na cidade de Ouro Preto, Minas Gerais.

No texto do Acervo Cultural e Artístico, sobre Arte e Devoção,  há o relato de que entre as primeiras caravelas que chegaram no Brasil, em 1500, havia entre elas um oratório com a imagem de Nossa Senhora da Esperança. Mas o uso generalizado de oratórios, no Brasil, só aconteceu a partir do século 18. Oratórios são objetos que expressam a fé e a devoção da humanidade desde os tempos mais remotos e refletem a passagem do universo grandioso das igrejas para o espaço íntimo do cotidiano doméstico.

Um grande acervo de oratórios e imagens foi se formando em 1998 no Brasil, sendo que a maioria é Mineira. Um casarão do século 18, pertencente à Ordem Terceira do Carmo, no qual morou Aleijadinho durante o período em que trabalhou na Igreja do Carmo, de 1738 a 1814, hoje abriga o acervo com 163 oratórios e  300 imagens do século 17 ao século 20. É o único museu do mundo dedicado a esse tema.

A importância da coleção de oratórios, cuja influência vem do estilobarroco, rococó e neoclássico,é reconhecida em todo o mundo, o que levou o Museu do Oratório a ser frequentemente convidado a expor suas peças em eventos nacionais e internacionais de grande expressão.

O casarão foi totalmente restaurado, preservando o projeto arquitetônico original. Entre os diversos tipos de oratórios da coleção, destacam-se os do tipo bala, assim denominado pelo formato ovalado, semelhante as balas de cartucheira. O Museu do Oratório é administrado pelo Instituto Cultural Flávio Gutierrez, uma homenagem ao pai da colecionadora Angela Gutierrez, responsável pela criação do Museu. A coleção de oratórios já saiu várias vezes do Brasil. Pela primeira vez foi apresentada em Portugal, em 1994. Daí em diante levou parte de seu acervo à França, Itália, Chile, Venezuela, Inglaterra, Estados Unidos, Quito e Equador.
Vale a pena uma visita pelo vídeo - abaixo.
















Matéria ZH-cultura / Museu do Oratório, Minas Gerais



DI CAVALCANTI

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Mulher com frutas - 1932



Emiliano Augusto Cavalcanti de Albuquerque Melo nasceu no Rio de Janeiro em 6 de setembro de 1897. Após freqüentar o atelier do impressionista austríaco Georg Elpons (*1865 / 1939), Di Cavalcanti fez sua primeira exposição em 1917, São Paulo.

Ingressou na Faculdade de Direito, no Rio de Janeiro em 1916. Em 1917 transfere-se para a Faculdade em São Paulo, no Largo de São Francisco e, em 1922 desiste do curso.

Seus trabalhos ilustrativos – como caricaturista na revista Fon-Fon, cartazes e programas que manifestavam uma forte influência da Art Nouveau. Ilustra livros de autores nacionais e estrangeiros, e a recém-criada revista Guanabara.

Foi um dos idealizadores da Semana da Arte Moderna, e por sua vez, participou com suas obras. Em 1921 casou-se com a filha de um primo-irmão de seu pai, Maria.

Viajou para a França em 1923 e sua sobrevivência foi mantida como correspondente de Imprensa, Jornal da Manhã.

Conheceu, na época, na Academia Ranson, Pablo Picasso e outros ilustres representantes e obras da vanguarda européia, como de Léger, Matisse, Eric Satie, Jean Cocteau, De Chirico e outros intelectuais franceses, André Breton, Leon Paul Fargue e Miguel de Unamuno... A fase clássica de Picasso foi um de seus principais pontos de referência vindo a atingir a maturidade nos anos 40, vindo a ter uma visão de brasilidade muito própria, manifestadas em cenas suburbanas, paisagens, naturezas-mortas, e algumas poucas obras de cunho religioso.

Em 1926 volta ao Brasil e ingressa no Partido Comunista e Segue fazendo ilustrações. Criou os painéis de decoração do Teatro João Caetano no Rio de Janeiro.

Segundo o escritor Mário de Andrade, Di Cavalcanti é o mais exato pintor das coisas nacionais". Ele pinta com exatidão as coisas nossas, a cara e do povo brasileiro, da exuberância tropical, de sua sensualidade sem folclore.

Algumas frases - entre outras - de Di Cavalcanti:

...Paris pôs uma marca na minha inteligência. Foi como criar em mim uma nova natureza e o meu amor à Europa transformou meu amor à vida em amor a tudo que é civilizado. E como civilizado comecei a conhecer a minha terra.

Moço continuarei até a morte porque, além dos bens que obtenho com minha imaginação, nada mais ambiciono.

Dizem que me tornei mais comerciante que artista. Bobagens. Sou um artista... mas um homem também. Preciso de dinheiro para o homem e tempo livre para o artista. Preciso de dinheiro para minha alegria e minha tristeza.

Falece no Rio de Janeiro em 26 de outubro de 1976



A Mulata - 1956


           Mulata - 1930                    Cinco Moças de Guaratinguetá
 
Mulheres protestando / 1951


Aldeia de Pescadores - 1950


Mulata com gato / 1966
  
Natureza Morta 1982                 Natureza Morta 1966

Mulatas 1968

Pescadores 1948


Tempos Modernos - 1961


Mulata na praia - 1972

Monumento de Di Cavalcanti, por Bernardelli


O REALISTA EDWARD HOPPER

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Quarto de Hotel

Edward Hopper nasceu em 22 de Julho de 1882, na cidade de Nyack-NY, Estados Unidos.

Na década de 1930, um dos maiores pintores norte-americano, Edward Hopper já era visto como um dos gigantes da pintura americana. Sua obra consistente e incessante, foi criada em Nova Iorque onde ele vivia, com exceção de duas breves estadias na Europa.

Aos trinta anos realizou sua primeira exposição e foi um choque. Precursor da beat generation, dos hippies, dos angry men, Hopper atravessava os Estados Unidos, o Canadá e o México em busca de inspiração. E o que encontrava era a solidão da riqueza.

Dentre as principais características de sua obra, está a retratação da vida cotidiana e dos costumes da época.

Quadros terrivelmente vazios, salas voltadas para os interiores, espaços fechados, tensão psicológica das cidades nuas, como se a sociedade fosse um teatro. Edward Hopper expressava suas reflexões sobre o passado tentando mostrar a maneira individualista em que se vivia na época. Suas pinturas retratavam a desolação da vida urbana, com figuras humanas que se isolavam.

Uma luz evanescente, artificial, faz movimentar personagens quase estáticas, como se esperassem a qualquer momento um grande acontecimento. Vidas amargas, com os corpos limitados pelo esmagador processo civilizatório.

A pintura de Hopper é de um Realismo do subconsciente, que é revelado na leitura da imagem. A paciência com que trabalha no visível conduz a uma qualidade que nada tem a ver com o virtuosismo, mas muito a ver com o conhecimento.

Após olharmos para a mulher solitária sob o sol da manhã, torna-se impossível escapar ao sentimento de abandono que a cobre no seu quarto dolorosamente vazio. A exploração das sombras e efeitos de luz estão presentes em todas as telas.

Faleceu em 1967 / Nova Iorque aos 85 anos.



Domingo

Janela à noite

Morning Sun 1952
Quarto em Nova Iorque

Chop Suey 1929

Fonte:
Grandes Pintores / Derengoski
Realismo / K. Stremmel

PEDRO ALEXANDRINO / um show de Natureza-morta

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Maçãs e uvas - Pinacoteca de São Paulo

        
            - Tais Luso de Carvalho

Pedro Alexandrino nasceu na cidade de São Paulo em 1856.

Em 1939, a Exposição Nacional do Rio de janeiro concedeu seu prêmio máximo a um artista de 83 anos: Pedro Alexandrino Borges. A premiação além de um reconhecimento pelo valor do trabalho apresentado, expressava também a admiração do público e da crítica especializada por uma vida inteiramente dedicada à arte.

Com apenas 11 anos, em 1867, o garoto paulista Pedro Alexandrino iniciava-se na pintura trabalhando com Claude Joseph Barandier, artista francês. Sua primeira obra – um retrato – foi executada um ano depois, iniciando-se assim uma carreira que continuaria até 1942, ano de seu falecimento.

Durante muito tempo Pedro Alexandrino trabalhava sucessivamente com diversos outros pintores brasileiros e franceses – em decoração.

A partir de 1880, Alexandrino recebeu lições regulares de desenho com o pintor João Boaventura Cruz, e logo em seguida começou a trabalhar sozinho em decoração, restaurações, painéis e outros trabalhos de pintura.

O contato com o grande pintor Almeida Jr., com quem passou a trabalhar e estudar em 1882, foi decisivo para sua arte. Foi com o grande mestre que seu gosto pela natureza- morta se acentua, e através de sua influência que conseguiu, finalmente, uma pensão para estudar na Europa, partindo para Paris em 1896, depois de cinco anos de estudos na Imperial Academia de Belas-Artes do Rio de Janeiro.

Os longos anos de sacrifício, estudo e dedicação foram proveitosos: na Europa Alexandrino estudou na Academia Cormon e com Antoine Vallon. Expôs, com regularidade no Salon des Artiste Français e em Baden-Baden, Veneza, Versalhes e Mônaco, sendo premiado nas duas últimas. E ainda agraciado com a Legião de Honra e a comenda da Coroa da Itália, figurando como artista de mérito da Academia de Gênova.

Voltando ao Brasil, em 1913, Pedro Alexandrino passou a viver exclusivamente de seus quadros e de aulas de pintura. Entre seus alunos estavam Anita Malfatti, Tarsila do Amaral e Aldo Bonadei.

Apesar de ter sido um pintor contemporâneo ao impressionismo e de ter assistido ao desenvolvimento da arte moderna, Alexandrino manteve-se fiel à sua arte: a natureza morta, às pesquisas sobre a matéria, com sua veracidade de brilho, opacidade e relevo.

Morreu em São Paulo no ano de 1942 de broncopneumonia. Foi um dos mais destacados artistas desse gênero.


A copa - Museu Nacional de Belas Artes
Metal, cristais e abacaxi
Composição: Jarra de metal e bananas
Aspargos
Natureza-morta / coleção particular


Referências: Pintura no Brasil / Arte nos Séculos – Abril Cultural







JEAN-MICHEL BASQUIAT - VIDA E OBRA

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 Obra  'Untitled 1982' de Basquiat  foi vendida  em 2017  
por US$ 110,5 milhões  ( R$ 370 milhões) 



            
           
              - Taís Luso 

Jean Michel Basquiat nasceu em 1960, Nova York / Estados Unidos. Pintor neo-expressionista e grafiteiro norte-americano, Basquiat era filho de Gerard Jean-Baptiste Basquiat, ex-ministro do interior do Haiti que se tornou proprietário de grande escritório de contabilidade ao imigrar para os Estados Unidos e de Mathilde Andrada, de origem porto-riquenha.Era o primeiro, dos três filhos do casal, de classe média alta.
Aos três anos já desenhava caricaturas e reproduzia personagens dos desenhos animados da televisão.
Mas seu gosto pela arte se tornou coisa séria e um dos seus programas favoritas era, já aos seis anos, frequentar o Museu de Arte Moderna de Nova York, de onde tinha carteira de sócio mirim.
Uma tragédia o colocou ainda mais próximo da arte, quando aos sete anos foi atropelado e no acidente teve o baço dilacerado. Foi submetido a uma cirurgia e ficou uma temporada no hospital. Sua mãe, então lhe deu de presente um livro de anatomia - Gray's Anatomy - que teria grande influência em seu futuro de artista, revelado pelas pinturas de corpos humanos e detalhes de anatomia.
Quando seus pais se divorciaram, mudou-se com o pai e as irmãs para Porto Rico e lá viveu de 1974 a 1976. Aos 17 anos voltou a Nova York, mas não conseguiu se adaptar às escolas convencionais. Passou a frequentar a Edward R. Murrow High School mas a abandonou no final do curso. saiu de casa, e foi morar com amigos, onde passou a pintar camisetas que ele mesmo vendia nas ruas.
Com o amigo grafiteiro criou a marca SAMO que usava para espalhar as suas obras pelas paredes da cidade. Passa a viver nas ruas e a grafitar paredes, portas de casas e metrôs de Nova York.
Em pouco tempo tornou-se famoso, começou a aparecer numa TV a cabo e convidado a participar de um filme Downtown 81 investindo o dinheiro que ganhou em materiais de pintura. O filme relata um dia na vida do jovem artista à procura da sobrevivência e misturaHip-hop, New-wave e Graffiti - manifestações artísticas típicas do início da década de 80.
Daí em diante tornou-se conhecido internacionalmente como artista de vanguarda, convivendo com com Andy Warhol, com quem compartilhou forte amizade.
Começou a pintar telas que passaram a ser adquiridas e comercializadas por marchandsde Zurique, Nova York, Tóquio e Los Angeles. Passou a ser um artista consumido e recebido nos salões mais chiques e exclusivos de Nova York. Sua arte era chamada de primitivismo intelectualizado, uma tendência neo-expressionistaque retrata personagens esqueléticos, rostos apavorados e mascarados, carros, edifícios, policiais, ícones negros da música e do boxe, cenas da vida urbana, além de colagens, junto a pinceladas nervosas, rabiscos, escritas indecifráveis, sempre em cores fortes e em telas grandes.
A arte de Basquiat, chamada de primitivismo intelectualizado, quase sempre o elemento negro está retratado, em meio ao caos. Contudo, há também uma desmistificação de grandes ícones da história da arte, como a Mona Lisa que é uma figura monstruosa riscada no suporte.
O período mais criativo da curta vida de Basquiat situa-se entre 1982-1985, e coincide com a amizade com Warhol, época em que fez colagens e quadros com mensagens escritas, que lembram o graffiti do início e que o remetem às suas raízes africanas. É também o período em que começa a participar de grandes exposições.
Com a morte do amigo e protetor Andy Warhol (pop-art)em 1987, Basquiat fica abalado, perdido e debilitado, e isso se reflete na sua criação. A crítica, exigente, já não o trata com unanimidade e Basquiat responde a essas cobranças como racismo.
Vendo-se sozinho, passou a exagerar no consumo de drogas. Em 1988, de uma overdose de heroína, põe fim a uma carreira brilhante. Salientou-se como o primeiro afro-americano a ter sucesso nas artes plásticas de Nova York. Morreu nos Estados Unidos em 12 de agosto de 1988 aos 27 anos.
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Baptism - 1982

Warhol and Basquiat - 1985

Scull - 1981

boy and dog - 1982

Bird on money - 1981

head - 1981                                         Fishing - 1981                               
poison-oasis - 1981

Rice and chicken - 1982



Obras Públicas:
Osaka City Museum of Modern, Art, Japão;
Chicago Art Institute, Illinois, Estados Unidos;
Everson Museum of Art, Syracuse, Nova York, Estados Unidos;
Solomon R. Guggenheim Museum, Nova York, Estados Unidos;
Kestner-Gesellschaft, Hannover, Alemanha;
Museum Boymans-van Beuningen, Roterdão, Holanda;
Museum of Contemporary Art, Chicago, Estados Unidos;
Museum of Contemporary Art, Los Angeles, Estados Unidos;
Museum of Modern Art, Nova York, Estados Unidos;
Museum of Fine Arts, Montreal, Canadá;
Whitney Museum of American Art, Nova York, Estados Unidos.
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BEATRIZ MILHAZES E SUA OBRA CONTEMPORÂNEA

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Sinfonia Nordestina - 2008

     - Tais Luso

Beatriz Milhazes, nasceu no Rio de Janeiro em 1960. É pintora, gravadora eilustradora e professora. Iniciou-se em artes plásticas em 1980, na Escola de Artes Visuais do Parque Lage (EAV), fundada por Rubens Gerchman, em 1975. A Escola é referência nacional no ensino das artes, localizada em um parque nacional de mata Atlântica, numa casa de estilo eclético construída em 1920. Este espaço pertence à Secretaria de Estado de Cultura.
No período de 1984, no Parque Lage, aos 24 anos, participou do movimento Como vai você, Geração 80?- onde mais de 100 artistas questionaram a ditadura militar, ecomo um desabafo expressaram-sede diversas maneiras. Lá, Beatriz lecionou após ser aluna.
A cor tornou-se um elemento da maior importância na obra de Beatriz Milhazes, acompanhada de círculos – onde é a ideia central de suas obras, por onde tudo começa, interagindo com geométricos, quadrados, flores, arabescos e listras, onde a composição torna-se alegre e bela.
Vê-se em suas obras um comprometimento com a arte popular brasileira, a arte aplicada; também com o construtivismo, um movimento do início do séc. XX que baseava-se na ideia de que a arte deveria ser construída com elementos geométricos e materiais modernos, em vez de imitações.
Suas obras se impõem em qualquer ambiente, por serem muito coloridas, muitos cortes, muitos preenchimentos, muitos acontecimentos que ocorrem na trajetória de seu trabalho. É uma mistura de fauna e flora, de carnaval, de modernismo, de ornamentos, de arquitetura barroca a objetos de art-déco, lembrando intensamente os trópicos. Tudo se encontra alegremente misturados em suas colagens e conta, a artista, que sua inspiração veio muito de Mondrian, Matisse, Tarsila do Amaral e Burle Marx.
Num trabalho minucioso, Beatriz Milhazes trabalha no máximo dez obras por ano, onde a lista de espera por suas obras é grande.
Ao longo dos anos participou de Bienais em São Paulo e Veneza. Seu currículo apresenta obras nos acervos dos museus Moma, Guggrnheim e Metropolitan em Nova York; também na Fundação Calouste Gulbenkian (Lisboa) e na Fondation Cartier (Paris), Century Museum of Contemporary Art (Kanazawa, Japão), além de dezenas de coletivas desde 1983 nos Estados Unidos e em diversos países da América do Sul e Europa, como tantas outras exposições individuais em vários países.
Sua obra O Mágico, pintada em 2001,foivendida em um leilão da Sotheby’s, em Nova York (2009), por cerca de R$ 1,6 milhão; sua tela O Moderno foi comprada em Londres por R$ 1,8 milhão pela Phillips de Pury & Company. E, em 2012, a obra Meu Limão foi vendida por 2 milhões de dólares na Galeria Sotheby's.


- clique nas fotos para aumentar -
Meu Limão
Serpentina - 2003
Surface and Surface
O Mágico
Painéis no metrô de Londres - 2005
Janelas da Pinacoteca São Paulo  2008 - obra de Beatriz Milhazes
Escola Parque Lage - Rio de Janeiro

Veja mais obras no vídeo  e a Exposição em Fortaleza até 24 de Maio de 2015



AUGUSTE RODIN

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 - Tais Luso de Carvalho

Um dos maiores escultores que o mundo já viu chama-se François Auguste René Rodin que nasceu em Paris, 1840 e faleceu em Meudon em 1917 / França.

Oriundo de uma família muito pobre, foi motivo de chacota por sua falta de habilidade acadêmica, então se tornando um homem bastante reservado. Trabalhou 3 anos como pedreiro ornamental. Começou com seus desenhos profissionais aos 13 anos. Suas esculturas eram feitas em argila, gesso, mármore e bronze e tornaram-se inconfundíveis, pois Rodin desenvolveu uma técnica perfeita, para pele, músculos e expressões faciais.

Contudo, não era reconhecido pelo seu talento, e pela primeira vez, aos 18 anos, foi rejeitado pela École de Beaux-Arts de Paris.

Suas primeiras obras foram criadas em monumentos desenhados por outras pessoas, e em ateliês movimentados. Na década de 1860, muito frustrado por não ser aceita sua produção artística, sofreu um colapso emocional. Passou algum tempo num monastério, para se recuperar. Quando melhor, alugou um atelier onde começou a contratar alguns modelos.

Em 1875, Rodin visitou a Itália, onde se inspirou na arte clássica, principalmente nas obras de Michelangelo Buonarroti.

Sua perfeição era tão grande ao retratar o corpo humano e suas proporções tão exatas que, ao mostrar suas obras foi acusado de trapacear por usar molde de uma pessoa, sem esculpir o modelo.

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Sua primeira grande obra foi As Portas do Inferno / 1880. Foi planejada para ser a entrada de um museu que nunca foi construído. Parte das 200 figuras que compunham a obra feita, Rodin usou algumas de suas figuras como obra independente, como no caso de O Pensador. A obra encomendada ficou como inacabada, fato que o angustiou até o final de sua vida. As várias moldagens da estrutura foram tiradas após a morte de Rodin. A composição geral é uma espécie de recriação romântica dos Portais do Paraíso elaborados por Ghiberti para a Catedral de Florença; as figuras contorcidas e angustiadas, lembram o juízo final de Michelangelo.
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Daí em diante – 1880 -, adquiriu fama e prestígio. Passou a produzir obras famosas como: O Pensador / Os Burgueses de Calais / O Beijo / O Ídolo eterno / O Homem com o Nariz Quebrado / A Idade do Bronze / Camille Claudel / A mulher Agachada / O Anjo caído / Balzac / O Beijo / La France / Torso de uma Mulher.

Pelo seu entusiasmo pela beleza feminina adquiriu a fama de eterno sedutor. Trabalhou em seu atelier com grandes escultores, entre os quais Camille Claudel, sua famosa aluna e amante, que o retratou em A Valsa.
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Sua antiga casa, em Paris, abriga o Museu Rodin. Existe outro Museu Rodin na Filadélfia.
Mas foi por volta de 1850 que sua saúde começou a deteriorar, por causa da depressão – por causa da falta do reconhecimento artístico. Com a morte da irmã em 1862, Rodin entrou novamente para um monastério. Porém, um padre amigo, percebendo que Rodin não tinha vocação religiosa, o aconselhou a voltar a esculpir para que pudesse se recuperar. O padre chamava-se Eymard, que Rodin também o esculpiu.

A influência de Rodin para o desenvolvimento da arte moderna é extraordinário: num esforço solitário ele resgatou a escultura da inércia em que se encontrava, abrindo caminho, nesta área, para a expressão individual.


Fontes: Dic. Oxford de Arte
Grandes Artistas - Stephen Farthing


BARROCO / INTRODUÇÃO

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Igreja Santiago de Compostela
  
UM POUCO DA HISTÓRIA DO BARROCO 


O período conhecido como Barroco,  que abrange os sécs. XVII e XVIII da arte européia, pode ser encarado como um meio-termo entre a Renascença e a era moderna. Num certo sentido foi a retomada da Renascença.

Como todas as fases da arte, o Barroco passou pela conhecida sequência de ascensão,  apogeu e declínio. Mas a semelhança com a Renascença vai ainda mais longe. Os artistas do Barroco e da Renascença defrontavam-se, essencialmente, com os mesmos gêneros de tarefas e trabalhavam, predominantemente, para os mesmos clientes: a corte, a aristocracia e a Igreja.  

O Barroco foi um termo estilístico para descrever a arte que surgiu primeiro na Itália, pouco antes de 1600, florescendo até meados do séc. XVIII espalhando-se pela França, Alemanha, Áustria, Polônia, Espanha e colônias espanholas além-mar.

Em italiano e francês circulou como um sentido metafórico que significava qualquer ideia enrolada ou um processo tortuoso e intrincado de pensamento.

A sua aplicação à arte só começou na segunda metade do séc. XVIII, durante a ascensão do Neoclassicismo. Era até certo ponto um estilo em oposição aos valores clássicos.

O crítico italiano Milizia escreveu em 1797: ' o Barroco é a última palavra em bizarria; é o ridículo levado a extremos. Borromini caiu no delírio, ao passo que, na sacristia de S.Pedro, Guarini, Pozzi e Marchione adotaram o Barroco'

No séc. XIX a palavra continuou a ser usada para certos aspectos da arquitetura italiana seiscentista, embora a hostilidade para com o estilo se propagasse às outras artes e também à arte de outros países. Só depois da publicação de 'Renaissance und Barock – de H.Wölfflin, 1888, foi que o Barroco neutralizou-se para fins de história da arte, mesmo que aplicado a um período anterior – 1530 e 1630.

Apenas na Alemanha era respeitada, no resto da Europa era considerada, ainda, uma continuação aviltada da arte da Renascença.

Na Inglaterra e na América o preconceito popular contra o Barroco manteve-se até quase a II Guerra Mundial. Desde então teve aceitação - em parte - devido à disposição contemporânea em considerar qualquer estilo segundo os seus próprios méritos, em vez de julgá-lo de acordo com padrões estéticos abstratos e devido a audácia do Barroco para o gosto moderno.

Igreja de Jesus, Roma de arquitetura de Giacomo Vignola, iniciada em 1568: o uso barroco de materiais ricos e decoração com ornatos como meio de glorificação a Deus e apêlo às emoções do crente, é apresentado nestas fotos. No início a decoração era despojada e só recebeu a sua presente forma no final do séc XVII. Pinturas da cúpula e nave por Gaulli - de 1672 a 1683.



O pioneiro desta arte, torneada, ousada e cheia de rebuscamentos luxuosos foi o italiano F. Barromini no século XVII. O barroco mostrou-se não só nas artes propriamente dita, mas também na literatura e na música. O ponto alto eram os detalhes. Tudo estava de acordo com as aspirações da época, pois a soberania européia aspirava por um estilo que exaltasse seus reinos, demonstrando com isso, todo o poder que tinham. 

Notabiliza-se pelo dinamismo e movimento das formas, violentos contrastes de sombra e luz para obtenção de intensos efeitos expressivos, bastante emocionais, ora patéticos, ora suntuosos. Essa movimentação das formas dramática ou decorativa, observa-se também na arquitetura e na escultura.


O Barroco no Brasil /clique aqui
O Barroco e a Igreja Católica /aqui 

  

ART NOUVEAU

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Alphonse Mucha - Riverie 1897
       
          - Tais luso


O termo ‘Art Nouveau’ designa um estilo na arquitetura e artes aplicadas que floresceu na Europa entre a última década do século XIX e os primeiros anos do século XX. O movimento recebeu diferentes denominações em diversos países:
Arte Nova, Portuga, Art Nouveau, na França; Modern Style, na Inglaterra; Jungendstil, na Alemanha; Sezession, na Áustria; Stilo Floreale, Inglese ou Liberty, na Itália; Modernismo, na Espanha, além de outras denominações curiosas.
Art Nouveau originou-se do nome adotado pelo decorador e colecionador Samuel Bing para sua loja em Paris, inaugurada em 1898. Lá havia trabalhos dos artistas Tiffany, Henry van de Velde difundindo as novas idéias entre decoradores.
A repetição acadêmica de modelos desgastados levou os artistas a buscarem o novo, a romperem com os chamados estilos históricos como o neo-renascentismo, neogrego, neocelta, neobarroco, nei-rococó, hindu, etc., proclamando sua intenção de ser a arte do presente, a arte moderna.
Essa arte representou uma ruptura com as tradições naturalistas do século XIX; procurou unir a arte à técnica moderna e à produção industrial; e na arquitetura adotou novos materiais de construção visando unir a beleza e a funcionalidade.
Suas primeiras manifestações datam de 1880, atingindo o apogeu em 1900 - quando obteve consagração internacional. Após, entrou em declínio embora perdurasse até a Primeira Guerra Mundial.
O elemento feminino sempre esteve presente: era a mulher sensual, melancólica ou demoníaca, com forte carga erótica (vitrais de E.Grasset).
Outra das características desta arte foi a acentuada presença do artesanato ao lado das máquinas numa tentativa de integrar os interiores arquitetônicos pesados, com excessiva decoração e acúmulo de objetos, tornando, aos poucos, um lugar mais amplo e de melhor aproveitamento de espaço.
Na Espanha Antonio Gaudi trouxe uma imensa contribuição, sua arquitetura assemelhava-se à escultura: desenhou ambientes, peças de mobiliário e detalhespara suas construções, impregnado-as, às vezes, de um caráter alucinatório que o tornou alvo de admiração dos surrealistas. Outros expoentes da arquitetura desta época foram E.Vallin, H.Grimard, Louis Sullivan entre tantos outros. Foi no campo das artes plásticas que o Arte Nouveau mais se expandiu. Os principais artistas foram Eugène Grasset, Jules Chéret, Pierre Bonnard, Toulouse-Lautrec, Teophille Steinlen, Felix Vallonton, A. Mucha, Edward Munch entre tantos outros na Inglaterra, Holanda, Estados Unidos, Alemanha, Escócia, Bélgica...
Na técnica de vidro cito Emíle Gallé, cuja produção ligava-se às formas da natureza. Grande variedade de vasos e abajures, com decoração esmaltada ou em camadas superpostas em relevo formando contornos de insetos, folhas e flores de longas hastes.
Nos Estados Unidos, Tiffany enriqueceu a arte da vidraçaria fabricando vasos de linhas delgadas, elegantes e coloridos. E René Lalique deixou sua marca única, conhecida mundialmente. M.Vrubel, Klimt, Visconti deixaram suas belas marcas em murais e mosaicos, enquanto Bugatti, Gaillard e outros deram suas contribuições aos móveis decorativos.
No início do século XX os preceitos e teorias do Art Nouveau já apareciam desgastados, suas formas mal copiadas. O Art Nouveau não repudiou a industrialização, mas não sobreviveu a ela: o técnico substituiu o artesão.


Abajur Tiffany

Cartazes ilustrativos

Rua Cândido Reis / Porto, Portugal



Antoni Gaudi: Casa Mila (La Pedrera)


DE CHIRICO EM PORTO ALEGRE

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       - Tais Luso de Carvalho


As mais expressivas obras de Giorgio De Chirico, um dos gênios da pintura do século XX, encontram-se em Porto Alegre na Fundação Iberê Camargo. Esta mostra começou no mês de dezembro de 2011 e ficará até março de 2012. 

Como não podia deixar de ver, fui ao encontro de suas obras. Digo que, sendo ele um de meus artistas preferidos, tive de segurar a emoção. Não imaginei que um dia pudesse ver suas obras tão de perto. E até tocá-las com o coração... 

A exposição O Sentimento da Arquitetura– obras da Fundazione Giorgio e Isa De Chirico, mostra 45 pinturas, 11 esculturas produzidas por De Chirico, - mestre da arte metafísica entre os anos de 1950 e 1970 -, além de 66 litografias de 1930, apresentadas juntas pela primeira vez. A arquitetura é um dos motivos centrais da pintura do italiano, pioneiro do Surrealismo e criador da chamada pintura metafísica. E está presente em toda a exposição.

Diz o pintor que a arte é uma indagação sobre o que é o indivíduo moderno. Ele nos mostra como a arquitetura e o imaginário visual são formas de entender a vida – segundo Maddalena D'Alfonso, crítica italiana de arte e arquitetura e curadora dessa retrospectiva de De Chirico. Suas cidades são mostradas sob diversas formas: a cidade metafísica, a cidade renascentista, a cidade hermética e a cidade moderna, sendo a mais conhecida a cidade metafísica.

A cidade metafísica ocorreu em Florença, executada em Ferrara, um exemplo está em Musas Inquietantes. Fragmentos díspares se põem ao lado do Castelo Estense, que surge em perspectiva distorcida sobre um palco de tábuas onde se assentam misteriosas esculturas manequins.

A cidadedequiriquiana também é clássica, inspirada no mito grego e na arquitetura renascentista. Como exemplo temos O pensador.

A cidade hermética nos dá como exemplo a obra Triângulo metafísico com luva.
A cidade moderna, de praças geométricas silenciosas e melancólicas, perdidas no vazio e como à espera, onde se transfiguram os primeiros exemplos da moderna arquitetura turinense adorada por Nietzsche, imagem da cidade que veio a inspirar parte da arquitetura do século XX.

A articulação do imaginário de Chirico não se esgota na representação de espaços externos, mas também inclui cenas de interiores, apresentando cômodos com objetos como metáforas da complexidade mental e efetiva do homem moderno.

Em Os Arqueólos, por exemplo, homens compostos de relíquias da antiguidade, são os laboriosos mineradores da história e da memória, de cujas vísceras extraem para a luz os vestígios de civilizações esquecidas, que são o fundamento da nossa.

Vê-se, na obra de Chirico que há sincronia entre passado e presente, que remonta aos gregos, em cujo centro se ergue o homem de espírito e de poesia.
 
De Chirico viveu em Florença, Turim, Munique, Nova York,Ferrara e Paris, até fixar-se em Roma. De Chirico inspirou o grupo surrealista de André Breton, como o espaço surreal, onde atravessam simultaneamente o vapor de uma locomotiva e a vela homérica – diz Maddalena.

Percebe-se na sua obra que tempo e espaço estão em suspensão – como manda a metafísica. Em suas obras aflora um artista, um filósofo, um arqueólogo.

O gaúcho Iberê Camargo foi aluno do pintor em Roma, no ano de 1948, quando ganhou uma bolsa de estudos na Europa. O que aprendeu com De Chirico, foi o processo de misturar as tintas e pigmentos e de trabalhar a pintura.



Clique nas fotos para aumentar 









Mais sobre De Chirico neste blog:aqui

Fonte:
Fundação Iberê Camargo / Exposição De Chirico –
O Sentimento Da Arquitetura - Curadoria Maddalena d'Afonso


SANTOS BARROCOS / técnica da pintura

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 70 cm /  de tais luso


 - Tais Luso de Carvalho

MATERIAL:
Para peças em madeira, cerâmica ou gesso.
Goma laca indiana
Goma laca purificada
Goma laca incolor
Tinta a óleo em bisnaga nas cores variadas e bege rosto
Verniz mordente
Betume da Judéia
Aguarrás
Secante de Cobalto
Pincéis (rosto 000 / condor ) e médio e largo – chatos
Purpurina ouro velho
Folhas de ouro
Panos macios
Azulejos ou recipientes para a mistura
Secador de cabelo ou ventilador


TÉCNICA: 
- Limpe a peça com pano seco e lixe as imperfeições. 
Caso a peça seja de cerâmica, dê uma mão inicial de PVA branca para dar um fundo e deixe secar.
- Após, pinte a pele: mãos, rosto e pés com  tinta a óleo cor bege. Mas o tom da pele é algo que vai de seu gosto, experimente, modifique se achar melhor - um tom mais claro ou mais escuro.
- Se for com tinta a óleo, dilua a tinta  no secante de cobalto (pouquinho) – serve para apressar a secagem da tinta a óleo.
- Pinte as vestes com a cor (óleo) característica das vestes dos santos.
- Deixe secar bem por algum tempo. Pode usar secador de cabelo.
- Passe só nas vestes uma camada de goma laca indiana. E secar com secador de cabelo.
- Passe verniz mordente (serve para colar a folha de ouro) em alguns lugares das vestes: mangas, ombros, barra... - mas só nas vestes. Espere o ponto de aderência (grudando). Solte, então, as folhas de ouro pegando-as por baixo, pois elas marcam.
- Ajeite, de leve, com um pincel macio, só tocando no ouro. Deixe secar bem. Cerca de 1 hora.
- Passe, apenas sobre as folhas uma mão de goma laca incolor. Isso é para evitar a oxidação do ouro, para que fique sempre igual. Deixe secar.


Agora está no momento de trabalhar o rosto – o ponto forte dos santos. Você já deu a base bege, lembra?


- Faça uma mistura, suave, de um rosa com branco (é o blush) e aplique suavemente em direção às têmporas.
- Com um tom rosado contorne pinte os lábios.
- Pinte o fundo dos olhos de branco e a íris de azul ou castanho, não esquecendo da pupila preta e um foco de luz branco. Os olhos são de extrema importância.
- Contorne os olhos de um marrom escuro.
- A sobrancelha, procure fazer com a mão firme e o traço de uma só vez. Cuide para não fazer sobrancelha de perua... Santo é santo! Suba o risco e desça: santo não pode ter rosto de depressivo. Aí está o ponto mais difícil. Algum retoque, use a cor que você usou na pele como base, cubra, deixe secar e faça novamente. Sempre dá para refazer.


- Deixe secar bem. Após, passe uma vez goma laca purificada (para dar uma cor bonita). Deixe secar (essa é para dar uma cor mais natural). 
Após secar o rosto e peles, passe uma vez turmalina leitosa (para impermeabilizar totalmente quando for passar o betume). Não se assuste, ela ficará incolor ao secar. Pode usar o secador. Mas espere secar.


- Tudo seco? Rosto e vestes? Bem, pegue o betume, dissolva num pouco da aguarráz (a dosagem é importante, nem fraca, nem forte), um pincel macio, mais ou menos número 12 condor ou tigre e passe primeiro nas vestes, aos poucos. Vá retirando suavemente com uma flanela. Faça isso em toda a peça. Deixe o rosto por último e faça o mesmo. Limpe o rosto sempre no sentido para baixo, e rapidamente. Deixe o rosto e peles mais claros retirando mais o betume.

ATENÇÃO:é de gosto pessoal o envelhecimento da peça; caso queira uma peça mais envelhecida, não retire muito o betume e deixe-o mais concentrado. Eu costumo deixá-las menos envelhecidas para que se destaquem as expressões que muitos procuram: de compaixão, de esperança e de ternura.


- Tudo seco? Passe talco em toda a peça e retire com um pincel super macio! Isso é para tirar o brilho do betume.
Ficou bonito? Parabéns! Eu fiz muitas experiências até conseguir uma impermeabilização boa, sem perigo de manchar o rosto. Santos de 45 a 75 cm são os mais bonitos. E vendáveis.


 Clique e veja mais Santos aqui. 
Bom trabalho!


WILLIAM TURNER

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- Tais Luso de Carvalho

Joseph Mallord William Turner, nasceu em Londres no ano de 1775 e foi um dos mais bem-sucedidos artistas do século 19. Desde garoto demonstrou inclinação à pintura fazendo desenhos que seu pai expunha na vitrina de sua barbearia. Já aos 12 anos como aprendiz do gravador John R. Smith, coloria gravuras obtendo noções de perspectiva e aquarela. Seu enorme talento abriu-lhe as portas da Royal Academy (1789), para se aperfeiçoar.

Aos 20 anos foi contratado por uma revista – Copper Plate Magazine – para fazer ilustrações. Seu trabalho consistia em viajar pelo interior da Inglaterra, retratando velhos castelos, abadias, catedrais e paisagens. Revelou-se excelente aquarelista, preocupado, sobretudo, com os efeitos de luz. 

Apesar do processo de urbanização da Inglaterra, consequência da Revolução Industrial, Turner continuou fiel às paisagens, característica que o consagrou como um dos últimos românticos ingleses. Em 1796, quando expôs suas primeiras paisagens a óleo, foi recebido com sucesso. Em 1799 foi eleito membro da Royal Academy. O sucesso deu-lhe condições para viajar à França e à Suíça, pintando paisagens locais.
Em 1804, construiu atrás de sua casa, na Harley Street uma galeria para expôr permanentemente suas obras, transferindo-a, depois, para a Queen Ann Street. Em 1804 foi nomeado professor da Royal Academy.

IMPRESSIONISTA

Trabalhava sempre seus esboços ao ar livre, mas coloria em casa, confiando em sua memória e valendo-se de anotações valiosas. Foi em 1819 que fez uma longa viagem pela Itália, quando se familiarizou com as obras de Canaletto. Dessa viagem surgiu uma nova fase, que se prolongou até 1840: a obsessão pela luz tomou conta de suas telas.

Turner não só mostrava apenas os detalhes do local em que retratava, mas em descrever as condições atmosféricas e como elas modificavam as cenas, causando impacto emocional no espectador.

Passou a pintar muito as marinhas ou paisagens com muita água, onde a luz podia se refletir. Mal compreendido pelos seus conterrâneos foi chamado de  O pintor do branco. É dessa fase a obra  Fragata Téméraire (1839), retratada no momento em que era rebocada. 

Nessa tela, ela é de cor prata, sobre um fundo de pôr de sol e com a imensidão do mar refletindo a cena. Porém a obra foi considerada vistosa, mas sem valor.
Solteirão, transferiu-se para Chelsea, sob o nome falso de Mr Booth, afim de afastar os inoportunos. Os vizinhos julgavam-no um velho marinheiro aposentado e meio louco. 

Suas telas passaram a se constituir de vibrações de luz e movimento; pintava cataclismos cósmicos e passou a interessar-se pelo conflito dos elementos. Os contemporâneos não o compreenderam, mas para os impressionistas era um mestre, que passava a impressão instantânea registrada pela retina.

O escritor e crítico de arte John Ruskin o defendeu quando seus conterrâneos só viam o negativo em suas obras. Em Os Pintores Modernos, obra publicada em 1843, Ruskin descreve:

A tempestade de neve como uma das maiores afirmações do movimento do mar, da névoa e da luz que jamais foram retratadas numa tela.

Morreu em Londres, em 1851, deixando ao patrimônio nacional toda a sua obra: cem telas acabadas, 182 inacabadas e mais de 19.000 desenhos e aquarelas. Para compor essa coleção chegou a recusar vultosas somas, pois achava sua obra muito importante para ficar em mãos particulares. Considerava-se um patrimônio artístico. Sempre que podia comprava trabalhos que vendera quando jovem, para legá-los à Nação.

Seu grande mestre, sua maior inspiração foi Claude Lorrain. Ao deixar suas obras à Nação, exigiu que em seu testamento duas de suas obras fossem sempre expostas ao lado de duas obras de Claude Lorrain.

Ficou visto como o grande compositor plástico da luz, do espaço, do vento e dos segredos. Entendia a linguagem secreta das tempestades e das ondas. Falava com o mar e com as nuvens. Calmarias, geadas, vendavais, nevascas, tudo se transformava de uma forma visionária, com contornos imprecisos dentro da imensidão dos espaços abertos, dos turbilhões da natureza. Nele a figura humana desaparecia.

Segundo sua vontade foi sepultado na Catedral de Saint Paul, ao lado de Sir Joshua Reynolds.










fontes:
Arte Moderna - Norbert Linton 
Grandes pintores - P. Derengoski
Grandes artistas - Sextante


MURILLO – O PINTOR BARROCO

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Murillo / Bodas em Caná -1672


         - Tais Luso

Bartolomé Esteban Murillo nasceu em Sevilha, no dia 1º de janeiro de 1618 e morreu aos 64 anos, em 1682. Seu pai chamava-se Gaspar Esteban, era barbeiro. A sua mãe chamava-se Maria Pérez Murillo. Murillo era o filho número catorze. No início Murillo foi influenciado pelo seu mestre, suposto tio, Del Castillo.
Murillo talvez seja o pintor que melhor define o barroco espanhol. Após conquistar reputação com uma série de 11 pinturas sobre a vida dos santos franciscanos, feitas para o mosteiro franciscano de Sevilha, suas pinturas estão dispersas pela Espanha e outros países. Em muitos museus, também.
A maior parte de suas pinturas são cenas religiosas que apelam fortemente à piedade popular e ilustram as doutrinas da Contra-Reforma Católica, especialmente o dogma da Imaculada Conceição, seu tema favorito. Seu estilo maduro distingue-se claramente de suas primeiras obras, caracterizando-se por figuras idealizadas, formas suaves, colorido delicado e doçura de ânimo e expressão.
Ao contrário da pintura grandiloquente, rica, opulenta de Goya ou Velazquez, ele criou uma obra de cenas contidas, domésticas, pobres, infantis. Talvez por ter vivido a decadência do outrora rico Império Espanhol, que mergulhava no obscurantismo religioso.
Foi nos conventos que adquiriu um estilo caseiro, intimista, plácido, onde os eventos clássicos são situações contidas, e os Santos como quaisquer pessoas. De certa forma, democratizando a arte sacra até então conhecida.
Acabando com as cenas lancinantes de martírios, de lágrimas de granizo, de arrebatamentos místicos, de langores religiosos. Os quadros de Murillo são humanos, mas de uma luminosidade moderna. Foi arrasado pela crítica por ter embelezado a pobreza de seus modelos.
Em 1660 fundou uma Academia em Sevilha com ajuda de Valdés leal e Francisco Herrera.
Na época era o único pintor espanhol conhecido fora do país. Teve muitos assistentes e seguidores e continuou influenciando pintores até o século XIX, o qual muitos críticos o incluíram entre os maiores de todos os tempos.
Murillo casou-se em 1645 com uma jovem de Sevilha, de 22 anos, Beatriz Cabrera y Villalobos, na famosa Igreja da Madalena. Durante os dezoito anos de matrimônio tiveram nove filhos, porém morrendo quatro, da peste que assolou Sevilha em 1649.
Morreu simplesmente, fazendo uma ligação indissolúvel entre a grande arte e o mundo real dos homens. Sua morte foi devido a uma queda enquanto pintava sobre os andaimes, O Casamento de Santa Catarina, para os capuchinhos de Cádiz.
Hoje é admirado pelo realismo temático, pela leveza e fluidez das cores, sem pretensões. Suas obras estão no Museu do Prado/Madri, Museu de Belas Artes/Sevilha, Hermitage, Nacional Gallery/Londres, Museu de Ohio, Museu Nacional de Arte antiga/Lisboa, Museu do Louvre, entre outros, e muitas galerias dos Estados Unidos e da Europa. Ainda hoje, Murillo encontra-se como um dos artistas mais reconhecidos.

Murillo / Retorno do Filho Pródigo - 1667 (por volta)
Murillo / Juniper e o Mendigo - 1645 (por volta)
     Meninos, melão e uvas - 1645                                   Toilette                                                       

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Referências:
Grandes Pintores/P.R.Derengoski
Dicionário Oxford de Artes/ Martins Fontes São Paulo 2007




A ARTE DOS CEMITÉRIOS

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Cemitério Guayaquil / Equador

-Tais Luso de Carvalho 


Quando criança eu achava a arte cemiterial um pouco macabra, mas era coisa de criança. Lembro que minha entrada em cemitérios era um vapt-vupt: o tempo necessário para assistir ao sepultamento, e por obrigação! Não queria saber de olhar para nada. Mas como tudo muda no percurso de nossa vida, tudo amadurece, passei a olhar um cemitério com olhos de quem quer ver arte.

E descobri que cemitério é um lugar que pode ser belo, onde não há mais ninguém, onde não há mais respiração e nem ação; que existe apenas memória e saudades. Mas memória e arte andam juntas, silenciosas, em harmonia.

Pude entender por que no Dia dos Finados, as pessoas ficam passeando pelas ruas dos cemitérios mais conhecidos e mais belos! São nesses túmulos que a arte se mostra formosa, bela e viva.

Antigamente pessoas ilustres eram enterradas em igrejas. Pensavam que por estarem mais perto dos santos teriam garantido seu lugar ao lado do Senhor. Os cemitérios eram destinados aos desvalidos, aos enforcados e aos escravos. Essa concepção veio até 1858 quando médicos e sanitaristas da cidade de São Paulo se deram conta que a cidade estava doente, que precisavam eliminar os focos das infecções. E os ilustres enterrados nas igrejas, eram um dos focos das infecções. Então o sepultamento, o lugar físico, saiu das mãos da igreja para as mãos do Estado.

No cemitério da Consolação em São Paulo há obras magníficas, mostrando dor, sensualidade, uma estética linda e apurada de um artista como Amadeo Zani, Victor Brecheret, Francisco Leopoldo Silva, Enrico Bianchi, Julio Starace, Luigi Brizzolara, Materno Giribaldi e de Giorgio. 


Além de ver arte, descobrimos nosso passado, onde se encontram as memórias de gente ilustre como Tarsila do Amaral, Mário de Andrade, a Marquesa de Santos, Washington Luiz, Monteiro Lobato, José Bonifácio de Andrada e Silva...e tantos outros notáveis.

Hoje, já se agenda visitas monitoradas para o conhecimento da arte nos cemitérios. Isso acontece nos cemitérios da Europa, como o Pére-Lachaise, do Rigoleto e Chacarita na Argentina, no Cemitério da Santa Casa de em Porto Alegre, Consolação, em São Paulo e em muitos outros espalhados pelo mundo afora, onde a arte não se intimida, pelo contrário, acolhe.

Como podemos atestar, nem após a morte há igualdade entre as pessoas: mausoléus de mármore, ricos adornos e belíssimas esculturas - ostentadas pelos familiares -, ainda mostram que igualdade social é uma utopia. Mas este é um assunto para o meu outro blog. Aqui, quero mostrar um pouco da arte que existe nos cemitérios e não dizer que a obra é de tal família, ou o que é de quem. Quero mostrar como é viva a arte que está entre os mortos. Deixo aqui algumas obras maravilhosas da arte cemiterial!



Cemitério Recoleta 

Cemitério Recoleta, Buenos Aires

Cemitério da Consolação / São Paulo


Cemitério Bonfim / Belo Horizonte


Cemitério Municipal de Curitiba - escultor Alberto Bazzoni

Túmulo de Chopin - Cemitério Pére-Lachaise em Paris


Cemitério Pére-Lachaise

Cemitério da Santa Casa / Porto Alegre, RS

Cemitério Consolação - SP /esc. Victor Brecheret



RENASCIMENTO - PINTORES / Parte I

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Leonardo Da Vinci / A Dama com o Arminho

 - Tais Luso de Carvalho


O Renascimento foi um movimento importante, de renovação cultural e artística que se originou na Itália no séc. XIV e marcou a mudança da Idade Média para a Idade Moderna. 

Do teocentrismo Medieval - que via em Deus todas as coisas -, o homem avançou para o Humanismo, uma filosofia surgida no Renascimento e que predominou mais na Idade Moderna. Foi neste período que o homem passou a ser o centro do mundo.

O que veio a proporcionar a ocorrência do Renascimento foram a expansão do comércio pela Europa, o renascimento urbano, a ascensão dos mercadores marítimos que passaram a a viver em castelos e a incentivar e financiar os jovens artistas, tornando-se protetores das artes, e também a queda de Constantinopla, que fez muitos sábios bizantinos fugirem para o ocidente, principalmente encontrando abrigo nos castelos da Itália.

O Renascimento da Vênus / Botticelli   (+zoom)

A arte renascentista tem como características a valorização do homem, a inspiração dos modelos greco-romanos, perfeição das formas, equilíbrio e harmonia, arte para a elite da época e a volta à natureza como fonte de inspiração.

Essa mudança foi causada por uma série de fatores, nem tudo no Teocentrismo era correto; o homem descobriu que a Terra não era o centro do Universo e sim o Sol; que a Terra não era plana, e sim redonda e girava em torno de si mesma; que haviam outros povos que habitavam o planeta, não só os Europeus e Asiáticos, etc.

À busca da verdade levou o homem à pesquisa. Procurou conhecer mais o mundo em que habitava como também a si próprio. O artista, na idade Média era considerado um instrumento da manifestação divina, não tendo méritos próprios. Na Renascença o artista começa a ser valorizado como pessoa, como um criador, como gênio.

É nesse período que a arte ganha autonomia e que conquista seu próprio espaço e não é mais julgada como parte integrante da religião.

Os artistas estudam o corpo humano, procurando harmonia e perfeição nas formas e vão buscar sua inspiração nos povos greco-romanos – os que melhor trabalharam a natureza humana na antiguidade.

O público renascentista aprendeu dos autores clássicos a esperar da pintura um alto grau de fidelidade à natureza e uma busca da forma perfeita no que pretendiam ver.

A criação de Adão / Michelangelo    (+ zoom)
  Masaccio / Cristo e o Tributo (+ zoom)

Fases das artes visuais no Renascimento Italiano:

TRECENTO- 1300 a 1399 - é a transição entre a estética medieval e a renascentista.
QUATTROCENTO- 1400 a 1499 / auge do Renascimento
CINQUECENTO– 1500 A 1550 / no final deste período começa um certo cansaço e a procura por novos movimentos, novas manifestações artísticas.


ARQUITETURA

O maior exemplo da arquitetura renascentista é a Basílica de São Pedro, em Roma, construída em 1506. Bramante, seu primeiro arquiteto, projetou uma planta em forma de cruz grega, com elevada cúpula central. Mais tarde Rafael alterou-a para uma forma retangular. O projeto da cúpula foi obra de Michelangelo  mas foi somente terminada  por Giacomo Della Porta. A famosa Basílica foi consagrada em 1626 pelo Papa UrbanoVIII, após quase 150 anos de trabalhos, quando reinaram mais de vinte papas e colaboraram mais de dez arquitetos. O arquiteto e escultor Lorenzo Bornini desenhou a praça fronteira circular e a monumental colunata tendo ao centro o obelisco egípcio trazido no séc I pelo imperador Calígula. É o maior, o mais importante e o mais rico templo católico do mundo.
Suas caraterísticas são:

Uso das ordens arquitetônicas gregas.
Predomínio da horizontal sobre a vertical.
Uso de arcos, abobadas e cúpulas.
Estátuas no telhado.

Alguns artistas se destacaram: Michelangelo Buonarotti, Angelo Bramante, Bruneleschi e Alberti.

ESCULTURA

Pietá
A escultura no Renascimento volta a ser uma arte autônoma retornando às características da escultura grego e romana.
Uma das mais famosas é a Pietá, de Michelangelo, na qual há uma réplica mo Brasil na igreja São Pelegrino, em Caxias do Sul, RGS. Além de Michelangelo, outros escultores se destacaram, como Bernini, Piero Bonacolsi entre outros.

PINTORES


Giotto                                                   Giorgione - 

Van Eyck                                                  Donatello




PINTORES  DO RENASCIMENTO

Giotto/ Afrescos da Basílica de Assis,...
Leonardo da Vinci / com múltiplas habilidades, apresenta Mona Lisa... 
Michelangelo Buonarotti/ esculturas Davi, Pietà e afrescos da Capela Sistina,...
Rafael Sanzio / suas Madonas, Escola de Atenas,...
Sandro Botticelli/ O Nascimento da Vênus,...
Hieronymus Bosch / O Jardim das Delícias,...
Fra Angelico/ Anunciação,...
Masaccio / A Trindade, …
Veronese / Lucrécia,...
Donatello/ entre tantos outros das escolas de Florença, Veneza e Roma.
Giovanni Bellini/ A agonia no Horto. 1465
Botticelli/ O Nascimento de Vênus 
Donato Bramante- projeto de reconstrução da Basílica de São Pedro.
Donatello/ revolucionou a escultura para o mais puro estilo clássico.
Eyck /  pintor da corte de Felipe, Duque da Borgonha. O máximo da escola Flamenga.
Lorenzo/ Porta do Paraíso.
Giorgione /  Vida de São Francisco, Cenas da vida de Cristo - capela de Arena.
Andrea Mantegna / afrescos do palácio da da família Gonzaga.
Masaccio / afrescos igreja Santa Maria Novella e Capela Brancacci
Piero Della Francesca / 
Ticiano/ temas religiosos e Mitológicos, trabalhou para o papa Carlos V e Felipe II.
Verrocchio/ trabalhou como escultor dos Médici.
Konrad/ Cristo caminhando sobre as águas.


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A Porta do paraíso - 1452 / Lorenzo

Agonia no Horto, 1465 - Bellini

Lucrécia / Veronese


Santa Ceia - 1495 / Leonardo Da Vinci        (+ zoom)
Na pintura, Leonardo da Vinci aparece como grande destaque. Com novas técnicas, apresenta volume e, consequentemente passa a ser pintura tridimensional, com características a seguir:

Emprego da técnica Sfumato,  e o claro e escuro.
Uso da perspectiva científica.
Uso da paisagem como fundo da pintura.
As pinturas apresentam eixo central – na vertical e horizontal.
A visão da figura feminina como mulher, e não como santa.

Na verdade, o Renascimento representou muito mais do que o simples reviver da cultura clássica, significou a valorização do ser humano, a oposição ao divino e ao sobrenatural, conceitos que haviam impregnado a Idade Média. Resgatou o ser humano e sua essência.


Estudo das proporções humanas / Leonardo Da Vinci
 Mais sobre  Renascentista - 2ª PARTE:clique aqui.



fontes: A História da Arte / Duílio Battistoni Filho
             História da Arte / Kenia Pozanato e Mauriem Gauer
             História da Arte  / Graça Proença
  
  

A MULHER ATRAVÉS DA PINTURA

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- Tais Luso de Carvalho

ATRAVÉS DOS TEMPOS...  

Há milhares de anos o homem faz arte olhando o mundo ao seu redor: paisagem, animais, outros homens. E tira para si algo que tenha significado ou possa transmitir uma ideia ou sentimento. Um livro de arte é como um livro do tempo, pois nos mostra o mundo, o homem através de muitos milheiros.

O homem das cavernas não pintava paisagens, e na arte egípcia e romana elas pouco apareciam. Só no renascimento as paisagens surgem na pintura. Temas e interesses, formas e conteúdos vão se modificando ao longo do tempo, assim como o próprio homem.

Em arte tudo é transformação, porém um tema, o único que sempre esteve presente, desde o período pré-histórico, é a mulher – presente e sempre passando por transformações.

Vênus de Willendorf - Escultura de pedra.

Aprimeira mulher foi esculpida por um caçador primitivo no período pré-histórico / paleolítico superior há 40.000 anos. Atualmente se encontra no Museu de História Natural de Viena. Tem 11 cm de altura e foi esculpida em calcário Oolítico. Foi encontrada em 1908 na Áustria.



Deusa das Serpentes / Creta 1800 a.C.

Com o passar dos séculos surge a mulher de vestido longo e seios à mostra, a figura esguia da Vênus pré-histórica – Deusa da Serpente. Como é uma deusa, embora tenha corpo humano, é distante e severa na postura e no olhar. Mede 29.5 cm de altura e encontra-se no Museu Arqueológico de Heraclião / Grécia.



Retrato da Esposa / 1350 a.C - Fig Egípcia

As figuras egípcias são de uma elegância aristocrática. Essa mulher é leve, magra e com roupa. O olho de frente e o rosto de perfil; o corpo de frente, as pernas e braços de lado. Durante séculos o Egito representou dessa maneira as figuras humanas por força de uma tradição ligada a valores religiosos. Durante muito tempo a arte do Egito foi esquecida da Europa. A partir do século XIX é que a arte dos egípcios foi descoberta, passou a inspirar os artistas e ser admirada.



Vênus de Milo / séc II a.C. - Grecia

AGrécia nos deixou um mundo povoado por mulheres ideais e homens perfeitos. Na exaltação de Afrodite, a Deusa do amor e da beleza, o artista buscou a harmonia formal: graça na postura, suavidade nos contornos, proporção nas formas: livre, solta e bela. Por isso encantou gerações de artistas, inspirando o Renascimento no século XV e o Neoclassicismo no século XIX.



Flagellato e la Baccanti / séc I - Roma

A pintura romana chegou até nós graças a um terrível acontecimento: as cidades de veraneio Pompéia e Herculano ficaram por muitos séculos soterradas sob as lavas de um vulcão. Só no século XVIII é que foram descobertas as ruínas das duas cidades que guardavam, pelas lavas ressecadas, grandes exemplos da pintura romana. A arte de Pompéia guardou um caráter misterioso e particular por estar ligada a uma série de ritual que só as mulheres tinham acesso. Através dessas obras encontradas é possível imaginar como seriam as pinturas gregas e dos povos sob sua influência que se perderam no tempo e não pudemos conhecer. Embora mais realista, suas figuras são mais pesadas, as mulheres mais volumosas e menos preocupadas com os deuses.



Imperatriz Teodora / séc. I – Bizâncio


Os deuses e nobres estão distantes dos homens comuns. A lição grega aprendida pelos romanos já não interessava mais. É outra gente, outra época em contato mais estreito com o oriente. As obras desse período são frias, distantes, sagradas. Brilha mais o ouro no mosaico que o olhar dos santos. No luxo das roupas, um símbolo do poder.



Período Românico – séc XII

São raras as figuras femininas no período românico. A própria vida da mulher na sociedade medieval é apagada e reclusa, pois valores da religião cristã impregnaram todos os aspectos da vida medieval. A igreja como representante de Deus na terra tinha poderes ilimitados e assim glorifica mais o Cristo do que a Virgem. A noção do mal e do bem orienta a arte e predomina a ideia de que a mulher representa o pecado. Invariavelmente numa manifestação românica, ela é santa ou pecadora e tem o corpo maltratado. Santa ou pecadora –, mas nunca uma simples mulher.




Virgem com o Menino e os anjos / séc XIV 
Período Gótico

Lentamente vão surgindo o sorriso e a 'mulher'. Aparece aqui nesse período a riqueza das roupas, a harmonia da postura, a graça e elegância dos contornos. Nesse período a imagem da Virgem é exaltada, reabilitando a mulher que não é mais pecado e pode ser bela.
Essa obra é do artista italiano Cimabue. (afresco da igreja S. Francisco de Assisi - 1280)



O Nascimento de Vênus / séc XV - Renascimento

Em imagens religiosas ou profanas a beleza da mulher é outra vez enaltecida. Os artistas retomam a lição dos gregos. Fatores de ordem econômica e social contribuíram para uma nova visão do mundo. Dominando o conhecimento científico o homem se coloca no centro do Universo. Desvinculando-se dos laços que a atavam à religião, a arte respira um ar de liberdade e a natureza passa a ser o foco das atenções. Procura-se a harmonia, a proporção das formas. A pintura consegue dar às figuras uma ilusão de vida, de volume. E as paisagens um sentido de profundidade, graças à perspectiva. E o artista modela os rostos e os corpos femininos, buscando outra vez uma beleza ideal, a perfeição absoluta. 



Escultura Africana  / séc XX 

Aqui, já são outras as proporções e significados. É visto na arte africana, que a obra tem de corpo magro e cabeça grande demais em relação aos padrões Ocidentais. Mas isso pouco importava diante da coerência e da força expressiva que impressionava na obra. Há muito tempo a arte africana era conhecida, embora desprezada pelos europeus. Apenas no início do séc. XX, artista como Picasso buscou inspiração na África, reabilitando essa arte.




Barroco – O rapto das filhas de Leucipo 
séc. XVII - Rubens

Aqui as mulheres são loiras, gordas e sensuais, aparecendo entre espirais e arabescos. Pintura explosiva, sensual que fala ao sentido com suas figuras tão distantes das imagens sagradas de Bizâncio. E das formas do Românico. Os nus de Rubens são exuberantes.



Condessa de Howe / Gainsborough - séc XVIII

Aqui nas obras de Gainsborough, as mulheres são de uma síntese inglesa de elegância, requinte e boas maneiras. As figuras se mostram sóbrias, calmas e recatadas. Até na cor há sutileza com tonalidades de outono. O artista criou uma delicada harmonia. Nada é exaltação. Se existe alguma é no capricho das rendas. Uma graça discreta.



Mulher puxando as meias / Toulouse Lautrec – 1894

Lautrec cria uma mulher mais humana do que bela; não é mais cantada a beleza da modelo. Está muito distante dos nus de Ingrés ou da exaltação renascentista. A mulher também não é mais um símbolo religioso. Agora é focalizada sua intimidade. Um desenho forte, marcante e ágil, por vezes até caricatural, define a figura. A cor e o modelo tem menos importância. A mulher pode ser fria e triste, mas sempre vista naquilo que tem de mais humano e sofrido.



Mulher ao espelho / Picasso – 1932

Para Picasso a mulher importa pouco, a realidade também. Ambas são pretexto para uma fantasia de formas e cores. Olhando-se essa obra se procurarmos simplesmente pela mulher, não teremos resposta. Mas se procurarmos a pintura, encontraremos a riqueza das formas, a força das cores, a emoção oferecida por um desenho fluído que descreve mil espirais. É também a mulher, mas pretexto para uma festa colorida de Picasso.



Marilyn / Pop-art – Andy Warhol

Com várias nuances de cor, Marilyn virou coqueluche. A pop art começou com a apropriação de objetos que, para surtir efeito precisava multiplicar-se, nos mesmos moldes da publicidade, da imprensa e da indústria das celebridades. Este era um dos segredos. Ainda mulher, mas esquematizada, transformada em símbolo gráfico. A cultura das massas, contemporânea, a partir de 1950. Embora simplificada para facilitar a repetição e a reprodução em larga escala, essa mulher ainda é capaz de transmitir sentimentos e ideias. O que de fato muda no passo rápido da evolução e do progresso é a maneira de representá-la com as mãos da arte, universal e terna e com os olhos de cada época.



A obra depois de criada se liberta do seu autor, do lugar onde surgiu, e passa a viver autônoma no mundo da arte.







ARTE CONCEITUAL

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Merda d'artista / 1961 - Piero Manzoni 
( leia abaixo a história das Latinhas...)

 
- Tais Luso de Carvalho


ArteConceitual surgiu na década de 1960, como um desafio às classificações impostas à arte por museus e galerias. As galerias afirmavam categoricamente ao público: 
Isso é arte
Já a arte Conceitual buscava questionar a própria natureza da arte perguntando: 
O que é arte?

O primeiro a empregar a expressão arte-conceito foi o escritor e músico Henry Flynt em 1961 em meio às atividades associadas ao grupo Fluxus, de Nova Iorque, querendo dizer com isso que a arte conceitual é um tipo de arte que o material é a linguagem.

Os artistas conceituais tinham como meta popularizar a arte; fazer com que ela servisse como veículo de comunicação. A arte conceitual foi importante para debates e abriu caminhos para outros tipos de artes, como para as instalações e arte performática. 

Na  década de 60 e 70, o nome conceitual foi empregado para designar uma multiplicidade de atividades com base na linguagem, na fotografia e processos nos quais se equivaliam num embate que se efetuava entre a arte minimalista e várias práticas antiformais, num crescente radicalismo cultural e político.

Portanto a ideia e o conceito da obra era mais importante que o produto acabado. Do que a estética. Essa noção remonta a Duchamp, mas só se estabeleceu no mundo artístico a partir de 1960, quando se tornou um fenômeno internacional de grande importância. Duchamp marcou sua posição com um suporte para garrafas, uma pá de neve e um urinol, embora tenha usado esta linguagem como uma crítica à arte. Em suas obras, trocadilhos e brincadeiras estes artistas levantaram sérias questões sobre as fronteiras da arte.

Muitas iniciativas surgiam diretamente das formas de uma arte conceitual politizada, embora os envolvidos se vissem, depois do rompimento com o exercício da arte enquanto tal, totalmente desvinculados dessa esfera, em nome de um envolvimento mais prático com as mais amplas instâncias sociais.

A característica comum de toda a obra chamada e vista como conceitual não é ver o objeto, sua plástica, mas sim seu recado, a discussão de um assunto, a comunicação, passar a ideia, a interação entre o artista e o espectador. Levantar discussões e reflexões.

A obra vem para apresentar no tempo e no espaço, certas situações ou acontecimentos. Comunicação. Os artistas sentiram-se livres da representação pictórica, e declararam o processo mental como obra de arte. Nada era mais importante do que isso.

Logicamente muitos artistas apresentam obras desinteressantes, comuns, triviais do ponto de vista visual: mapas, diagramas, fitas de som e de vídeo, fotografias, textos etc.

Um exemplo conhecido é a obra Uma e Três Cadeiras, de Joseph Kosuth (Museu de Arte Moderna em Nova Iorque / 1965) que combina uma cadeira real, a fotografia da cadeira e uma definição de cadeira – dada pelo dicionário.

A abordagem de Joseph Kosut fez-se cada vez mais aguçada, forçando o ritmo em uma série de obras que se tornaram ícones da arte conceitual.

O Conceitualismo assumiu uma dupla identidade: uma arte conceitual analítica é rebaixada, como arte feita por homens brancos racionalistas, atolados no próprio modernismo que almejavam criticar. 


História das Latinhas de Manzoni


Como a arte conceitual também era uma arte que tinha por meta reagir à arte como mercadoria, o artista italiano Piero Manzoni produziu, em 1961, 90 latinhas com o rótulo de Merda d'artista. Cada lata, supostamente, continha fezes do artista e valia seu peso em ouro. Como se acreditava que,  abrindo as latas significaria destruir o valor da obra, durante muito tempo não se soube ao certo o que as latinhas continham de fato. Porém, em 2007, depois que algumas latas foram vendidas pelo valor de US$ 80 mil, o colaborador de Manzoni, Agostino Bonalumi afirmou a um jornal italiano que as latas continham gesso!


- Suporte para Garrafas - 
Duchamp foi o precursor da Arte Conceitual


- Joseph Kosuth -   
Uma cadeira real, a fotografia da cadeira e uma definição de cadeira. 


 Sindicatos Unidos contra o Racismo - 
 Gregor cullen e Redback Grafixx / 1985


Daniel Buren / Affichage sauvage - 1968


Mala de couro contendo livro, cartas, cópias fotostáticas, pequenos frascos...
Museu de Arte Moderna de Nova Iorque - 1966


Keith Arnatt / Registro de sua própria condição

Robert Rauschenberg / Factum  II - 1957



Fontes:
Movimentos da Arte Moderna - Paul Wood
Tudo sobre Arte - ed.Sextante
Dicionário Oxford de Arte



GIOTTO DI BONDONE

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Lamentação - 1303 / 1305



                     -  por Taís Luso de Carvalho                     


Giorgio Vasari conta que o talento de Giotto foi descoberto por Cimabue, que o viu desenhando um cordeiro numa pedra e levou o jovem aprendiz para Florença, a fim de educá-lo como pintor.

Uma boa medida da magnitude de suas habilidades é o fato de seus talentos terem sido reconhecidos em vida.

Dante Alighieri, por exemplo narra em uma passagem do Purgatório (1308-1321) que a fama de Cimabue foi ofuscada pela de seu jovem aluno.

Os afrecos de Giotto na Cappella degli Scrovegni, (Capela Arena) em Pádua, que narram a vida da Virgem, de Cristo e da Paixão compreendem o mais antigo trabalho a ele atribuído. Eles foram pintados entre 1305 e 1313.

Em vez de deter apenas no repertório padronizado de tipos iconográficos religiosos, Giotto assimilou elementos de gêneros de pintura estabelecidos em especial a arte bizantina, aproximando os afrescos do estilo naturalista e criando um efeito irresistível. Essa característica é imediatamente identificável no tratamento que o artísta dá aos personagens que aparecem nos vários episódios bíblicos retratados dentro da capela – eles estão imbuídos de psicologia e vida interior. Giotto permitiu que motivações e vulnerabilidades dos personagens pudessem ser sentidas pelo expectador.

A autoria dos trabalhos de Giotto feitos depois dos afrescos da Capela Arena, é motivo de debate, visto que a maior parte de sua obra, incluindo tudo o que ele produziu como pintor da Corte do Rei Roberto de Anjou, de Nápolis, se perdeu.

Entretanto a enorme Madonna (c.1310) feita para a Igreja Ognissanti e os afrescos das Capelas Bardi (c1320) são consideradas obras de Giotto.

A abrangência dos talentos de Giotto foi reconhecida por muitos. Leonardo da Vinci dizia que Giotto superou seus contemporâneos e também os artistas da Antiguidade.

Obras Primas:

Cappella degli Scrovegni – 1305 (Pádua-Itália)

Pentecostes - c.1306 – 1312 (National Gallery alondres)

Madonna de Ognissanti - c. 1310 (Galeria Uffizi - Florenza)

Apresentação de Jesus ao Templo – c.1320 (Museu Isabella Stewart Gardner).

A epifania – c. 1320 (Metropolitan Museum EUA)

Igreja da Santa Cruz – c. 1320 (Capela Peruzi - Florenza)

A Virgem e o Menino c.1320 – 1330 (Gallery of Art EUA)

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A traição de Cristo - 1304 / 1306

Adoração dos Magos - 1306

Pentecoste

A Morte da Virgem - 1310

Madonna Ognissanti - 1306





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     Referência:

501 Grandes Artistas – ed. Sextante 2009 RJ - pag 16/17

(501 Great Artists) ed. Quintessence Editions Lttd 2008 / London



ARTE DOS ÁRABES / IDADE MÉDIA

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-Tais Luso de Carvalho

Arábia foi o centro de uma notável civilização que rapidamente se difundiu pelo Oriente, criando um grande e poderoso império. Bastante influenciados pela arte cristã, os muçulmanos criaram também a sua arte;  acrescentaram novos elementos trazendo uma riqueza e um luxo diferente.

Além a influência bizantina predominante, a arte muçulmana acolheu sugestões de alguns países onde se instalou. Na Ásia não foi insensível às idéias persas. Na Espanha filtrou elementos dos visigodos germânicos que a haviam ocupado.

Dando às abóbodas feitio e construção diversa, produziram efeitos imprevistos com o sistema de estalactites, designação o qual ficaram sendo conhecidas. A decoração árabe é singularmente original pelo relevo dos seus motivos e pela inesgotável fantasia geométrica de que as compõe, revelando excepcional riqueza e criatividade.

Devido a uma cláusula especialmente expressa no Livro Sagrado Alcorão que proibia a representação de seres vivos, a pintura decorativa dos árabes só empregava temas geométricos, figuras abstratas, animais estilizados e estes, de tal modo que se tonavam muito difícil reconhecer-lhes a natureza no meio da composição em que se encontravam. As próprias linhas floreadas da escrita árabe adquiriram um alto valor decorativo.

A cerâmica também é bastante original, tendo adquirido grande fama as manufaturadas, conhecidas por majólica.

Caixa de marfim

Arabescos
A arte islâmica não é a arte de um país ou de um povo em particular; é a arte de uma civilização formada por uma combinação de circunstâncias históricas: a conquista do mundo antigo pelos árabes, a unificação forçada e que por sua vez foi invadido por vários povos estrangeiros.

O elemento árabe é provavelmente, em todos os tempos, o mais importante. Ele forneceu a base para o desenvolvimento da arte islâmica através da mensagem do islã, a língua de seu livro sagrado e a forma árabe da escrita. Esta última transformou-se na mais importante característica isolada de toda a arte islâmica, levando ao desenvolvimento de uma infinita variedade de ornamentação abstrata e de todo um sistema de abstração linear, peculiar às diversas formas de arte islâmica, que de uma maneira ou de outra poder ser reconhecida como de origem árabe.


AS MESQUITAS

Ao contrário da igreja cristã, a mesquita não é a morada de Deus, mas apenas o lugar de encontro dos fiéis, onde se pode orar em paz, com a cabeça voltada para a quibla, pedra que indica a direção de Meca.

 Mas o fator principal de sua originalidade sempre foi a religião maometana que se exprimiu, desde logo, no seu local de culto: a mesquita.

Os Templos chamados Mesquitas tiveram grande vastidão, mostrando no interior a enorme floresta de colunas superiormente ligadas por meio de arcos, mas de arcos cuja trajetória excedia as normas vulgarmente usadas até ali, com a forma de ferradura.

Uma das principais características é a ausência de espaços vazios. Os monumentos religiosos são constituídos pelas Mesquitas cujo protótipo é a de Córdoba, na Espanha, que tem oitocentos e cinquenta colunas de mármore. Em outras arquiteturas notam-se os palácios, como o de Alhambra, em Granada  mundialmente conhecido pela opulência da sua decoração interna, que torna assombrosa a  Sala dos Embaixadores.

O mais antigo templo islâmico El Acsa está em jerusalém, e foi erguido no fim do séc. VII. 

A Mesquita de Córdoba, tem mais de mil anos, e foi transformada em Catedral Católica desde a conquista da cidade pelos cristãos, no século XIII - é uma das mais belas obras da arquitetura árabe na Península Ibérica.

Reconhecida como a terceira maior Mesquita do mundo, sendo apenas  superada pelas de Meca e de Casablanca. Naquele tempo Córdoba era considerada a cidade mais próspera da Europa.

Sala dos Embaixadores / Palácio de Alhambra

Interior Mesquita Omíada - 705 / 715


Os arabescos e azulejos dão bem a nota discreta e fina da decoração árabe, onde, graças a esses pitorescos desenhos e engenhosa disposição de linhas não parece fazer falta a representação da criatura humana vedada pela religião muçulmana. A arte como a poesia, entre os árabes, deve muito à influência imaginativa dos persas. Nas cidades árabes medievais, ao contrário da maior parte das cidades européias, haviam escola, universidades e bibliotecas. Foram grandes desenvolvedores nas áreas da medicina, da filosofia, da matemática, da geometria e da arquitetura.

Arabescos árabes

refeências:
Mundo Islâmico 
Estilos Artísticos / Armando de Lucena 
Arte nos séculos

ARTE: PEQUENAS E RÁPIDAS NOÇÕES

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Pintura Paleolítica



Os pintores paleolíticos são figurativos realistas, sintéticos no desenho e na cor. A pata dianteira direita da figura do boi - na caverna de Montinac Lascaux, França - está representada de frente e nunca se insinua a aplicação de perspectiva. A pintura pré-histórica perde esse realismo visual na idade neolítica.
Um exemplo: Boi selvagem / caverna de Montinac Lascaux, França.



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Pintura Neolítica


É a primeira mudança de estilo ou de escola observada na história da pintura. Esquematizadores e geometrizadores das imagens, os neolíticos chegam a verdadeiras abstrações.
Um exemplo: Vaso mesopotâmico.



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                         Pintura Egípcia


Os egípcios distinguem-se pela elegância decorativa, predominância do desenho, desconhecimento da perspectiva científica e simplificação da forma. Usam, sistematicamente, a lei de frontalidade, como vemos no rosto, no olho e no tronco de frente.
Um exemplo: Um casal oferece sacrifícios à Ísis – painel.



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Pintura Grega

Não restaram obras originais da pintura grega antiga. Conhecemos indiretamente – decorações dos vasos de cerâmica, esculturas, referências críticas. No período clássico (serena na expressão e equilibrada na composição), é idealizada a realidade. No período helenístico, ela torna-se realista, dramática, movimentada na composição.


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                 Pintura Cristã Primitiva
  
O primitivo pintor cristão usava símbolos figurativos – peixes e âncoras - e símbolos abstratos – círculos. Por associação com o disco solar, o círculo talvez fosse Cristo. Mais tarde, atenuadas as prevenções com a estatuária pagã, tornaram-se exclusivamente realistas figurativos.
Um exemplo: Desenho numa catacumba   
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Pintura Bizantina

O mosaico foi, por excelência, a técnica de decoração mural bizantina. Difundiu-se pela Europa. A pintura, propriamente dita, exerceu-se sobretudo nos ‘íconos’, quadros religiosos pintados a encáustica.
Um exemplo: O Imperador Justiniano e sua corte / Igreja San Vitale, Ravena.

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Pintura Românica

Dominados por fortes sentimentos religiosos, os românicos eram deformadores e coloristas intensos. Eram parecidos com os expressionistas e fovistas modernos.
Um exemplo: Anjos musicistas, afresco espanhol, séc XIII.





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                         Pintura Gótica

Sob a influência das miniaturas, isto é, as ilustrações feitas à mão nos livros medievais, a pintura gótica é minuciosa e adquiria acentuado realismo. Originou-se na França. No seu realismo, está anunciando o espírito racionalista da Renascença. Estilo que se disseminou por toda a Europa Ocidental entre 1375 e 1425. Características: elegância palaciana, e o detalhamento naturalista, ligados à vida aristocrática.




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                    Pintura Renascentista Alemã

Os artistas nórdicos europeus, alemães, escandinavos, holandeses e flamengos, expressam mais a beleza visual das formas, mais adequada ao temperamento latino. Dürer é o mais típico representante da pintura renascentista no norte da Europa, onde foram atenuadas as influências dos modelos do classicismo grego.

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                              Prenúncios do Barroco

Miguel Ângelo contrariou os princípios de equilíbrio da composição, harmonia das formas e serenidade de expressão do renascimento clássico. Pela vigorosa dramaticidade do sentimento, prenuncia o Barroco, que se definirá no século XVII.



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Renascimento Italiano



O Renascimento foi um movimento importante, de renovação cultural e artística que
se originou na Itália no séc. XIV e marcou a mudança da Idade Média para a Idade Moderna. Do teocentrismo Medieval - que via em Deus todas as coisas -, o homem avançou para o Humanismo, uma filosofia surgida no Renascimento e que predominou mais na Idade Moderna. Foi neste período que o homem passou a ser o centro do mundo. Leonardo Da Vinci, Michelangelo, Rafael, Donatello, Brunelleschi e Botticelli...


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                  Pintura Rococó

Os pintores rococós refletem, nos temas e na técnica, inclusive na própria delicadeza da pincelada e na luminosidade das cores, as idéias, os sentimentos, e os hábitos da aristocracia européia do século XVIII.





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Pintura Neo-Clássica

Os neoclássicos ou acadêmicos, inspiraram-se diretamente nos modelos da antiguidade clássica greco-romana. Revivem as formas de beleza ideal da estatuária grega. São convencionais e pouco imaginativos.
David – pintor oficial de Napoleão – foi o chefe desta escola.
A Morte de Marat / 1793 – Museu Royal de Belas Artes, Bélgica.




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                              Pintura Romântica

Os românticos, chefiados por Delacroix, reagem ao convencionalismo dos acadêmicos. São imaginativos, dramáticos, movimentados e coloristas veementes. Possuíam muitos pontos de afinidades com o barroco, pelo predomínio das faculdades emocionais sobre as intelectuais, na criação artística.


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                     Pintura Realista

Os realistas, sob o comando de Gustave Courbet - 1810 / 1867 , reagem ao convencionalismo neoclássico e à emoção dos românticos. Negam a imaginação. A pintura é uma arte objetiva, destinada a fixar as coisas existentes, não as imaginadas. O pintor representa somente aquilo que vê.
Um exemplo: Peneiradoras de trigo.


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                  Pintura Cubista Analítica

Decompondo as formas num processo intelectual arbitrário, em sucessivos planos e ângulos, os cubistas pretendiam obter a representação total da estrutura dos objetos, como se os contemplássemos simultaneamente por todos os lados. Quando a decomposição se faz minuciosamente
Um exemplo: Picasso Ambroise Vollard (1867-1939) e Georges Braque 1882 / 1958, Jarra e violoncelo.




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                       Pintura Futurista

Os futuristas pretendiam expressar e não representar a velocidade, nova beleza do mundo, criada pela técnica moderna. Para evitar a impressão de imobilidade, substituíam as imagens figurativas por planos, retas e linhas, impregnadas de dinamismo e movimento.
Um exemplo: Umberto Boccioni 1882 / 1916 , Estudo para o estado d’alma.


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                                    Pintura Abstracionista Informal

No abstracionismo informal as formas e cores são espontâneas e livres, criadas muitas vezes num estado de verdadeiro automatismo psíquico. Não representam as aparências da realidade, mas expressam tensões, conflitos, ritmos impregnados da vitalidade da natureza.
Um exemplo: Vassily Kandinsky 1866 / 1944 – Estudo.


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                  Pintura Cubista Sintético

No segundo período do Cubismo, a decomposição da forma se faz de maneira sumária. Esse período denomina-se Cubismo Sintético. Reaparecem as imagens visuais, as cores são mais vivas e decorativas. São predominantes as preocupações de composição, dentro porém da geometrização das formas e obedecendo a princípios renascentistas denominados ‘Número de Ouro’.
Um exemplo: Pablo Picasso – 1881

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                   Modernismo Brasileiro

Cândido Portinari / 1903-1962, embora formado sobre princípios acadêmicos na Escola Nacional de Belas Artes, libertou-se do academismo, para marcar de versatilidade, ecletismo e inspiração popular sua extrema obra. A fase expressionista, quando fixou tipos e cenas populares, é uma das mais vigorosas, inclusive pelas intenções políticas e sociais. Figuram muitos, entre eles Tarsila do Amaral, Di Cavalcanti, Anita Mafalti...

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                        Pintura Impressionista


Para demonstrar as constantes e sutis alterações que a luz do sol produzia nas cores da natureza, modificando-as incessantemente, Claude Monet pintou a fachada da catedral de Rouen, em diferentes horas do dia. Os impressionistas afirmavam não ser a cor uma qualidade permanente dos objetos. Altera-se conforme o ângulo de incidência dos raios solares.
Um exemplo: Monet / 1840 – 1920, Catedral de Rouen.


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                            Pintura Neo-Impressionista



Pintura pós-impressionista, em voga em França entre 1886 e 1906, e cujo pioneiro foi Georges Seurat.
Neo-Impressionismo culmina o processo de diluição das formas, que se tornam simples e irisadas vibrações luminosas e coloridas.



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                             Pintura  Expressionista

Pelos paroxismos líricos e exasperação patética do desenho e da cor, que traduzem sentimentos e não sensações, Van Gogh influenciou diretamente no aparecimento do Expressionismo, a primeira grande tendência da pintura moderna, surgida entre os alemães e outros povos nórdicos europeus.
Um exemplo: Noite estrelada.



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                      Pintura Surrealista Figurativa

Na mesma linha de Salvador Dali, fusão do real com o fantástico Magritte notabiliza-se pelas qualidades técnicas do colorido expressivo e seguro desenhista. Explora o modo especial os elementos de surpresa para criar sugestões misteriosas.
Um exemplo: O Curandeiro, de René Magritte / 1898, Ismael Nery...Figuras /1926.
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                   Pintura Surrealista Abstrata

As manifestações do subconsciente podem ser expressadas por meio de formas abstratas, símbolos e signos, como na pintura de Miro, o mais típico surrealista abstrato. Sob muitos aspectos, o Surrealismo Abstrato confunde-se com o abstracionismo Informal, sobretudo nas formas do Tachismo e do Grafismo.
Um exemplo: Joan Miro / Travessia Poética.




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                      Composições Gráficas

Ao contrário dos Tachistas – que o fazem por meio de manchas - os grafistas expressam-se impulsivamente por meio de traços, linhas ou graficamente. Inspiram-se na caligrafia abstrata oriental, particularmente na chinesa. Exprimem tensões e ritmos vertiginosos.
Um exemplo: Jackson Pollock / 1912 – 1956, com Composição.


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