A ARTE DOS ORATÓRIOS
DI CAVALCANTI
Ingressou na Faculdade de Direito, no Rio de Janeiro em 1916. Em 1917 transfere-se para a Faculdade em São Paulo, no Largo de São Francisco e, em 1922 desiste do curso.
Seus trabalhos ilustrativos – como caricaturista na revista Fon-Fon, cartazes e programas que manifestavam uma forte influência da Art Nouveau. Ilustra livros de autores nacionais e estrangeiros, e a recém-criada revista Guanabara.
Foi um dos idealizadores da Semana da Arte Moderna, e por sua vez, participou com suas obras. Em 1921 casou-se com a filha de um primo-irmão de seu pai, Maria.
Viajou para a França em 1923 e sua sobrevivência foi mantida como correspondente de Imprensa, Jornal da Manhã.
Conheceu, na época, na Academia Ranson, Pablo Picasso e outros ilustres representantes e obras da vanguarda européia, como de Léger, Matisse, Eric Satie, Jean Cocteau, De Chirico e outros intelectuais franceses, André Breton, Leon Paul Fargue e Miguel de Unamuno... A fase clássica de Picasso foi um de seus principais pontos de referência vindo a atingir a maturidade nos anos 40, vindo a ter uma visão de brasilidade muito própria, manifestadas em cenas suburbanas, paisagens, naturezas-mortas, e algumas poucas obras de cunho religioso.
Em 1926 volta ao Brasil e ingressa no Partido Comunista e Segue fazendo ilustrações. Criou os painéis de decoração do Teatro João Caetano no Rio de Janeiro.
Segundo o escritor Mário de Andrade, Di Cavalcanti é o mais exato pintor das coisas nacionais". Ele pinta com exatidão as coisas nossas, a cara e do povo brasileiro, da exuberância tropical, de sua sensualidade sem folclore.
Algumas frases - entre outras - de Di Cavalcanti:
...Paris pôs uma marca na minha inteligência. Foi como criar em mim uma nova natureza e o meu amor à Europa transformou meu amor à vida em amor a tudo que é civilizado. E como civilizado comecei a conhecer a minha terra.
Moço continuarei até a morte porque, além dos bens que obtenho com minha imaginação, nada mais ambiciono.
Dizem que me tornei mais comerciante que artista. Bobagens. Sou um artista... mas um homem também. Preciso de dinheiro para o homem e tempo livre para o artista. Preciso de dinheiro para minha alegria e minha tristeza.
Falece no Rio de Janeiro em 26 de outubro de 1976


![]() |
Mulata com gato / 1966 |
Mulatas 1968
Pescadores 1948
Tempos Modernos - 1961
Mulata na praia - 1972
Monumento de Di Cavalcanti, por Bernardelli
O REALISTA EDWARD HOPPER
![]() |
Quarto de Hotel |
Na década de 1930, um dos maiores pintores norte-americano, Edward Hopper já era visto como um dos gigantes da pintura americana. Sua obra consistente e incessante, foi criada em Nova Iorque onde ele vivia, com exceção de duas breves estadias na Europa.
Aos trinta anos realizou sua primeira exposição e foi um choque. Precursor da beat generation, dos hippies, dos angry men, Hopper atravessava os Estados Unidos, o Canadá e o México em busca de inspiração. E o que encontrava era a solidão da riqueza.
Dentre as principais características de sua obra, está a retratação da vida cotidiana e dos costumes da época.
Quadros terrivelmente vazios, salas voltadas para os interiores, espaços fechados, tensão psicológica das cidades nuas, como se a sociedade fosse um teatro. Edward Hopper expressava suas reflexões sobre o passado tentando mostrar a maneira individualista em que se vivia na época. Suas pinturas retratavam a desolação da vida urbana, com figuras humanas que se isolavam.
Uma luz evanescente, artificial, faz movimentar personagens quase estáticas, como se esperassem a qualquer momento um grande acontecimento. Vidas amargas, com os corpos limitados pelo esmagador processo civilizatório.
A pintura de Hopper é de um Realismo do subconsciente, que é revelado na leitura da imagem. A paciência com que trabalha no visível conduz a uma qualidade que nada tem a ver com o virtuosismo, mas muito a ver com o conhecimento.
Após olharmos para a mulher solitária sob o sol da manhã, torna-se impossível escapar ao sentimento de abandono que a cobre no seu quarto dolorosamente vazio. A exploração das sombras e efeitos de luz estão presentes em todas as telas.
Faleceu em 1967 / Nova Iorque aos 85 anos.



Fonte:
Grandes Pintores / Derengoski
Realismo / K. Stremmel
PEDRO ALEXANDRINO / um show de Natureza-morta
- Tais Luso de Carvalho
Em 1939, a Exposição Nacional do Rio de janeiro concedeu seu prêmio máximo a um artista de 83 anos: Pedro Alexandrino Borges. A premiação além de um reconhecimento pelo valor do trabalho apresentado, expressava também a admiração do público e da crítica especializada por uma vida inteiramente dedicada à arte.
JEAN-MICHEL BASQUIAT - VIDA E OBRA
BEATRIZ MILHAZES E SUA OBRA CONTEMPORÂNEA
AUGUSTE RODIN

- Tais Luso de Carvalho
Um dos maiores escultores que o mundo já viu chama-se François Auguste René Rodin que nasceu em Paris, 1840 e faleceu em Meudon em 1917 / França.
Oriundo de uma família muito pobre, foi motivo de chacota por sua falta de habilidade acadêmica, então se tornando um homem bastante reservado. Trabalhou 3 anos como pedreiro ornamental. Começou com seus desenhos profissionais aos 13 anos. Suas esculturas eram feitas em argila, gesso, mármore e bronze e tornaram-se inconfundíveis, pois Rodin desenvolveu uma técnica perfeita, para pele, músculos e expressões faciais.
Contudo, não era reconhecido pelo seu talento, e pela primeira vez, aos 18 anos, foi rejeitado pela École de Beaux-Arts de Paris.
Suas primeiras obras foram criadas em monumentos desenhados por outras pessoas, e em ateliês movimentados. Na década de 1860, muito frustrado por não ser aceita sua produção artística, sofreu um colapso emocional. Passou algum tempo num monastério, para se recuperar. Quando melhor, alugou um atelier onde começou a contratar alguns modelos.
Em 1875, Rodin visitou a Itália, onde se inspirou na arte clássica, principalmente nas obras de Michelangelo Buonarroti.
Sua perfeição era tão grande ao retratar o corpo humano e suas proporções tão exatas que, ao mostrar suas obras foi acusado de trapacear por usar molde de uma pessoa, sem esculpir o modelo.

Sua primeira grande obra foi As Portas do Inferno / 1880. Foi planejada para ser a entrada de um museu que nunca foi construído. Parte das 200 figuras que compunham a obra feita, Rodin usou algumas de suas figuras como obra independente, como no caso de O Pensador. A obra encomendada ficou como inacabada, fato que o angustiou até o final de sua vida. As várias moldagens da estrutura foram tiradas após a morte de Rodin. A composição geral é uma espécie de recriação romântica dos Portais do Paraíso elaborados por Ghiberti para a Catedral de Florença; as figuras contorcidas e angustiadas, lembram o juízo final de Michelangelo.

Daí em diante – 1880 -, adquiriu fama e prestígio. Passou a produzir obras famosas como: O Pensador / Os Burgueses de Calais / O Beijo / O Ídolo eterno / O Homem com o Nariz Quebrado / A Idade do Bronze / Camille Claudel / A mulher Agachada / O Anjo caído / Balzac / O Beijo / La France / Torso de uma Mulher.
Pelo seu entusiasmo pela beleza feminina adquiriu a fama de eterno sedutor. Trabalhou em seu atelier com grandes escultores, entre os quais Camille Claudel, sua famosa aluna e amante, que o retratou em A Valsa.

Grandes Artistas - Stephen Farthing
BARROCO / INTRODUÇÃO
Notabiliza-se pelo dinamismo e movimento das formas, violentos contrastes de sombra e luz para obtenção de intensos efeitos expressivos, bastante emocionais, ora patéticos, ora suntuosos. Essa movimentação das formas dramática ou decorativa, observa-se também na arquitetura e na escultura.
O Barroco no Brasil /clique aqui
O Barroco e a Igreja Católica /aqui
ART NOUVEAU
- Tais luso



DE CHIRICO EM PORTO ALEGRE
SANTOS BARROCOS / técnica da pintura
MATERIAL:
Para peças em madeira, cerâmica ou gesso.
Goma laca indiana
Goma laca purificada
Goma laca incolor
Tinta a óleo em bisnaga nas cores variadas e bege rosto
Verniz mordente
Betume da Judéia
Aguarrás
Secante de Cobalto
Pincéis (rosto 000 / condor ) e médio e largo – chatos
Purpurina ouro velho
Folhas de ouro
Panos macios
Azulejos ou recipientes para a mistura
Secador de cabelo ou ventilador
TÉCNICA:
- Limpe a peça com pano seco e lixe as imperfeições.
Caso a peça seja de cerâmica, dê uma mão inicial de PVA branca para dar um fundo e deixe secar.
- Após, pinte a pele: mãos, rosto e pés com tinta a óleo cor bege. Mas o tom da pele é algo que vai de seu gosto, experimente, modifique se achar melhor - um tom mais claro ou mais escuro.
- Se for com tinta a óleo, dilua a tinta no secante de cobalto (pouquinho) – serve para apressar a secagem da tinta a óleo.
- Pinte as vestes com a cor (óleo) característica das vestes dos santos.
- Deixe secar bem por algum tempo. Pode usar secador de cabelo.
- Passe só nas vestes uma camada de goma laca indiana. E secar com secador de cabelo.
- Passe verniz mordente (serve para colar a folha de ouro) em alguns lugares das vestes: mangas, ombros, barra... - mas só nas vestes. Espere o ponto de aderência (grudando). Solte, então, as folhas de ouro pegando-as por baixo, pois elas marcam.
- Ajeite, de leve, com um pincel macio, só tocando no ouro. Deixe secar bem. Cerca de 1 hora.
- Passe, apenas sobre as folhas uma mão de goma laca incolor. Isso é para evitar a oxidação do ouro, para que fique sempre igual. Deixe secar.
Agora está no momento de trabalhar o rosto – o ponto forte dos santos. Você já deu a base bege, lembra?
- Faça uma mistura, suave, de um rosa com branco (é o blush) e aplique suavemente em direção às têmporas.
- Com um tom rosado contorne pinte os lábios.
- Pinte o fundo dos olhos de branco e a íris de azul ou castanho, não esquecendo da pupila preta e um foco de luz branco. Os olhos são de extrema importância.
- Contorne os olhos de um marrom escuro.
- A sobrancelha, procure fazer com a mão firme e o traço de uma só vez. Cuide para não fazer sobrancelha de perua... Santo é santo! Suba o risco e desça: santo não pode ter rosto de depressivo. Aí está o ponto mais difícil. Algum retoque, use a cor que você usou na pele como base, cubra, deixe secar e faça novamente. Sempre dá para refazer.
- Deixe secar bem. Após, passe uma vez goma laca purificada (para dar uma cor bonita). Deixe secar (essa é para dar uma cor mais natural).
Após secar o rosto e peles, passe uma vez turmalina leitosa (para impermeabilizar totalmente quando for passar o betume). Não se assuste, ela ficará incolor ao secar. Pode usar o secador. Mas espere secar.
- Tudo seco? Rosto e vestes? Bem, pegue o betume, dissolva num pouco da aguarráz (a dosagem é importante, nem fraca, nem forte), um pincel macio, mais ou menos número 12 condor ou tigre e passe primeiro nas vestes, aos poucos. Vá retirando suavemente com uma flanela. Faça isso em toda a peça. Deixe o rosto por último e faça o mesmo. Limpe o rosto sempre no sentido para baixo, e rapidamente. Deixe o rosto e peles mais claros retirando mais o betume.
- Tudo seco? Passe talco em toda a peça e retire com um pincel super macio! Isso é para tirar o brilho do betume.
Ficou bonito? Parabéns! Eu fiz muitas experiências até conseguir uma impermeabilização boa, sem perigo de manchar o rosto. Santos de 45 a 75 cm são os mais bonitos. E vendáveis.
WILLIAM TURNER
A tempestade de neve como uma das maiores afirmações do movimento do mar, da névoa e da luz que jamais foram retratadas numa tela.
MURILLO – O PINTOR BARROCO
A ARTE DOS CEMITÉRIOS
Cemitério Guayaquil / Equador
-Tais Luso de Carvalho
Quando criança eu achava a arte cemiterial um pouco macabra, mas era coisa de criança. Lembro que minha entrada em cemitérios era um vapt-vupt: o tempo necessário para assistir ao sepultamento, e por obrigação! Não queria saber de olhar para nada. Mas como tudo muda no percurso de nossa vida, tudo amadurece, passei a olhar um cemitério com olhos de quem quer ver arte.
E descobri que cemitério é um lugar que pode ser belo, onde não há mais ninguém, onde não há mais respiração e nem ação; que existe apenas memória e saudades. Mas memória e arte andam juntas, silenciosas, em harmonia.
Pude entender por que no Dia dos Finados, as pessoas ficam passeando pelas ruas dos cemitérios mais conhecidos e mais belos! São nesses túmulos que a arte se mostra formosa, bela e viva.
Antigamente pessoas ilustres eram enterradas em igrejas. Pensavam que por estarem mais perto dos santos teriam garantido seu lugar ao lado do Senhor. Os cemitérios eram destinados aos desvalidos, aos enforcados e aos escravos. Essa concepção veio até 1858 quando médicos e sanitaristas da cidade de São Paulo se deram conta que a cidade estava doente, que precisavam eliminar os focos das infecções. E os ilustres enterrados nas igrejas, eram um dos focos das infecções. Então o sepultamento, o lugar físico, saiu das mãos da igreja para as mãos do Estado.
No cemitério da Consolação em São Paulo há obras magníficas, mostrando dor, sensualidade, uma estética linda e apurada de um artista como Amadeo Zani, Victor Brecheret, Francisco Leopoldo Silva, Enrico Bianchi, Julio Starace, Luigi Brizzolara, Materno Giribaldi e de Giorgio.
Além de ver arte, descobrimos nosso passado, onde se encontram as memórias de gente ilustre como Tarsila do Amaral, Mário de Andrade, a Marquesa de Santos, Washington Luiz, Monteiro Lobato, José Bonifácio de Andrada e Silva...e tantos outros notáveis.
Hoje, já se agenda visitas monitoradas para o conhecimento da arte nos cemitérios. Isso acontece nos cemitérios da Europa, como o Pére-Lachaise, do Rigoleto e Chacarita na Argentina, no Cemitério da Santa Casa de em Porto Alegre, Consolação, em São Paulo e em muitos outros espalhados pelo mundo afora, onde a arte não se intimida, pelo contrário, acolhe.
Como podemos atestar, nem após a morte há igualdade entre as pessoas: mausoléus de mármore, ricos adornos e belíssimas esculturas - ostentadas pelos familiares -, ainda mostram que igualdade social é uma utopia. Mas este é um assunto para o meu outro blog. Aqui, quero mostrar um pouco da arte que existe nos cemitérios e não dizer que a obra é de tal família, ou o que é de quem. Quero mostrar como é viva a arte que está entre os mortos. Deixo aqui algumas obras maravilhosas da arte cemiterial!
RENASCIMENTO - PINTORES / Parte I
![]() |
Leonardo Da Vinci / A Dama com o Arminho |
O Renascimento foi um movimento importante, de renovação cultural e artística que se originou na Itália no séc. XIV e marcou a mudança da Idade Média para a Idade Moderna.
Do teocentrismo Medieval - que via em Deus todas as coisas -, o homem avançou para o Humanismo, uma filosofia surgida no Renascimento e que predominou mais na Idade Moderna. Foi neste período que o homem passou a ser o centro do mundo.
![]() |
O Renascimento da Vênus / Botticelli (+zoom) |
![]() |
A criação de Adão / Michelangelo (+ zoom) |
Fases das artes visuais no Renascimento Italiano:
Giovanni Bellini/ A agonia no Horto. 1465
Botticelli/ O Nascimento de Vênus
Donatello/ revolucionou a escultura para o mais puro estilo clássico.
Eyck / pintor da corte de Felipe, Duque da Borgonha. O máximo da escola Flamenga.
Lorenzo/ Porta do Paraíso.
Giorgione / Vida de São Francisco, Cenas da vida de Cristo - capela de Arena.
Andrea Mantegna / afrescos do palácio da da família Gonzaga.
Masaccio / afrescos igreja Santa Maria Novella e Capela Brancacci
Piero Della Francesca /
Ticiano/ temas religiosos e Mitológicos, trabalhou para o papa Carlos V e Felipe II.
Verrocchio/ trabalhou como escultor dos Médici.
Konrad/ Cristo caminhando sobre as águas.
A Porta do paraíso - 1452 / Lorenzo Agonia no Horto, 1465 - Bellini ![]() |
Lucrécia / Veronese Santa Ceia - 1495 / Leonardo Da Vinci (+ zoom) |
![]() |
Estudo das proporções humanas / Leonardo Da Vinci |
fontes: A História da Arte / Duílio Battistoni Filho
A MULHER ATRAVÉS DA PINTURA
Essa obra é do artista italiano Cimabue. (afresco da igreja S. Francisco de Assisi - 1280)
ARTE CONCEITUAL
- Tais Luso de Carvalho
Isso é arte.
Já a arte Conceitual buscava questionar a própria natureza da arte perguntando:
O que é arte?
A obra vem para apresentar no tempo e no espaço, certas situações ou acontecimentos. Comunicação. Os artistas sentiram-se livres da representação pictórica, e declararam o processo mental como obra de arte. Nada era mais importante do que isso.
Duchamp foi o precursor da Arte Conceitual
Uma cadeira real, a fotografia da cadeira e uma definição de cadeira.
![]() |
Robert Rauschenberg / Factum II - 1957 |
GIOTTO DI BONDONE
![]() |
Lamentação - 1303 / 1305 |
Giorgio Vasari conta que o talento de Giotto foi descoberto por Cimabue, que o viu desenhando um cordeiro numa pedra e levou o jovem aprendiz para Florença, a fim de educá-lo como pintor.
Uma boa medida da magnitude de suas habilidades é o fato de seus talentos terem sido reconhecidos em vida.
Dante Alighieri, por exemplo narra em uma passagem do Purgatório (1308-1321) que a fama de Cimabue foi ofuscada pela de seu jovem aluno.
Os afrecos de Giotto na Cappella degli Scrovegni, (Capela Arena) em Pádua, que narram a vida da Virgem, de Cristo e da Paixão compreendem o mais antigo trabalho a ele atribuído. Eles foram pintados entre 1305 e 1313.
Em vez de deter apenas no repertório padronizado de tipos iconográficos religiosos, Giotto assimilou elementos de gêneros de pintura estabelecidos em especial a arte bizantina, aproximando os afrescos do estilo naturalista e criando um efeito irresistível. Essa característica é imediatamente identificável no tratamento que o artísta dá aos personagens que aparecem nos vários episódios bíblicos retratados dentro da capela – eles estão imbuídos de psicologia e vida interior. Giotto permitiu que motivações e vulnerabilidades dos personagens pudessem ser sentidas pelo expectador.
A autoria dos trabalhos de Giotto feitos depois dos afrescos da Capela Arena, é motivo de debate, visto que a maior parte de sua obra, incluindo tudo o que ele produziu como pintor da Corte do Rei Roberto de Anjou, de Nápolis, se perdeu.
Entretanto a enorme Madonna (c.1310) feita para a Igreja Ognissanti e os afrescos das Capelas Bardi (c1320) são consideradas obras de Giotto.
A abrangência dos talentos de Giotto foi reconhecida por muitos. Leonardo da Vinci dizia que Giotto superou seus contemporâneos e também os artistas da Antiguidade.
Obras Primas:
Cappella degli Scrovegni – 1305 (Pádua-Itália)
Pentecostes - c.1306 – 1312 (National Gallery alondres)
Madonna de Ognissanti - c. 1310 (Galeria Uffizi - Florenza)
Apresentação de Jesus ao Templo – c.1320 (Museu Isabella Stewart Gardner).
A epifania – c. 1320 (Metropolitan Museum EUA)
Igreja da Santa Cruz – c. 1320 (Capela Peruzi - Florenza)
A Virgem e o Menino c.1320 – 1330 (Gallery of Art EUA)
_________________________________________________
![]() |
A traição de Cristo - 1304 / 1306 |
![]() |
Adoração dos Magos - 1306 |
_______________________________________________
Referência:
501 Grandes Artistas – ed. Sextante 2009 RJ - pag 16/17
(501 Great Artists) ed. Quintessence Editions Lttd 2008 / London
ARTE DOS ÁRABES / IDADE MÉDIA

Arábia foi o centro de uma notável civilização que rapidamente se difundiu pelo Oriente, criando um grande e poderoso império. Bastante influenciados pela arte cristã, os muçulmanos criaram também a sua arte; acrescentaram novos elementos trazendo uma riqueza e um luxo diferente.
![]() |
Caixa de marfim |
Mas o fator principal de sua originalidade sempre foi a religião maometana que se exprimiu, desde logo, no seu local de culto: a mesquita.
Os Templos chamados Mesquitas tiveram grande vastidão, mostrando no interior a enorme floresta de colunas superiormente ligadas por meio de arcos, mas de arcos cuja trajetória excedia as normas vulgarmente usadas até ali, com a forma de ferradura.
Uma das principais características é a ausência de espaços vazios. Os monumentos religiosos são constituídos pelas Mesquitas cujo protótipo é a de Córdoba, na Espanha, que tem oitocentos e cinquenta colunas de mármore. Em outras arquiteturas notam-se os palácios, como o de Alhambra, em Granada mundialmente conhecido pela opulência da sua decoração interna, que torna assombrosa a Sala dos Embaixadores.
O mais antigo templo islâmico El Acsa está em jerusalém, e foi erguido no fim do séc. VII.
A Mesquita de Córdoba, tem mais de mil anos, e foi transformada em Catedral Católica desde a conquista da cidade pelos cristãos, no século XIII - é uma das mais belas obras da arquitetura árabe na Península Ibérica.
![]() |
Interior Mesquita Omíada - 705 / 715 |
Os arabescos e azulejos dão bem a nota discreta e fina da decoração árabe, onde, graças a esses pitorescos desenhos e engenhosa disposição de linhas não parece fazer falta a representação da criatura humana vedada pela religião muçulmana. A arte como a poesia, entre os árabes, deve muito à influência imaginativa dos persas. Nas cidades árabes medievais, ao contrário da maior parte das cidades européias, haviam escola, universidades e bibliotecas. Foram grandes desenvolvedores nas áreas da medicina, da filosofia, da matemática, da geometria e da arquitetura. |
![]() |
Arabescos árabes |
Mundo Islâmico
Estilos Artísticos / Armando de Lucena
Arte nos séculos
ARTE: PEQUENAS E RÁPIDAS NOÇÕES

Os pintores paleolíticos são figurativos realistas, sintéticos no desenho e na cor. A pata dianteira direita da figura do boi - na caverna de Montinac Lascaux, França - está representada de frente e nunca se insinua a aplicação de perspectiva. A pintura pré-histórica perde esse realismo visual na idade neolítica.
Um exemplo: Boi selvagem / caverna de Montinac Lascaux, França.
Os egípcios distinguem-se pela elegância decorativa, predominância do desenho, desconhecimento da perspectiva científica e simplificação da forma. Usam, sistematicamente, a lei de frontalidade, como vemos no rosto, no olho e no tronco de frente.
Não restaram obras originais da pintura grega antiga. Conhecemos indiretamente – decorações dos vasos de cerâmica, esculturas, referências críticas. No período clássico (serena na expressão e equilibrada na composição), é idealizada a realidade. No período helenístico, ela torna-se realista, dramática, movimentada na composição.
____________________________________________________
_________________________________________________________________
Um exemplo: O Imperador Justiniano e sua corte / Igreja San Vitale, Ravena.
Dominados por fortes sentimentos religiosos, os românicos eram deformadores e coloristas intensos. Eram parecidos com os expressionistas e fovistas modernos.
Um exemplo: Anjos musicistas, afresco espanhol, séc XIII.
Sob a influência das miniaturas, isto é, as ilustrações feitas à mão nos livros medievais, a pintura gótica é minuciosa e adquiria acentuado realismo. Originou-se na França. No seu realismo, está anunciando o espírito racionalista da Renascença. Estilo que se disseminou por toda a Europa Ocidental entre 1375 e 1425. Características: elegância palaciana, e o detalhamento naturalista, ligados à vida aristocrática.
Miguel Ângelo contrariou os princípios de equilíbrio da composição, harmonia das formas e serenidade de expressão do renascimento clássico. Pela vigorosa dramaticidade do sentimento, prenuncia o Barroco, que se definirá no século XVII.

O Renascimento foi um movimento importante, de renovação cultural e artística que
se originou na Itália no séc. XIV e marcou a mudança da Idade Média para a Idade Moderna. Do teocentrismo Medieval - que via em Deus todas as coisas -, o homem avançou para o Humanismo, uma filosofia surgida no Renascimento e que predominou mais na Idade Moderna. Foi neste período que o homem passou a ser o centro do mundo. Leonardo Da Vinci, Michelangelo, Rafael, Donatello, Brunelleschi e Botticelli...
Os pintores rococós refletem, nos temas e na técnica, inclusive na própria delicadeza da pincelada e na luminosidade das cores, as idéias, os sentimentos, e os hábitos da aristocracia européia do século XVIII.
Os neoclássicos ou acadêmicos, inspiraram-se diretamente nos modelos da antiguidade clássica greco-romana. Revivem as formas de beleza ideal da estatuária grega. São convencionais e pouco imaginativos.
David – pintor oficial de Napoleão – foi o chefe desta escola.
A Morte de Marat / 1793 – Museu Royal de Belas Artes, Bélgica.
Os românticos, chefiados por Delacroix, reagem ao convencionalismo dos acadêmicos. São imaginativos, dramáticos, movimentados e coloristas veementes. Possuíam muitos pontos de afinidades com o barroco, pelo predomínio das faculdades emocionais sobre as intelectuais, na criação artística.
____________________________________________
Os futuristas pretendiam expressar e não representar a velocidade, nova beleza do mundo, criada pela técnica moderna. Para evitar a impressão de imobilidade, substituíam as imagens figurativas por planos, retas e linhas, impregnadas de dinamismo e movimento.
Um exemplo: Umberto Boccioni 1882 / 1916 , Estudo para o estado d’alma.
No abstracionismo informal as formas e cores são espontâneas e livres, criadas muitas vezes num estado de verdadeiro automatismo psíquico. Não representam as aparências da realidade, mas expressam tensões, conflitos, ritmos impregnados da vitalidade da natureza.
Um exemplo: Vassily Kandinsky 1866 / 1944 – Estudo.
No segundo período do Cubismo, a decomposição da forma se faz de maneira sumária. Esse período denomina-se Cubismo Sintético. Reaparecem as imagens visuais, as cores são mais vivas e decorativas. São predominantes as preocupações de composição, dentro porém da geometrização das formas e obedecendo a princípios renascentistas denominados ‘Número de Ouro’.
Um exemplo: Pablo Picasso – 1881
Para demonstrar as constantes e sutis alterações que a luz do sol produzia nas cores da natureza, modificando-as incessantemente, Claude Monet pintou a fachada da catedral de Rouen, em diferentes horas do dia. Os impressionistas afirmavam não ser a cor uma qualidade permanente dos objetos. Altera-se conforme o ângulo de incidência dos raios solares.
Um exemplo: Monet / 1840 – 1920, Catedral de Rouen.
Pintura pós-impressionista, em voga em França entre 1886 e 1906, e cujo pioneiro foi Georges Seurat.
Neo-Impressionismo culmina o processo de diluição das formas, que se tornam simples e irisadas vibrações luminosas e coloridas.
Pelos paroxismos líricos e exasperação patética do desenho e da cor, que traduzem sentimentos e não sensações, Van Gogh influenciou diretamente no aparecimento do Expressionismo, a primeira grande tendência da pintura moderna, surgida entre os alemães e outros povos nórdicos europeus.
Um exemplo: Noite estrelada.
Na mesma linha de Salvador Dali, fusão do real com o fantástico Magritte notabiliza-se pelas qualidades técnicas do colorido expressivo e seguro desenhista. Explora o modo especial os elementos de surpresa para criar sugestões misteriosas.
Um exemplo: O Curandeiro, de René Magritte / 1898, Ismael Nery...Figuras /1926.
As manifestações do subconsciente podem ser expressadas por meio de formas abstratas, símbolos e signos, como na pintura de Miro, o mais típico surrealista abstrato. Sob muitos aspectos, o Surrealismo Abstrato confunde-se com o abstracionismo Informal, sobretudo nas formas do Tachismo e do Grafismo.
Um exemplo: Joan Miro / Travessia Poética.
Ao contrário dos Tachistas – que o fazem por meio de manchas - os grafistas expressam-se impulsivamente por meio de traços, linhas ou graficamente. Inspiram-se na caligrafia abstrata oriental, particularmente na chinesa. Exprimem tensões e ritmos vertiginosos.
Um exemplo: Jackson Pollock / 1912 – 1956, com Composição.
______________________________________________________________