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O BARROCO E A IGREJA CATÓLICA

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Igreja Sant'Andrea al Quirinale / Lorenzo Bernini
A Igreja Católica, ao contrário dos Protestantes - que aboliram os santos de suas Igrejas - atribuiu um papel especial às artes: representar a história da religião cristã através da arte seria de maior eficácia do que contá-la. Porém os estilos artísticos da época eram estáticos, rígidos e incapazes de transmitir as novas características que a Igreja queria dar ao Catolicismo. A arte teria de contribuir para despertar uma religiosidade de cunho mais profundo.

A Igreja encontrou, então, um estilo adequado que já vinham das formas clássicas do Renascimento. Tornou o interior de suas Igrejas bem mais ricos e coloridos.

As imagens dos Santos, da Virgem Maria, do Cristo passaram a emocionar através de expressões de agonia, ternura e compaixão. Segundo um estudioso do tema 'a arte foi utilizada para propagandear em suas imagens as idéias religiosas revitalizadas e concebidas segundo o novo espírito e para transmitir sentimentos e estados de ânimo às massas devotas'.

A igreja não inventou o barroco, e sim se aproveitou das novas tendências que já vinham se desenvolvendo. O barroco pode ser considerado como a arte da Contra-Reforma. Muito luxo, colorido e ouro foram usados no interior das igrejas.

Um aspecto de muita importância do barroco é o seu caráter didático, uma vez que a maioria da população era analfabeta. O uso de imagens para reprodução da Bíblia e da vida dos Santos era um recurso poderoso para a assimilação e o entendimento. Daí tanto empenho dos papas às artes.

 Catedral de Toledo - Narciso Tomé
 Clique para zoom / Barroco brasileiro



Ordem Terceira São Francisco da Penitência / R. Janeiro


Capela dos Noviços / Recife


Clique 'AQUI' para abrir



ARTE NÃO SE LIMITA - Érico Santos

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- Bananais -

     Após ter lido um dos livros escritos pelo artista ÉricoSantos - Arte: emoção e diálogo, fisguei um dos seus textos  que achei de muita relevância.  Um texto em que o artista fala com muita propriedade, pois sua palavra é digna de crédito, pelo conceituado artista que é, atuante no mercado de Arte desde 1974, com estúdios em Porto Alegre e Milão/Itália.
    Éricorealizou inúmeras exposições individuais e bem mais de 200 exposições coletivas no Brasil, México, Estados Unidos, Espanha, França, Inglaterra e Itália, onde obteve diversos prêmios e comendas. Começou nas artes como desenhista publicitário, ilustrador e cartunista. Também formado em Direito, profissão que atuou por vários anos. Transcrevo na íntegra, seu artigo:

ARTE DEMAIS    ( por Érico Santos)

Certo domingo, li num jornal uma matéria de um especialista em decoração de interiores que versava sobre o que, atualmente, é chique ou em desuso na arrumação das paredes da casa. Estarreceu-me a afirmação de que não se deve colocar muitos quadros: numa parede grande, apenas um é suficiente para dar aquele toque de bom gosto.

Vê-se assim, como a arte é vista de formas diferentes conforme as diversas concepções de cada pessoa. No caso, esse decorador, tão imiscuído na finalidade da sua tarefa – tornar ambientes agradáveis – deturpou totalmente o propósito das obras de arte, reciclando-as para apenas quadros. A arte deixa de existir em si para se transmutar em elemento de um conjunto. Retirou-lhe o espírito para que se tornasse um corpo num ambiente. Lembrou-me, aliás, aqueles que compram livros bem encadernados, a metro, para enfeitar a estante nova.

Estarreceu-me aquele artigo, não pela ignorância artística daquele profissional, porque a falta dela é ainda, um privilégio de poucos, mas sobretudo pela insensibilidade que, aos seres de alma, não se justifica. Sua afirmativa foi grotesca porque para aquelas pessoas pouco dotadas de conhecimento artístico e, pior, sensibilidade, é um estímulo a se desfazerem de seus quadros para esvaziar as paredes. Não seria o mercado de arte o grande derrotado, mas o espírito. Os bem-dotados de alma continuarão a comprar obras de arte, porque as veem para o espírito, e não para as paredes. E se decoração é tornar ambientes agradáveis, com certeza para essas pessoas, paredes abarrotadas de quadros só lhes farão bem. Aos demais, recomendo que troquem a cada ano aquele único quadro, porque decorar só por decorar cansa, além de ter que se subjugar a modismos.

Os bons decoradores sabem o quão agradável é entrar numa casa cujos livros se amontoam nas estantes, por toda a parte, e obras de arte se acumulam com a desafetação nas paredes. Transmite instantaneamente, não apenas uma aura de bem-estar, como também um requintado estilo de vida que só os que sabem viver – e não necessitam provar nada a ninguém – conhecem.

Para concluir: não se deve quantificar o uso de uma obra de arte, assim como não se deve limitar a leitura de livros, a audiência a concertos, a assistência a peças de teatro, etc. A arte pode servir como decoração, mas subsidiariamente; assim como há quadros com o único propósito de decorar e não são vistos como obras de arte pelo seu usuário. Porém, se o autor da matéria não se referiu a quadros como obras de arte, retiro tudo o que foi dito. Nesse caso será que uma bela moldura vazia, solitária, no meio de parede, não cumpriria sua finalidade?

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Arte: emoção e diálogo / Érico Santos – Porto Alegre: Uniprom 1999. pág 19

Chaleira e cuia sobre pelegos


Cena urbana / Bric da Redenção - Porto Alegre
Parque Farroupilha - Porto Alegre
Casa Cor 2014 / São Paulo - Sig Bergamin

FERNANDO BOTERO E AS 'DORES DA COLÔMBIA'

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El Desfile / 2000
- Tais Luso de Carvalho



É impactante a exposição de Fernando Botero 'As Dores da Colômbia' que visitei em Porto Alegre no Centro Cultural Erico Verissimo. 
Fernando Botero (nasceu em Medellín, 19 de abril de 1932), é um dos artistas em atividade  mais prestigiados no mundo. Botero não é apenas o criador dos famosos, inconfundíveis e simpáticos gordinhos, representados nas suas pinturas, desenhos e esculturas; é mais; é um artista que se propôs a doar várias obras ao Museu Nacional da Colômbia para registrar as dores de seu país, dores que ninguém fica indiferente; a barbárie, a crueldade premeditada, a dor profunda do ser humano quando acossado e oprimido, quando é arrancada sua liberdade e seus direitos, sejam por guerrilhas, narcotráfico, manobras políticas ou pelos grupos paramilitares acontecidos na década de 1990.

'Não vou fazer negócio com a dor da Colômbia', declarou Botero ao anunciar, no ano de 2000, a sua decisão de doar esta coleção de obras ao Museu, Instituição que há muito tem sido objeto de sua generosidade. Com essa série de obras o artista não tem a pretensão de pôr fim ao conflito. O olhar do artista é compassivo e solidário, não almeja a mobilização, porque não acredita nela. Quer apenas chamar a atenção do mundo e 'dar seu testemunho' - como afirma.

'O material de sua triste leitura são massacres reais noticiados em todo o mundo. Aprisionamentos, corpos abatidos após o combate, lágrimas e sangue. O silêncio domina e o pesar é resignado. As cenas são como flagrantes individuais escolhidos em meio a uma tragédia que está por toda a parte e cuja extensão não é possível alcançar. Sobre suas vítimas Botero lança suas vibrantes cores, criando um contraditório e dramático material'. (Centro Cultural CEEE Erico Verissimo).

'Sou contra a arte como arma de combate. Mas em vista do drama que atinge a Colômbia senti a obrigação de deixar um registro sobre um momento irracional de nossa história'. (Botero)

Botero não tem a preocupação em pintar coisas especiais, mas de transformar a realidade em arte. E assim é. Estas obras expostas no Centro Cultural Erico Verissimo – que fica até 8 de março de 2012 -, mostram sob vários ângulos uma história impossível de ocultar e de esquecer. O mesmo se viu em obras de Goya (Desastres da Guerra) e Picasso (Guernica), o relato, para não esquecer do horror.

Apesar de Botero ter deixado sua terra natal há mais de 40 anos, mostra-se conectado ao seu país pintando não só seu lado agradável, mas também o que foi o lado terrível e violento. Cada quadro marca uma história, um lado peculiar e intimidador da violência que deságua na dor mais profunda do ser humano: perdas de filhos massacrados diante da mãe, esquartejamentos, fuzilamentos diante da família, atos no mais alto grau de violência e que a impiedade pode alcançar.

Esta exposição, que seguirá à outras cidades e países, é composta de 25 pinturas, 36 desenhos e 6 aquarelas. Todas as obras foram doadas em 2004 e 2005 e já percorreu cidades europeias e latino-americanas.

Esta exposição ficará em Porto Alegre até o dia 8 de março de 2012. Vale uma visita: além de vermos características plásticas próprias da obra de Botero, servirá para uma reflexão. E poder sentir, quem sabe, os horrores; a que ponto chegamos e o que somos capazes de fazer à nossa própria espécie.


Estes quadros são uma forma de repudiar a violência. (Botero)

Madre e hijo / 2000

Viva la Muerte / 2001

El Cazador / 1999

Matanza de los inocentes / 1999

El Masacre / 2000

Una Madre / 2001



Masacre en Colombia / 2000

Motosierra / 2004

Botero e as 'Dores da Colômbia'


Tais - junto ao painel da entrada
Mais sobre Botero e vídeo aqui, neste blog.


Fontes:
Algumas fotos e material  me foram enviadas, gentilmente, pelo  jornalista Paulo Camargo do Centro Cultural CEEE Erico Verissimo. Meus agradecimentos.
Fotos:Reprodução / divulgação do Museu Nacional da Colômbia
Patrocínios:
Grupo Bradesco Seguros
Aori Produções Culturais
Museu Nacional da Colômbia



HISTÓRIA DE NOTRE - DAME / PARIS

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Veja o vídeo até o final - interior da Catedral

Porta de entrada








CATEDRAL DE NOTRE-DAME - VÍDEO COMPLETO

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Agradeço a querida  amiga de Portugal  Maria Caiano Azevedo (Mariazita)  que, a meu pedido,  teve o carinho  de passar para vídeo essa bela matéria (com os devidos créditos no final)  sobre  a Catedral de  Notre-Dame, um dos  principais símbolos  de Paris e da Igreja Católica. Um beijo,  amiga.


Blog de Mariazita: A Casa da Mariquinhas

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MICHELANGELO MERESI DA CARAVAGGIO

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A cabeça de  Medusa / 1597  (Galeria Uffizi  - Florença)



    - porTais Luso 

Michelangelo Merisi da Caravaggio nasceu em 1571, Caravaggio, Itália. Não era propriamente genial como pessoa; era um jovem de temperamento violento, arruaceiro, mente instável, de muitas bebedeiras, dívidas, amigos duvidosos, várias prisões, uma acusação de assassinato no jogo da péla. Era um frequentador do submundo.

Caravaggio foi o mais original e influente pintor italiano do século XVII. Recrutava seus modelos nas ruas e os pintava à noite, entre luzes e sombras. Eram telas com fortes contrastes, jovens com caras viciadas, bêbados, gente de toda a espécie se entrelaçando em suas telas.

Caravaggio era filho de um arquiteto, que morreu ainda quando o pintor era criança. Sua mãe morreu quando ele era ainda jovem. No início de sua carreira, ao viajar para Roma, Veneza, Roma, Cremona e Milão Caravaggio já era um órfão individado.

Seus primeiros trabalhos foram marcados por retratos inigmáticos. Seu autoretrato como Baco (1593/1594), também exibe um extraordinário talento para natureza morta.


Ressurreição de Lázaro (restaurada)

Pequeno Baco doente

Com muitos trabalhos em Roma, Caravaggio levou para as telas a vulgaridade humana, exibida nas suas figuras de vestes surradas e sujas e nos seus rostos maltratados.

Em seu quadro, A Morte da Virgem Maria pintou imagens sem gloria e sem o esperado explendor causando enorme desconforto e rejeição da igreja. Seria uma encomenda destinada a Igreja de Santa Maria de La Scalla. Cogitou-se que a modelo requisitada para a obra teria sido uma cortesã de vestido vermelho e que, pelo seu ventre inchado, já estaria morta.

Durante muito tempo foi considerado indigno para participar de exposições, igrejas e salões da nobreza. Era chamado pelos seus contemporâneos de anticristo da pintura, de artista pé sujo. Requisitava as prostitutas e mendigos para seus modelos de santos; os apóstolos em trajes velhos e sujos, ou ainda representar os momentos da história cristã como fato simples do cotidiano foram alguns dos pecados de Caravaggio. Assim mesmo sua obra foi tocada pela anormalidade do gênio, criativa e desesperada.

Caravaggio ainda trabalhou nas obras  O Sepultamento, A Virgem de Loreto, A Virgem dos Palafreneiros e A Morte da Virgem. As duas últimas recusadas, por incorreção teológica.

Ao romper com as representações sacras, deixa o caráter celestial, de personagens sagrados e volta a retratar o cotidiano mundano, com fundos escuros, valendo-se de sua técnica claro-escuro na qual foi mestre.

Duas fases se distinguem em sua carreira: um primeiro período experimental  1592 / 1599 e um período de maturidade (1599 / 1606). Suas primeiras obras foram pequenas figurações de temas não dramáticos, como naturezas-mortas, figuras de meio corpo como O rapaz com uma cesta de frutas, Florença, O jovem Baco. Mais tarde suas figuras tornaram-se mais articuladas, com cores mais ricas, com sombras acentuadas, como na Ceia de Emaús.

O segundo período, o da maturidade, Caravaggio iniciou com uma encomenda para a Capela de Contarelli. Na obra São Mateus e o Anjo, desenvolveu  uma ação dramática, com maestria no uso das tintas que com muito esforço foram conseguidas - vista num estudo através de raios-X. Porém, foi rejeitada por ser considerada indecorosa, mas comprada mais tarde pelo Marquês Vincenzo Giustiniani, um dos mais importantes mecenas de Roma, que também pagou pelo retábulo substituto.

No período em que fugiu de Roma - em 1606 -, passando os 4 últimos anos de sua vida perambulando de Nápoles para Malta e Sicília, continuou a pintar obras religiosas, mas com um novo estilo, buscando apenas o essencial: poucas cores, tinta aplicada em finas camadas e o drama das obras anteriores, substituídas por um silêncio contemplativo.

Sua atividade não foi longa, mas foi intensa. Caravaggio apareceu numa época em que o realismo não estava tão em moda, em que as figuras eram retratadas de acordo com as convenções e os costumes, mais romantismo e graciosidade do que as exigências da verdade, fazendo com que o belo perdesse seu valor.

O interesse por Caravaggio declinou no séc XVIII, mas voltou à baila na metade do séc XIX onde todos viam em sua pintura uma rejeição à beleza e a busca pelo horror, à feiura e ao pecado.

Teve uma morte prematura aos 39 anos e morreu tão miseravelmente quanto viveu, colocado numa cama, sem ajuda , sem amigos. Morreu de malária, em 1610, em Porto Ercóle, Itália.


CARAVAGGISTI

Era a denominação dada a pintores do início do séc XVII que imitaram o estilo de Caravaggio. O uso do claro e escuro para conseguirem mais dramaticidade e realismo. Estes exerceram muita influência em Roma no princípio do séc XVII. O Caravaggisti foi um fenômeno de grande importância, o mundo talvez não tivesse um Rembrandt, um Delacroix, um Manet, Rubens ou Velazquez se não fosse a influência de Caravaggio.

OBRAS PRIMAS:

Baco / Jovem com um Cesto de Frutas / Menino mordido por um Lagarto / Repouso na fuga para o Egito / A cabeça da Medusa / A Morte da Virgem / A Ceia de Emaús / O martírio de São Mateus / O Sepultamento / A Decapitação de São João Batista / A Ressurreição de Lázaro.

Ceia em Emaús       - clique foto -
Cesta de Frutas

Crucificação de São Pedro
O enterro de Cristo
A morte da Virgem
Baco / 1593 - 94

Os trapaceiros / 1594



São Francisco
Fontes:
Grandes Artistas - ed. Sextante
D.Oxford de Arte
501 Grandes Artistas 


FRIDA KAHLO 1907 / 1954

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The Little Deer - 1951
  

 - por Tais Luso 


Pintora mexicana e de muita relevância para as artes e principalmente para seu país. De temperamento e atitudes independentes para sua época, possuía uma saúde frágil desde sua infância, se agravando após um acidente de carro, na cidade do México, quando saia da escola.

Sua obra é muito interessante, principalmente seus auto-retratos onde podemos ver seus traços fortes, suas sobrancelhas que se juntam acima do nariz. Podemos ver que a artista domina completamente a arte do desenho.

De atitudes muito de vanguarda para sua época, Frida só agia de acordo com suas convicções. Quando em 1913 contraiu poliomielite, aos 6 anos,  ficou com uma lesão no seu pé direito. A partir disso ela começou a usar calças e depois, longas e exóticas saias, que vieram a ser uma de suas marcas.

De 1922 a 1925 Frida começou a interessar-se muito por pintura e a frequentar a Escola Nacional Preparatória do Distrito Federal do México onde assistia as aulas de desenho. Em 1925, aos 18 anos aprendeu a técnica da gravura com Fernando Fernandez. Porém sofreu um grave acidente num ônibus no qual viajava. Este chocou-se com um trem, levando a artista a um longo sofrimento. 


Em 1928 quando Frida Kahlo entrou no Partido Comunista Mexicano, conheceu Diego Rivera, pintor muralista com quem se casaria no ano seguinte. Entre 1930 e 1933 ficou muito em Nova Iorque e Detroit com o marido.

Frida retratava a sua biografia nas obras.  Durante toda a sua vida, o amor e a dor – física e emocional – estiveram em suas obras tanto na vida pessoal quanto na profissional. O acidente de ônibus que lhe causou lesões no útero e na coluna, 30 operações ao longo de sua vida, mais seus abortos, e as inúmeras traições de Diego Rivera,  não poderiam estar ausentes das telas de Frida.

Submeteu-se a várias cirurgias ficando muito tempo acamada. Durante a sua longa convalescênça começou a pintar, com uma caixa de tintas que pertenciam ao seu pai, e com um cavalete adaptado à cama.

André Breton, poeta francês e teórico do surrealismo, em 1938 qualifica a obra de Frida como surrealista, para uma exposição na galeria Julien Levy de Nova Iorque. Após esta ocasião disse ela: 

Pensavam que eu era uma surrealista, mas eu não era. Nunca pintei sonhos. Pintava a minha própria realidade.
Sua realidade era dolorosa apesar de ter tido inúmeros relacionamentos amorosos inclusive com o líder revolucionário russo Leon Trótski. Sua ardente relação com o marido, Diego Rivera, muralista mexicano, era turbulenta (ambos tinham casos extraconjugais) e foi pontuada por períodos de separação. Após o assassinato de Trótski, eles se casaram meses depois.

Portanto, sua vida afetiva sempre foi tumultuada, jamais encontrou a paz. Em seu atestado de óbito consta que veio a falecer de embolia pulmonar, não se descartando, porém, ter sido envenenada por alguma das amantes de seu marido.  Isso, segundo a biópsia.

Das 143 pinturas de Frida Kahlo, mais de 50 são autorretratos e até mesmo seus outros trabalhos são estritamente autobiográficos.

Nasceu em Coyoacán. Seu pai era fotógrafo alemão e sua mãe uma mestiça. Frida teve sua perna direita amputada em 1953, após exposições no México, Estados Unidos e Europa. Morreu de câncer em sua cidade natal.



Auto-retrato                                               Árvore da Esperança
As duas Fridas -  1939
Abraço Amoroso no  Universo  - 1949
Auto-retrato entre fronteira do México e Estados Unidos - 1937
Dois nus numa floresta - 1939

Frida e Diego Rivera



Referências: Tudo sobre Arte - Sextante / RJ 2011
História da Arte - Graça Proença


Interior do Museu e mais fotos de Frida Kahlo
Clique aqui: BLOG DA MARI-PI-R



MORRE O ARTISTA JOSÉ HIGINO PEREA

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Faleceu na tarde deste domingo 14 de julho de 2019 - em Dois Irmãos/RS - Brasil , o artista plástico José Higino Perea Pascual, "O Peruano" - aos 80 anos.

O artista plástico latino-americano era um ícone no mundo da pintura e tem obras espalhadas por vários países. Com uma coleção superior a 50 prêmios, o "Peruano", como é mais conhecido, em 2017 recebeu uma incrível missão: pintar alguns quadros a pedido do Papa Francisco. Eles se conheceram na Argentina e eram amigos há muitos anos.

Perea foi inserido no mundo das artes sacras bem jovem. Começou a ‘pintar’ no exterior com apenas 9 anos de idade e lembra que era enviado para representar a arte de descendência Inca em diversos países. Recebeu muito apoio representando o seu país.

Peruano morava no Brasil há mais de 40 anos e trouxe de sua terra natal a técnica de pintura da cidade de Cusco. Em seus quadros retratava, na maioria das vezes, os Andes peruanos e a população cusquenha. Ele nasceu em Lima, no Peru, e aos 17 anos, começou a trabalhar com artesanato em cobre, madeira e couro. Aprimorou seus estudos no desenho, pintura, escultura, tapeçaria e pirogravura, arremessando-se profissionalmente no design de móveis, quando teve a oportunidade de aperfeiçoar-se em Milão. Para ele, o choque cultural sentido através do contato com escolas clássicas europeias, mais conservadoras, foi fundamental para a criação dos estilos próprios, baseados nas formas livres da arte cusquenha. Perea era conhecido pela mistura de materiais que compõem suas obras. Ele utilizava resina especial, pó de ouro, de diamante e o carvão. A mistura de materiais faz com que suas pinturas se tornem únicas e objetos de desejo. Seus quadros, evocando na maioria os Andes e a população cusquenha, estão espalhados pelas melhores galerias e museus do mundo, como o do Palácio Royal de Holanda, Palácio Municipal de Milão, Museu de Arte de Estocolmo, Prefeitura de Ichinomiya (Japão), Hotel Copacabana Palace, no Rio de Janeiro e coleções particulares.

Não há dúvida que o mundo da pintura ficou mais pobre.
Minha homenagem ao Grande artista Perea!

Mais obras e textos nesse blog:

(Parte do texto publicado pelo 'O Diário' (cidade de Dois Irmãos - RS/Brasil)










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ARTE NA INDIA / TEMPLOS

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Taj-Mahal em Agra / período mongol -1630/1648


 - Tais Luso de Carvalho

A vida própria dessa terra tropical e exótica possui um longo passado, cujas origens se perdem na obscuridade dos tempos pré-históricos. Vasto território onde se alternavam zonas de deserto, regiões férteis, selvas, planaltos e vales percorridos por grandes rios, a Índia atraiu no decorrer dos séculos, uma multiplicidade de povos que remontam a vários milênios antes da era cristã.

As mais antigas notícias revelam a existência de civilizações pré-históricas na área da bacia do Indo, antes da invasão ariana, e que constituem a base das culturas indianas posteriores.

Do IV ao III milênio a.C. as pequenas aldeias desenvolveram-se, adquirindo características de cidades altamente organizadas do Oriente Médio.

Nessas ruínas (Ur, Mohenjo-Daro e Harappa) foram encontrados pequenos objetos que testemunham que, por muito tempo, a vida lá não se alterou. São peças de pedra e cerâmica, figuras de animais domésticos, figuras de homens e mulheres revelando grande riqueza de imaginação.

Por volta de 1400 a.C um povo vindo das regiões mais áridas da Ásia Ocidental penetra as planícies do Indo, conquistando toda a região que hoje constituem o Paquistão e o norte da Índia. Feita a conquista, os árias impõem sua organização social às populações de pele escura colocando-as na classe mais baixa da coletividade. Nasce assim o sistema de castas na Índia.

PERÍODOS:

Pré-Ariano
3000 a 1400 a.C
Arte Realista, Arquitetura, Cerâmica, Pintura Mural.

Indo-Ariano
1400ª.C a 770 d.C
Arte baseada na observação da natureza, desenvolvimento da arquitetura, escultura, ourivesaria, afrescos.

Medieval
770 a 1200
Arte Mística, ornamentos nos templos. Desenvolvimento na pintura.

Indu-Mulçumano
1200 a 1818
Fusão entre arte hindu e mulçumana. Desenvolvimento da pintura e iluminura.

Contemporâneo
A partir de 1818
Influência ocidental progressiva, pela dominação inglesa.



Templo Rameswaram

Templo Akshardham Indu

Templo Ranakpur / sobre a montanha


Templo Dourado

O MURALISTA DIEGO RIVERA

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Diego Rivera

Pintor mexicano, nasceu em 1886 em Guanajuato, no México e faleceu em 1957 deixando um importante trabalho na arte moderna, em geral. Estudou na Academia de Bellas Artes de San Carlos, no México.

Com uma bolsa de estudo, partiu para a Europa - 1907 / 1921 -, onde se familiarizou com os movimentos modernos, tendo experimentado, também, o cubismo, ao conhecer Picasso. Teve contacto com vários pintores: Salvador Dalí, Juan Miró e o arquiteto catalão Antoni Gaudí.

Como ativista político, revolucionário, mulherengo e boêmio, tornou-se amigo de Modigliani, Hemingway, e Trotsky. Foi em Paris que se ligou aos vanguardistas europeus, levando para o México e Estados Unidos uma forte experiência.

Porém sua arte enraizou-se na tradição mexicana. Foi em 1921, que Álvaro Obregón, amante da arte e reformista político, eleito presidente do México, deu início a um programa de pintura em murais destinados a homenagear o México e seu povo.

Estudou os afrescos italianos, de Tiziano a Miguel Ângelo, aprendendo a moldar a figura humana das massas em movimento. Adaptou os painéis clássicos ao mundo latino. Junto com Orozco e Siqueiros fundou a mais poderosa escola de pintura no novo mundo.

O muralismo é uma arte complexa, com conteúdo social forte e misturando religiosidade com utopias socialistas e agrárias.

Rivera era um homem de personalidade extremamente forte, suas obras são vistas em edifícios públicos, no Palácio Nacional, encontrando-se incompleto pelo motivo de sua morte.

Entre 1930 e 1934 trabalhou nos Estados Unidos. ‘Homem numa Encruzilhada’, no Rockfeller Center, em Nova York, ocasionou polêmica por haver um retrato de Lênin, e foi substituído por um mural de Brangwyr.

Sua principal obra nos Estados Unidos foi uma série de afrescos sobre A Indústria de Detroit, 1932. Trabalhou sobre cavalete, com a técnica de encáustica, porém não era de seu gosto por achá-la uma obra burguesa, ficava apenas em recintos fechados, longe do povo que precisava levantar sua auto-estima e resgatar sua história.

Era um homem grande, com quase 2 metros de altura, feio e com mais de 120 quilos, porém exercia uma forte atração sobre as mulheres. Casou-se por 3 vezes, a segunda, com a pintora Frida Kahlo em 1929, um casamento tumultuado, ela com 21 anos e bissexual, mantinha ainda um relacionamento com Leon Trotski, ele, por sua vez, mantinha um relacionamento com a irmã de Frida, Cristina. Foi uma união muito complicada, uma longa e triste história que não cabe relatar aqui, pois o homem diferencia-se do artista e de sua obra, que é o que fica.

Rivera pintou mais de 4 mil metros de murais, destacando-se os painéis de Rockfeller e a série da ‘Criação do Mundo, onde deuses foram substituídos pelos reformadores. Seus trabalhos beiram a 5 mil desenhos e dois mil quadros. Vê-se em sua obra a influência dos mestres Picasso, Dali, Miro e outros vanguardistas.



 
            Zapata - Lider agrário-1931


Mural de D. Rivera

Detroit Industry / 1932

Mural em São Francisco


BARROCO NO BRASIL / ALEIJADINHO

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Igreja de S.Francisco da Penitência / Rio de Janeiro 



 -Tais Luso de Carvalho

O Barroco foi introduzido no Brasil no início do século XVII pelos jesuítas, que trouxeram o novo estilo como instrumento de doutrinação cristã. Nas artes plásticas seus maiores expoentes foram Aleijadinho - na escultura  e Mestre Ataíde - na pintura onde suas obras, consideradas as mais belas do país despontaram com maior encanto a partir de 1766.


Nossa Senhora das Dores / Aleijadinho

O barroco brasileiro é associado claramente à religião católica. Em Minas Gerais, Rio de Janeiro, Bahia e Pernambuco encontram-se os mais belos trabalhos de relevo em madeira - as talhas - e esculturas em pedra sabão. Já nas regiões mais pobres, onde não havia o comércio de açúcar e ouro, a arquitetura das igrejas apresentava aparência mais modesta, assim como as residências, chafarizes, câmaras municipais etc.

No Rio Grande do Sul, Paraná e Mato Grosso do Sul, terras do Paraguai e Argentina, chamadas de região missioneira, a arquitetura era diferenciada da arquitetura do Nordeste e das regiões das minas de ouro, pois os jesuítas misturaram elementos da arquitetura românica e barroca da Europa, pois os construtores eram de origem européia. 

No Nordeste, somente no século XVIII houve total domínio do requinte do barroco. De Salvador saia grande quantidade de riqueza do país para Portugal e também vinham os artistas portugueses e produtos. 

Riquíssima é a Igreja de São Francisco de Assis, com seu interior revestido de talha dourada levando para si o título de a Igreja mais linda do Brasil. 

Os mestres maiores da arte sacra foram Aleijadinho e Mestre Ataíde, onde suas obras, consideradas as mais belas do país despontaram com maior encanto a partir de 1766. 

O período barroco brasileiro tem, então, em seus santos e suas igrejas a mais significativa manifestação de fé e de arte: não só uma fé intimista com que cada pessoa se relacionava com seu santo, mas também, como uma expressão ímpar de ver, sentir e vivenciar a arte.

ANTONIO FRANCISCO LISBOA - O ALEIJADINHO:

 
As maiores expressões do Barroco Mineiro são, sem dúvida, o Aleijadinho e Ataíde. Mas a arte setecentista de Minas Gerais foi criação de uma infinidade de artistas, dos quais muitos permanecem no anonimato.

Antônio Francisco Lisboa - 1738/ 1814

Era o nome completo do Aleijadinho, nascido em Vila Rica, em 1738, filho bastardo do português Manuel Francisco Lisboa e de uma escrava, Isabel. Tendo nascido escravo, foi libertado pelo pai no dia de seu batizado.

Entalhador, escultor e arquiteto, trabalhava madeira e pedra-sabão, de que foi o primeiro a fazer uso na escultura. Considera-se que tenha aprendido o ofício com o próprio pai e outros mestres, José Coelho Noronha e João Gomes Batista. Mas é provável que sua genialidade criativa tenha prevalecido sobre as lições aprendidas.

Quase tudo o que se sabe sobre a vida de Aleijadinho vem de uma memória escrita em 1790, pelo segundo vereador de Mariana, o capitão Joaquim José da Silva, e da biografia escrita por Rodrigo José Ferreira Bretãs, publicada em 1858. Ultimamente, sua vida e obra têm despertado o interesse de estudiosos dentro e fora do país, embora permaneçam ainda muitos pontos controvertidos.

Uma grave doença o acometeu aos 39 anos de idade. A enfermidade deformou seu rosto e atacou seus dedos dos pés e das mãos, donde lhe veio o apelido. Apesar da doença, continuou a trabalhar incansavelmente, sendo auxiliado por três escravos: Januário, Agostinho e Maurício. Era este último que amarrava as ferramentas nas mãos deformadas do mestre.

Igreja São Francisco de Assis / Ouro Preto

O primeiro trabalho artístico importante do Aleijadinho data de 1766, quando recebeu a incumbência de projetar a Igreja de São Francisco, de Ouro Preto, para a qual realizou, posteriormente várias outras obras. Quatro anos depois, desenvolveu trabalhos para a Igreja do Carmo, de Sabará. Em seguida trabalhou para a Igreja de São Francisco, de São João del Rei. Enfim, ele recebia muitas encomendas, e às vezes, prestava seus serviços em obras de duas ou mais cidades simultaneamente.  

No final do século XVIII, ele se encontra em Congonhas, onde permaneceu de 1795 a 1805, trabalhando para o Santuário do Senhor Bom Jesus de Matosinhos, para o qual esculpiu os Profetas em pedra-sabão e as estátuas em madeira dos Passos da Paixão. Seu último trabalho, de 1810, foi o novo risco da fachada da Matriz de Santo Antônio, em Tiradentes.

Ficou cego pouco depois, e viveu os últimos anos sob os cuidados de Joana Lopes, sua nora. Faleceu em 1814, aos 76 anos de idade, tendo sido sepultado no interior da Matriz de Antônio Dias, em Ouro Preto.

por Aleijadinho
Mosteiro de São Bento / Rio de Janeiro -clique foto
Anjo da Paixão / Aleijadinho - Santuário de Matosinhos
Igreja de São Francisco / Bahia - AMPLIAR CLIQUE FOTO




BARROCO E O CATOLICISMO: AQUI
INTRODUÇÃO AO BARROCO NESTE BLOG: CLIQUE AQUI
A MAIS BELA IGREJA DO BRASIL: AQUI(arraste o mouse, 360º)



 

CAMILLE CLAUDEL

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 - Tais Luso de Carvalho

Camille nasceu em 1864 / Fere-em-Tardenois, França.
Em 1881, a jovem matriculou-se na Académie Colarossi e logo dividiu um atelier com o escultor francês Alfred Boucher. Conheceu, também, o escultor Auguste Rodin no começo da década de 1880, tornando-se sua aluna, amante e modelo.

Sua inspiração foram as pessoas e a sensualidade do corpo. Vemos em suas obras grande influência de Rodin. O que a princípio foi fonte inspiradora, acabou tornando-se sufocante. Alguns de seus trabalhos, por serem considerados muito sensuais, foram rejeitados, agravando sua instabilidade mental, numa época de muita conturbação em sua vida sentimental.

Sua obra Maturidade, mostra traços vigorosos, semelhantes aos de Rodin. Tanto em sua obra como em sua vida, Camille revela um grande sofrimento.
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Apesar deste amor Camille/Rodin ter durado 10 anos, Rodin nunca abandonou seu primeiro amor – Rose Beuret – com a qual veio a casar-se em 1917. Quando ele retorna, em definitivo, ao seu antigo amor, Camille começa em decadência, fechando-se em seu estúdio e entregando-se a um obsessivo isolamento que a levou à pobreza física e aprofundando seu problema mental.

Seu sucesso está relacionado a Rodin até 1898, quando veio a separação. Em 1906, destrói parte de sua obra, tentando livrar-se da influência de Rodin, pois muitos acreditavam que suas obras eram trabalhadas por ele.

Vemos sua tentativa de distanciar-se de Rodin em La Valse e A Pequena Castelã. Após este distanciamento, que se dá em definitivo em 1898, surge a obra A idade Madura.


Apesar de ter tido, nesta época, duas grandes exposições, reconhecidas e com sucesso da crítica, Camille, encontrava-se doente demais, o que não lhe trouxe nenhum benefício. Já em 1905, achava que Rodin e outros estariam se apoderando de suas obras, invadindo sua casa para roubá-las.


Por ordem de sua mãe e de seu irmão, o poeta Paul Claudel, Camille foi internada num asilo de loucos, e um ano depois foi transferida para o hospital psiquiátrico, o qual permaneceu até sua morte.

Suas primeiras obras foram A Velha Helena e Paul aos treze anos. Também colaborou em obras de Rodin, como Os Portões do Inferno e Burgueses de Calais.

Faleceu em 1943 em Montfavet / França, após 30 anos internada.

BRUNO CATALANO / ESCULTOR

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por Tais Luso de Carvalho

Não poderia deixar de postar algumas das esculturas de Bruno Catalano, nascido na França no ano de 1960. Sua coleção - Os viajantes - é a mais curiosa: mostra pessoas em tamanho natural caminhando apressadas, com movimento e levando suas maletas, mochila, violino etc. Começou sua carreira de escultor em 1990. 
Não tem como suas esculturas não chamarem nossa atenção, diferentes, vazadas e com grande força. São em bronze, vigorosas, parecem quase vivas: são cópias fiéis de nós mesmos. Ora lhes empresta vigor, ora desânimo.


Sua  coleção está em grandes corporações  públicas e privadas da França, Inglaterra, China, Bélgica, Suíça e Estados Unidos. 
Matriculou-se na oficina de modelagem e desenho com Hamel Françoise por dois anos. Aprendeu todos os segredos da argila em pesquisas,  inclusive com o escultor Bruno Lucchesi.
Olhando sua obra, em seu site, vê-se que as peças são ocas e o ponto de união e sustentação, entre as partes inferior e superior  é a mala - sempre colada à perna.
















ANTONIO PARREIRAS

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Antonio Parreiras - Pinacoteca de São Paulo


- Tais Luso de Carvalho

Antonio Diogo da Silva Parreiras nasceu em Niterói, Estado do Rio de Janeiro, no ano de 1860. Ainda na infância, Parreiras estudou desenho com o Visconde do Canto, e em 1883 matriculou-se na Academia Imperial de Belas Artes. No ano seguinte abandonou a Academia para integrar-se ao grupo de alunos de Georg Grimm, como Castagneto, Caron, Garcia y Vasquez entre outros, tornando-se seu discípulo. Foi influenciado pelo impressionismo.


Incentivado, também, por Vitor Meireles, dedicou-se desde o início do século XX à pintura histórica: Proclamação da República de Piratini, Anchieta, Fundação de Niterói, Fundação do Rio de Janeiro, A Conquista do Amazonas. Recebeu numerosas encomendas oficiais, viajando por diversas vezes à França, onde manteve ateliê permanente em Paris.  Já em 1909 passou a interessar-se pelos nus, participando nos salões de arte francesa.

Em 1926, já consagrado como grande artista, publicou suas memórias com bastante sucesso literário. No princípio de 1930 voltou à pintura das paisagens, com a mesma dedicação do início de sua carreira.

Foi no ano de 1885 que inaugurou a sua primeira individual, e na sua própria residência, em Niterói. Em 1888 embarcou para Veneza onde estudou na Academia de Belas Artes, retornando ao Brasil no ano seguinte para participar da Exposição Geral de Belas Artes de 1890, a primeira da República recém proclamada, obtendo uma medalha de ouro e prêmios de aquisição (3 telas).

Em 1917 obteve a grande medalha de ouro e nesse mesmo ano foi contratado para a cadeira de Pintura de Paisagem na Escola Nacional de Belas Artes. Recebeu, também, medalha de ouro na Exposição Universal de Barcelona, no ano de 1929. várias de suas obras são casas ensolaradas, árvores e mata nativa, cores intensas.

Em 1953, na II Bienal de São Paulo, foram selecionadas 5 obras suas para participação na Exposição 'A Paisagem Brasileira até 1900'. Sua residência em Niterói foi transformada no Museu Antonio Parreiras no ano de 1941.

Parreiras foi um artista de incontestável talento, audacioso e impulsivo. Foi o maior pintor do cenário natural brasileiro e seus trabalhos foram expostos no Brasil e em diversos países da Europa. Foi um dos poucos artistas nacionais que viveu dos resultados de sua arte.

Faleceu em 17 de outubro de 1937, em sua residência de Niterói.
Sua casa, que virou Museu em 1940, em Niterói, abriga várias obras de outros artistas e seu grande acervo.

Casa de Margarida - 1891
Cesteiro- 1927
Ventania -
Arabotam - 1936
Amanhecer no Adriático - 1889
Fantasia - 1909 / Pinacoteca de S.Paulo
Terra Natal - 1923

Veleiros 1912
Museu Antonio Parreiras
Área externa


Referências:
Bolsa de Arte / Rio de Janeiro - 2003
Museu Antonio Parreiras - Memória histórica do Museu Antônio Parreiras. Niterói 
(Cadernos de divulgação cultural do Museu Antônio Parreiras, 2). 
Enciclopédia  Itaú Cultural
PARREIRAS, Antônio. História de um pintor contada por ele mesmo: Brasil - França: 1881-1936.
Koogan Larousse.

ARTE: PEQUENAS E RÁPIDAS NOÇÕES

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Pintura Paleolítica



Os pintores paleolíticos são figurativos realistas, sintéticos no desenho e na cor. A pata dianteira direita da figura do boi - na caverna de Montinac Lascaux, França - está representada de frente e nunca se insinua a aplicação de perspectiva. A pintura pré-histórica perde esse realismo visual na idade neolítica.
Um exemplo: Boi selvagem / caverna de Montinac Lascaux, França.



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Pintura Neolítica


É a primeira mudança de estilo ou de escola observada na história da pintura. Esquematizadores e geometrizadores das imagens, os neolíticos chegam a verdadeiras abstrações.
Um exemplo: Vaso mesopotâmico.



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                         Pintura Egípcia


Os egípcios distinguem-se pela elegância decorativa, predominância do desenho, desconhecimento da perspectiva científica e simplificação da forma. Usam, sistematicamente, a lei de frontalidade, como vemos no rosto, no olho e no tronco de frente.
Um exemplo: Um casal oferece sacrifícios à Ísis – painel.



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Pintura Grega

Não restaram obras originais da pintura grega antiga. Conhecemos indiretamente – decorações dos vasos de cerâmica, esculturas, referências críticas. No período clássico (serena na expressão e equilibrada na composição), é idealizada a realidade. No período helenístico, ela torna-se realista, dramática, movimentada na composição.


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                 Pintura Cristã Primitiva
  
O primitivo pintor cristão usava símbolos figurativos – peixes e âncoras - e símbolos abstratos – círculos. Por associação com o disco solar, o círculo talvez fosse Cristo. Mais tarde, atenuadas as prevenções com a estatuária pagã, tornaram-se exclusivamente realistas figurativos.
Um exemplo: Desenho numa catacumba   
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Pintura Bizantina

O mosaico foi, por excelência, a técnica de decoração mural bizantina. Difundiu-se pela Europa. A pintura, propriamente dita, exerceu-se sobretudo nos ‘íconos’, quadros religiosos pintados a encáustica.
Um exemplo: O Imperador Justiniano e sua corte / Igreja San Vitale, Ravena.

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Pintura Românica

Dominados por fortes sentimentos religiosos, os românicos eram deformadores e coloristas intensos. Eram parecidos com os expressionistas e fovistas modernos.
Um exemplo: Anjos musicistas, afresco espanhol, séc XIII.





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                         Pintura Gótica

Sob a influência das miniaturas, isto é, as ilustrações feitas à mão nos livros medievais, a pintura gótica é minuciosa e adquiria acentuado realismo. Originou-se na França. No seu realismo, está anunciando o espírito racionalista da Renascença. Estilo que se disseminou por toda a Europa Ocidental entre 1375 e 1425. Características: elegância palaciana, e o detalhamento naturalista, ligados à vida aristocrática.




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                    Pintura Renascentista Alemã

Os artistas nórdicos europeus, alemães, escandinavos, holandeses e flamengos, expressam mais a beleza visual das formas, mais adequada ao temperamento latino. Dürer é o mais típico representante da pintura renascentista no norte da Europa, onde foram atenuadas as influências dos modelos do classicismo grego.

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                              Prenúncios do Barroco

Miguel Ângelo contrariou os princípios de equilíbrio da composição, harmonia das formas e serenidade de expressão do renascimento clássico. Pela vigorosa dramaticidade do sentimento, prenuncia o Barroco, que se definirá no século XVII.



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Renascimento Italiano



O Renascimento foi um movimento importante, de renovação cultural e artística que
se originou na Itália no séc. XIV e marcou a mudança da Idade Média para a Idade Moderna. Do teocentrismo Medieval - que via em Deus todas as coisas -, o homem avançou para o Humanismo, uma filosofia surgida no Renascimento e que predominou mais na Idade Moderna. Foi neste período que o homem passou a ser o centro do mundo. Leonardo Da Vinci, Michelangelo, Rafael, Donatello, Brunelleschi e Botticelli...


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                  Pintura Rococó

Os pintores rococós refletem, nos temas e na técnica, inclusive na própria delicadeza da pincelada e na luminosidade das cores, as idéias, os sentimentos, e os hábitos da aristocracia européia do século XVIII.





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Pintura Neo-Clássica

Os neoclássicos ou acadêmicos, inspiraram-se diretamente nos modelos da antiguidade clássica greco-romana. Revivem as formas de beleza ideal da estatuária grega. São convencionais e pouco imaginativos.
David – pintor oficial de Napoleão – foi o chefe desta escola.
A Morte de Marat / 1793 – Museu Royal de Belas Artes, Bélgica.




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                              Pintura Romântica

Os românticos, chefiados por Delacroix, reagem ao convencionalismo dos acadêmicos. São imaginativos, dramáticos, movimentados e coloristas veementes. Possuíam muitos pontos de afinidades com o barroco, pelo predomínio das faculdades emocionais sobre as intelectuais, na criação artística.


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                     Pintura Realista

Os realistas, sob o comando de Gustave Courbet - 1810 / 1867 , reagem ao convencionalismo neoclássico e à emoção dos românticos. Negam a imaginação. A pintura é uma arte objetiva, destinada a fixar as coisas existentes, não as imaginadas. O pintor representa somente aquilo que vê.
Um exemplo: Peneiradoras de trigo.


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                  Pintura Cubista Analítica

Decompondo as formas num processo intelectual arbitrário, em sucessivos planos e ângulos, os cubistas pretendiam obter a representação total da estrutura dos objetos, como se os contemplássemos simultaneamente por todos os lados. Quando a decomposição se faz minuciosamente
Um exemplo: Picasso Ambroise Vollard (1867-1939) e Georges Braque 1882 / 1958, Jarra e violoncelo.




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                       Pintura Futurista

Os futuristas pretendiam expressar e não representar a velocidade, nova beleza do mundo, criada pela técnica moderna. Para evitar a impressão de imobilidade, substituíam as imagens figurativas por planos, retas e linhas, impregnadas de dinamismo e movimento.
Um exemplo: Umberto Boccioni 1882 / 1916 , Estudo para o estado d’alma.


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                                    Pintura Abstracionista Informal

No abstracionismo informal as formas e cores são espontâneas e livres, criadas muitas vezes num estado de verdadeiro automatismo psíquico. Não representam as aparências da realidade, mas expressam tensões, conflitos, ritmos impregnados da vitalidade da natureza.
Um exemplo: Vassily Kandinsky 1866 / 1944 – Estudo.


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                  Pintura Cubista Sintético

No segundo período do Cubismo, a decomposição da forma se faz de maneira sumária. Esse período denomina-se Cubismo Sintético. Reaparecem as imagens visuais, as cores são mais vivas e decorativas. São predominantes as preocupações de composição, dentro porém da geometrização das formas e obedecendo a princípios renascentistas denominados ‘Número de Ouro’.
Um exemplo: Pablo Picasso – 1881

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                   Modernismo Brasileiro

Cândido Portinari / 1903-1962, embora formado sobre princípios acadêmicos na Escola Nacional de Belas Artes, libertou-se do academismo, para marcar de versatilidade, ecletismo e inspiração popular sua extrema obra. A fase expressionista, quando fixou tipos e cenas populares, é uma das mais vigorosas, inclusive pelas intenções políticas e sociais. Figuram muitos, entre eles Tarsila do Amaral, Di Cavalcanti, Anita Mafalti...

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                        Pintura Impressionista


Para demonstrar as constantes e sutis alterações que a luz do sol produzia nas cores da natureza, modificando-as incessantemente, Claude Monet pintou a fachada da catedral de Rouen, em diferentes horas do dia. Os impressionistas afirmavam não ser a cor uma qualidade permanente dos objetos. Altera-se conforme o ângulo de incidência dos raios solares.
Um exemplo: Monet / 1840 – 1920, Catedral de Rouen.


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                            Pintura Neo-Impressionista



Pintura pós-impressionista, em voga em França entre 1886 e 1906, e cujo pioneiro foi Georges Seurat.
Neo-Impressionismo culmina o processo de diluição das formas, que se tornam simples e irisadas vibrações luminosas e coloridas.



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                             Pintura  Expressionista

Pelos paroxismos líricos e exasperação patética do desenho e da cor, que traduzem sentimentos e não sensações, Van Gogh influenciou diretamente no aparecimento do Expressionismo, a primeira grande tendência da pintura moderna, surgida entre os alemães e outros povos nórdicos europeus.
Um exemplo: Noite estrelada.



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                      Pintura Surrealista Figurativa

Na mesma linha de Salvador Dali, fusão do real com o fantástico Magritte notabiliza-se pelas qualidades técnicas do colorido expressivo e seguro desenhista. Explora o modo especial os elementos de surpresa para criar sugestões misteriosas.
Um exemplo: O Curandeiro, de René Magritte / 1898, Ismael Nery...Figuras /1926.
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                   Pintura Surrealista Abstrata

As manifestações do subconsciente podem ser expressadas por meio de formas abstratas, símbolos e signos, como na pintura de Miro, o mais típico surrealista abstrato. Sob muitos aspectos, o Surrealismo Abstrato confunde-se com o abstracionismo Informal, sobretudo nas formas do Tachismo e do Grafismo.
Um exemplo: Joan Miro / Travessia Poética.




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                      Composições Gráficas

Ao contrário dos Tachistas – que o fazem por meio de manchas - os grafistas expressam-se impulsivamente por meio de traços, linhas ou graficamente. Inspiram-se na caligrafia abstrata oriental, particularmente na chinesa. Exprimem tensões e ritmos vertiginosos.
Um exemplo: Jackson Pollock / 1912 – 1956, com Composição.


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ARTE GÓTICA / pintura séc XIII ao XV

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Maestà / Simone Martini

        - Tais Luso de Carvalho


Aera do Gótico abre um novo capítulo na história da arte, uma época que marca o início da pintura secular e a transição da Idade Média para o Renascimento. Os artistas góticos procuravam suas inspirações no presente em que viviam, alcançando desta forma um novo realismo, alegre e colorido.

Os detalhes, coloridos e luminosos aliados à uma técnica perfeita tornaram-se características típicas da época e do novo estilo, espalhando-se por toda a Europa, atingindo seu ponto alto com os afrescos e os painéis de Giotto, de Duccio, dos irmãos Lorezetti, de Simone Martini e Fra Angélico, em Florença e Siena.

Marcaram muito os vitrais, na França e os retábulos de Jan Van Eyck e Rogiervan der Weyden nos Países Baixos; também as iluminuras, executadas pelos irmãos Limburg e outros miniaturistas, enquanto os painéis em estilo suave eram produzidos pelos alemães e nos trabalhos de Stefan Lochner.

O Gótico, inicialmente, era um termo depreciativo. Só muito mais tarde apareceu como definição de uma época. Foi um termo criado pelos teóricos italianos do séc XV para algo que devia ser destruído.

O Gótico permaneceu, por mais tempo, em muitas zonas diferentes da Europa, durou mais tempo que o estilo Românico que o antecedeu, e consideravelmente mais que o Barroco que lhe seguiu.

Giottoé um dos maiores representantes do estilo gótico. Sua principal característica é a aproximação dos santos com a do ser humano. Assim, a pintura de Giotto dá uma humanização do mundo até a chegada do Renascimento. Suas maiores obras são os Afrescos da Igreja de São Francisco de Assis na (Itália) e Retiro de São Joaquim entre os Pastores.

Apintura gótica tem as mesmas características da pintura bizantina e românica e é, na sua maior parte, substituída pelo vitral, maravilhosa criação do espírito medieval. A arte gótica é também chamada de Arte das Catedrais ou arte dasOgivas. Surge no final do século XII, na França. É Uma fusão de elementos clássicos, bizantinos e bárbaros.

O que distingue a pintura Gótica é a predominância do traço, ondulante ou interrompido, mas também o ornamento ligado ao plano. Podemos ver nas dobras dos trajes das pinturas e esculturas da França de 1300, como também os cabelos ondulados e os braços dobrados vistos nas figuras de perfil. As túnicas são mais finas e justas; os penteados e as barbas são caracterizados por regulares caracóis. O rosto, geralmente, é magro e oval.

Na transição da pintura gótica para a pintura renascentista ocorreram acontecimentos de enorme consequência na técnica de pintar: descobriram e aperfeiçoaram a pintura a óleo dissolvidas no óleo de linhaça.

O pintor gótico do norte da Europa era bastante analítico e, pela veemência do sentimento religioso, era muito simbólico e formador de imagens da realidade. Porém estava voltando, gradualmente, à observação da natureza, à representação realista do mundo à base de sensações. Não era mais o místico bizantino ou românico que representava a realidade à base de ideias religiosas carregadas de simbolismo. Era período voltou a transmitir a ilusão de espaço e do volume, aplicando a perspectiva, o claro e o escuro, assim com maior realismo na paisagem e nos movimentos do corpo.

Na última fase da pintura gótica, nos anos de 1400 a 1500, apareceram os pintores pré-renascentistas. Distinguiam-se pela progressiva libertação do convencionalismo bizantino e da minúcia oriunda das miniaturas. Os italianos Giotto e Masaccio antecipam essa libertação.

Ana e Joaquim na Porta Dourada / Giotto

Na Espanha

Beijo de Judas / Giotto
Santos / Fra Angelico

Retrato de uma senhora / Petrus Christus
Madonna ruccelai / Duccio


Fontes:
Gótico / Robert Suckale - Matthias Weniger & Manfred Wundram (ED.)
História da Arte / Kenia Pozanato & Mauriem Gauer


ARTE SACRA - VÁRIAS IMAGENS

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por Tais Luso /  Imagens 70 cm  
 São Francisco de Chagas / pint. cusquenha

Há muitos anos venho me dedicando a esta arte, desenvolvendo várias técnicas com pouco envelhecimento para que o estilo Barroco conserve as características do luxo e da beleza, mantendo em minhas imagens as feições delicadas e singelas, como eram originalmente as Imagens Sacras.

Meu objetivo é transmitir emoção, através de traços que possam levar esperança, conforto e ternura, independente de minha postura religiosa.

Trabalho pensando em quem tem fé ou em alguém que esteja em busca dela.
Durante muitos anos ensinei a técnica do barroco e sua história. Vi, então, como é forte o sentimento religioso das pessoas; pude constatar o fervor e a necessidade de fé. E isso é muito bom.
O trabalho para mostrar o luxo e a grandiosidade da época barroca estava de acordo com suas aspirações, pois a soberania européia aspirava por um estilo que exaltasse seus reinos, demonstrando com isso todo o poder que tinham.

Santo Antônio 50 cm

 São Francisco / do centro - 1 metro / método de revestimento 


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Nesse blog - aqui -  a técnica da pintura


FRANCISCO BRENNAND

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     -  Tais Luso de Carvalho

Francisco de Paula Coimbra de Almeida Brennand nasceu em junho de 1927, na cidade do Recife – Brasil. Ceramista, escultor, desenhista, pintor e gravador.

Em novembro de 1971, o artista começou a reconstruir a velha fábrica de cerâmica São João da Várzea, fundada pelo seu pai em 1917. Inicia a restauração do conjunto e o transforma em um grande atelier, com áreas fechadas para exposição e também em áreas em que as obras ficam expostas a céu aberto.

Hoje, após mais de 34 anos de trabalho intenso e obsessivo, confrontamo-nos com esse complexo escultórico, cujo significado dá relevo a um sentidodaarte mitológicae religiosasonhado porFrancisco Brennand.

Em sua obra, Brennand conta que existem várias mulheres da mitologia greco-romana, sobretudo latina,permeadas por outras figuras femininas que o atraíram por serem mulheres desafortunadas. Esse infortúnio parece que acompanha a história da mulher, principalmentecomo um centro de gravidadede um universo passional.

Brennand fez sem grande esforço uma coleção de esculturas onde várias delas são mulheres muito infelizes, angustiadas, quase histéricas, usando grandes cabelos negros e cujas cabeças são lançadas para trás, ressaltando as gargantas inchadas e salientes, o que lhes dava a aparência de pescoços mutilados.

Antes de qualquer obra há um esboço de desenho e qualquer de seus trabalhos são contínuos e obsessivos.

'Quando pinto, sou um artista ocidental. Quando faço cerâmica minha pátria é um abismo pelo qual vou resvalando sem saber o que encontrarei no fundo'.

Em suas pinturas vinham sempre pensamentos cartesianos, planejamentos estruturados, intenções précias sobre a composição, a geometria e, finalmente a matéria que só o pincel isolado pode criar e isso tudo sem a definitiva ajuda mágica do fogo.

Desde a juventude Brennand foi atraído tanto pela pintura como pela literatura. Portanto livros de Dostoievski e de Emily Brontë tiveram sobre sua formação de artista o mesmo peso da descoberta dos mestres da pintura como Gauguin, Cézanne ou Van Gogh. E, estando na Europa essas influências foram multiplicadas por dez. Nenhum jovem estudante de pintura poderia escapar da influência de Pablo Picasso. Entre 1940 e 1950 estudou em paris e Barcelona.

Brennand conquistou o prêmio de melhor documentário da Mostra Internacional de São Paulo de 2012 e o troféu de melhor filme Nacional da Abraccine (Associação Brasileira de Críticos de Cinema).
Aos 85 anos conceituado escultor e pintor pernambucano, instalou numa olaria herdada de seu pai, mais do que um santuário de criação, um parque temático, rodeado por belas e curiosas esculturas gigantes.



Pinturas
Oficina - atelier Brennand
Sofrimento 


Salão de esculturas

            
                        
Veja os vídeos da história da oficina Brennand (até o final)

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Entrevista de Brennand ao Jornal do Comércio - agosto 2008. 
Caderno de Arte ZH março 2013
História da Arte / Graça Proença
Site oficial Brennand




Clique: Instituto 'Ricardo Brennand'( um tour maravilhoso)

ARNOLD BÖCKLIN - A Ilha dos Mortos

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- 1880 - (em cinco versões)

- Tais Luso de Carvalho

Nascido na Suíça, em Basiléia / 1827, Arnold Böcklin aparece junto com Ferdinand Hodler, como o mais importante pintor suíço do século 19. Nas décadas de 1980 e 1890 foi o artista mais influente do mundo germânico ainda que, desde 1850 tenha passado a maior parte de seu tempo na Itália.

Logo enquadrou-se no Movimento Simbolista, da época, porém não se deixou influenciar pelos artistas franceses. Começou a pintar paisagens românticas. Depois suas obras inspiraram-se muito em figuras mitológicas, porém sua obsessão era com a morte; era ignorar a realidade e realçar a fantasia. Consolidou sua reputação com a obra 'Pan entre os Juncos' (1857), que marcou o momento que voltou ao mundo das ninfas, dos sátiros náiades e dos tritões, obtendo por vezes resultados absurdos.

Para ele o mundo era um sonho alucinatório, povoado dessas ninfas, sereias e faunos que traduzia a inquietude do homem. Sua tendência ao fantástico acentuou-se ainda mais após uma visita à Roma onde entrou em contato com as lendas e as mitologias locais dos quais extraiu o repertório para suas produções.

Posteriormente seu estilo tornou-se mais sombrio e carregado de sentimento místico como expressa em sua obra mais conhecida, A Ilha dos Mortos, perto de seu estúdio e onde enterrou sua pequena filha Maria. Essa obra, de 1880, encontra-se, atualmente, no Metropolitan Museun de Nova York. Ao todo são 5 versões - no qual o barqueiro dos infernos, Caronte, transportava as almas para outro mundo. Suas imagens mórbidas instigaram os surrealistas. O artista descreveu a primeira versão da obra A Ilha dosMortos de uma maneira muito peculiar:

Aqui têm, como desejaram, um quadro para sonhar. Ele terá de parecer tão silencioso que nos assustamos se alguém bater à porta. - Böcklin.

O próprio Böcklin tinha intitulado seu quadro como Um Quadro Para Sonhar. Seu negociante de arte,  Gurlitt, que conhecia o gosto da época, interferiu e lhe deu o nome de A Ilha dos Mortos. É uma obra dramática e, na sua quinta versão aparecem trovoadas que tornam a cena mais clara e pesada. Mesmo assim a Ilha apresenta uma calma misteriosa e inquietante. Será um lugar de culto ou  jazigo? Vemos fantasia, tranquilidade, despedida e nostalgia.

Intensamente criativo, Böcklin transformou-se no decorrer de sua carreira, num pintor extremamente preocupado com os detalhes. Foi como se quisesse, através desses cuidados, dar uma consistência mais objetiva às suas inquietantes fantasias.

Trabalhou em Dusseldorf, Roma, Weimar, Basiléia, Zurique, Munique e Florença. Exerceu influência sobre Max Ernest, Salvador Dali e Giorgio De Chirico. A melhor coleção de Böcklin está em Kunstmuuseum da Basiléia, sua cidade natal. O atelier mostrado abaixo é em Zurique.
Veio a falecer em 1901 - em Fiesole.

Algumas Obras:

Despontar da Primavera 1880 - Jovem com Flores 1866 - Auto-retrato - Brincando nas Ondas 1883 -Triton e Nereida - Ulisses e Calipso 1883 - Mar Calmo  1887 - A Ilha dos Mortos (em 4 versões) - Pan entre os Juncos  1858 - Ataque de Piratas 1886 - Medusa - Santo Bosque - Capela - Ruínas do Mar, entre tantas outras.

Clique nas fotos para aumentá-las


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Outra versão de A Ilha dos Mortos


Fontes:
Dicionário Oxford
Arte nos séculos – abril cultural
História da Pintura - Könemann

Arnold Böcklin

ARTE BIZANTINA & ROMÂNICA

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Mosaico: Imperador Justiniano e sua corte / Igreja San Vitale, Ravena


 - Tais Luso de Carvalho


Nos primeiros séculos depois da oficialização do cristianismo, essa primitiva pintura cristã dividiu-se em dois grandes ramos: 
um oriental, outro ocidental.


O ramo Oriental é a Pintura Bizantina.

A arte Bizantina surgiu na cidade de Bizâncio,  hoje Istambul. Na época, era capital do Império Romano do Oriente. O gosto do povo bizantino era inclinado ao luxo e esplendor, expressavam-se abundantemente na sua arte. Expressavam-se, sobretudo, na técnica dos majestosos e cintilantes murais de mosaicos, feitos de pequenos cubos de pedra ou artificiais, embutidos na parede com argamassa e também nos ícones, quadros religiosos pintados com têmpera ou encáustica, com incrustações de pedras preciosas, metais valiosos e matérias raras. Não eram contudo, um mero emblema de deleite, mas mostrava-se profundamente condicionada pelos ideais peculiares à própria civilização. 

Por exemplo, a forte corrente para alcançar a espiritualidade, proibia a glorificação do homem, em consequência disso a escultura não teve grandes possibilidades de desenvolvimento. A arte que mais se destacou foi a arquitetura, que teve que ser mística e extraterrena.

Como a civilização bizantina era um composto de elementos romanos e orientais, era inevitável que a sua arte combinasse o amor à grandiosidade e o talento da engenharia romana com a variedade de colorido  e a riqueza de detalhes característicos do oriente. 

Também, à serviço da religião, a pintura bizantina obedecia à lei da frontalidade, sob formas diferentes da egípcia. Desse modo era também uma arte dirigida. Na execução dos mosaicos, afrescos, ou ícones os artistas obedeciam a verdadeiros formulários prescritos pelos padres e aprovados nos Concílios, pois a pintura tinha como principal finalidade a propagação das verdades da fé e da História Sagrada, entre as populações iletradas da Idade Média.

A suprema obra artística da civilização bizantina foi a igreja de Santa Sofia, construída com enorme dispêndio de dinheiro pelo imperador Justiniano.


Seu ponto máximo foi a arquitetura, e cuja características foram:


- Uso de mármore em abundância.
- Decoração utilizando a flora e fauna como motivos principais.
- Torres com minaretes.
- Uso de arcadas sobre colunas e cúpulas pendentes.
- Uso do arco romano e do arco ogival ao mesmo tempo.


São desse período, entre outras, as seguintes obras arquitetônicas:
- Basílica de São Marcos, em Veneza.
- Basílica da Natividade, em Belém
- Igreja de Santa Sofia,  em Constantinopla
- Igreja de Santa Sofia, Rússia


Basílica de São Marcos - Veneza


Na pintura as principais características eram:

- Ausência de perspectiva e de volume
- Figuras sacras ou de imperadores
- Figuras alongadas, magras, pés, mãos e cabeça pequenos
- As figuras eram todas do mesmo tamanho, destacando-se algumas, apenas.
- Ausência de paisagem ao fundo
- Uso de ícones e das iluminuras
- Predomínio do mosaico
- Uso do azul, vermelho e muito dourado.

As outras artes bizantinas incluíam a escultura em marfim, os objetos de vidro com relevos, os brocados, as iluminuras em manuscritos, a ourivesaria e a joalheria, e muita pintura. Esta, porém não se desenvolveu tanto como as outras artes.  Os artistas bizantinos, em geral, preferiam os mosaicos. Eram desenhos conseguidos pela combinação de pequenos pedaços de vidro ou de pedra coloridos, formando padrões geométricos, figuras simbólicas de plantas e animais, ou mesmo uma cena rebuscada de significado teológico.
As representações de santos ou de Cristo eram comumente deformadas para criar a impressão de intensa piedade.


A pintura Bizantina se desenvolveu por mil anos, por todo o Império Bizâncio, destruído pelos turcos em 1453.



Abaixo: 
Mosaico descoberto sob a camada de tinta sobreposta pelos mulçumanos.
O mosaico representa o imperador Justiniano (à esquerda) oferecendo a igreja, e o Imperador Constantino oferecendo a cidade de Constantinopla à Virgem e seu filho. (Bizantine Institute).


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O ramo Ocidental é a Pintura Românica. 

Período que teve início no século V. Era uma pintura sobrecarregada de expressão pela intervenção de fortes sentimentos religiosos e, por isso mesmo, bastante deformadora das imagens visuais, rudimentar de técnica, muitas vezes ingênua e de inspiração popular. Desconhecia a perspectiva, o claro e o escuro, não representando a ilusão de espaço e de volume.

Destinava-se a traduzir sentimentos e distinguia-se pela vivacidade das cores. Sua técnica mais constante era a do mural afresco, no interior das pesadas igrejas românicas. Esta pintura evoluiu a partir do ano de 1200 para novas técnicas que iriam constituir a pintura gótica.




Arte Românica


Afresco Românico

Os pintores românicos caracterizaram-se não como criadores de telas de pequenas proporções, mas como muralistas. A pintura românica desenvolveu-se nas grandes decorações murais, favorecidas pelas formas arquitetônicas: as abóbadas e as paredes laterais com poucas aberturas criavam grandes superfícies. Na pintura mural era utilizada a técnica do afresco.

Os murais tinham como modelo as ilustrações dos livros religiosos, pois naquela época era intensa, nos conventos a produção de manuscritos eram decorados à mão com cenas bíblicas.

Os motivos usados pelos pintores eram de natureza religiosa. A pintura românica não registrou assuntos profanos. Para as igrejas e os mosteiros geralmente eram escolhidos temas como a criação do mundo e do ser humano, o pecado original, a arca de Noé, os símbolos dos evangelistas e Cristo em majestade.

A deformação, na verdade, traduzia os sentimentos religiosos e a interpretação mística que o artista fazia da realidade. Não havia nenhuma intenção em imitar a natureza.

Basílica de Saint-Sernin, Toulouse / França
Torre de Pisa / arquitetura românica



Referências:
História da Arte - G.Proença
História da Arte - Duílio Battistoni Filho
Civilização Ocidental - McNall Burns




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