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JOSÉ OROZCO

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 A Epopéia da Civilização Americana  / Dartmouth                                  
 

- Tais Luso 

José Clemente Orozco, pintor mexicano, nasceu em 1833 em Guzmán e faleceu em 1949, cidade do México. Desenhista de arquitetura, litógrafo e pintor estudou na Academia San Carlos. Após a Revolução mexicana iniciada em 1910 – movimento anti-latifundiário e anti-imperialista – Orozco tornou-se caricaturista e ligou-se aos artistas Rivera e Siqueros, formando o trio dos pintores de Vanguarda - social e politicamente engajados. Em seguida compôs cartuns políticos e cenas de bordel, numa veia de sátira social. Datam da mesma época seus famosos desenhos em aquarela, O México em Revolução, que tinha como objetivo provocar no povo analfabeto, profundas reflexões.

Seus grandes murais, de perspectivas dramáticas e trabalhados em tons fortes, retratam o sofrimento do povo indígena do México ao longo da conturbada história do país. Em 1922 deixou as aquarelas para se dedicar aos afrescos. Desiludiu-se com o Socialismo por causa da carnificina causada pela revolução mexicana 1910-1921.

Em 1927 Orozco se mudou para os Estados Unidos onde viveu até 1934. Bem sucedido nessa época recebeu encomendas para criar vários murais, entre eles O Épico da civilização americana1932 – 1934 e que retrata a história das Américas desde a imigração dos astecas para o México até a sociedade industrializada contemporânea. Os 24 painéis do mural cobrem 297 metros.

De volta ao México produziu suas melhores obras, como um Homem de fogo– 1936-1939, sua indiscutível obra-prima.

A arte de Orozco, ao mesmo tempo realista e monumental, tratada em grandes planos, em cores muito vivas, com luzes dramáticas, parece inspirada, em parte, pela escultura pré-colombiana. Ele era, sobretudo, animado por uma paixão social e política que atingia um lirismo épico impressionante.

La Trinchera
katharsis
O Homem de Fogo
Mural  Palácio de Jalisco
Palácio do Governo




A MULHER ATRAVÉS DA PINTURA

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- Tais Luso de Carvalho

ATRAVÉS DOS TEMPOS...  

Há milhares de anos o homem faz arte olhando o mundo ao seu redor: paisagem, animais, outros homens. E tira para si algo que tenha significado ou possa transmitir uma ideia ou sentimento. Um livro de arte é como um livro do tempo, pois nos mostra o mundo, o homem através de muitos milheiros.

O homem das cavernas não pintava paisagens, e na arte egípcia e romana elas pouco apareciam. Só no renascimento as paisagens surgem na pintura. Temas e interesses, formas e conteúdos vão se modificando ao longo do tempo, assim como o próprio homem.

Em arte tudo é transformação, porém um tema, o único que sempre esteve presente, desde o período pré-histórico, é a mulher – presente e sempre passando por transformações.

Vênus de Willendorf - Escultura de pedra.

Aprimeira mulher foi esculpida por um caçador primitivo no período pré-histórico / paleolítico superior há 40.000 anos. Atualmente se encontra no Museu de História Natural de Viena. Tem 11 cm de altura e foi esculpida em calcário Oolítico. Foi encontrada em 1908 na Áustria.



Deusa das Serpentes / Creta 1800 a.C.

Com o passar dos séculos surge a mulher de vestido longo e seios à mostra, a figura esguia da Vênus pré-histórica – Deusa da Serpente. Como é uma deusa, embora tenha corpo humano, é distante e severa na postura e no olhar. Mede 29.5 cm de altura e encontra-se no Museu Arqueológico de Heraclião / Grécia.



Retrato da Esposa / 1350 a.C - Fig Egípcia

As figuras egípcias são de uma elegância aristocrática. Essa mulher é leve, magra e com roupa. O olho de frente e o rosto de perfil; o corpo de frente, as pernas e braços de lado. Durante séculos o Egito representou dessa maneira as figuras humanas por força de uma tradição ligada a valores religiosos. Durante muito tempo a arte do Egito foi esquecida da Europa. A partir do século XIX é que a arte dos egípcios foi descoberta, passou a inspirar os artistas e ser admirada.



Vênus de Milo / séc II a.C. - Grecia

AGrécia nos deixou um mundo povoado por mulheres ideais e homens perfeitos. Na exaltação de Afrodite, a Deusa do amor e da beleza, o artista buscou a harmonia formal: graça na postura, suavidade nos contornos, proporção nas formas: livre, solta e bela. Por isso encantou gerações de artistas, inspirando o Renascimento no século XV e o Neoclassicismo no século XIX.



Flagellato e la Baccanti / séc I - Roma

A pintura romana chegou até nós graças a um terrível acontecimento: as cidades de veraneio Pompéia e Herculano ficaram por muitos séculos soterradas sob as lavas de um vulcão. Só no século XVIII é que foram descobertas as ruínas das duas cidades que guardavam, pelas lavas ressecadas, grandes exemplos da pintura romana. A arte de Pompéia guardou um caráter misterioso e particular por estar ligada a uma série de ritual que só as mulheres tinham acesso. Através dessas obras encontradas é possível imaginar como seriam as pinturas gregas e dos povos sob sua influência que se perderam no tempo e não pudemos conhecer. Embora mais realista, suas figuras são mais pesadas, as mulheres mais volumosas e menos preocupadas com os deuses.



Imperatriz Teodora / séc. I – Bizâncio


Os deuses e nobres estão distantes dos homens comuns. A lição grega aprendida pelos romanos já não interessava mais. É outra gente, outra época em contato mais estreito com o oriente. As obras desse período são frias, distantes, sagradas. Brilha mais o ouro no mosaico que o olhar dos santos. No luxo das roupas, um símbolo do poder.



Período Românico – séc XII

São raras as figuras femininas no período românico. A própria vida da mulher na sociedade medieval é apagada e reclusa, pois valores da religião cristã impregnaram todos os aspectos da vida medieval. A igreja como representante de Deus na terra tinha poderes ilimitados e assim glorifica mais o Cristo do que a Virgem. A noção do mal e do bem orienta a arte e predomina a ideia de que a mulher representa o pecado. Invariavelmente numa manifestação românica, ela é santa ou pecadora e tem o corpo maltratado. Santa ou pecadora –, mas nunca uma simples mulher.




Virgem com o Menino e os anjos / séc XIV 
Período Gótico

Lentamente vão surgindo o sorriso e a 'mulher'. Aparece aqui nesse período a riqueza das roupas, a harmonia da postura, a graça e elegância dos contornos. Nesse período a imagem da Virgem é exaltada, reabilitando a mulher que não é mais pecado e pode ser bela.
Essa obra é do artista italiano Cimabue. (afresco da igreja S. Francisco de Assisi - 1280)



O Nascimento de Vênus / séc XV - Renascimento

Em imagens religiosas ou profanas a beleza da mulher é outra vez enaltecida. Os artistas retomam a lição dos gregos. Fatores de ordem econômica e social contribuíram para uma nova visão do mundo. Dominando o conhecimento científico o homem se coloca no centro do Universo. Desvinculando-se dos laços que a atavam à religião, a arte respira um ar de liberdade e a natureza passa a ser o foco das atenções. Procura-se a harmonia, a proporção das formas. A pintura consegue dar às figuras uma ilusão de vida, de volume. E as paisagens um sentido de profundidade, graças à perspectiva. E o artista modela os rostos e os corpos femininos, buscando outra vez uma beleza ideal, a perfeição absoluta. 



Escultura Africana  / séc XX 

Aqui, já são outras as proporções e significados. É visto na arte africana, que a obra tem de corpo magro e cabeça grande demais em relação aos padrões Ocidentais. Mas isso pouco importava diante da coerência e da força expressiva que impressionava na obra. Há muito tempo a arte africana era conhecida, embora desprezada pelos europeus. Apenas no início do séc. XX, artista como Picasso buscou inspiração na África, reabilitando essa arte.




Barroco – O rapto das filhas de Leucipo 
séc. XVII - Rubens

Aqui as mulheres são loiras, gordas e sensuais, aparecendo entre espirais e arabescos. Pintura explosiva, sensual que fala ao sentido com suas figuras tão distantes das imagens sagradas de Bizâncio. E das formas do Românico. Os nus de Rubens são exuberantes.



Condessa de Howe / Gainsborough - séc XVIII

Aqui nas obras de Gainsborough, as mulheres são de uma síntese inglesa de elegância, requinte e boas maneiras. As figuras se mostram sóbrias, calmas e recatadas. Até na cor há sutileza com tonalidades de outono. O artista criou uma delicada harmonia. Nada é exaltação. Se existe alguma é no capricho das rendas. Uma graça discreta.



Mulher puxando as meias / Toulouse Lautrec – 1894

Lautrec cria uma mulher mais humana do que bela; não é mais cantada a beleza da modelo. Está muito distante dos nus de Ingrés ou da exaltação renascentista. A mulher também não é mais um símbolo religioso. Agora é focalizada sua intimidade. Um desenho forte, marcante e ágil, por vezes até caricatural, define a figura. A cor e o modelo tem menos importância. A mulher pode ser fria e triste, mas sempre vista naquilo que tem de mais humano e sofrido.



Mulher ao espelho / Picasso – 1932

Para Picasso a mulher importa pouco, a realidade também. Ambas são pretexto para uma fantasia de formas e cores. Olhando-se essa obra se procurarmos simplesmente pela mulher, não teremos resposta. Mas se procurarmos a pintura, encontraremos a riqueza das formas, a força das cores, a emoção oferecida por um desenho fluído que descreve mil espirais. É também a mulher, mas pretexto para uma festa colorida de Picasso.



Marilyn / Pop-art – Andy Warhol

Com várias nuances de cor, Marilyn virou coqueluche. A pop art começou com a apropriação de objetos que, para surtir efeito precisava multiplicar-se, nos mesmos moldes da publicidade, da imprensa e da indústria das celebridades. Este era um dos segredos. Ainda mulher, mas esquematizada, transformada em símbolo gráfico. A cultura das massas, contemporânea, a partir de 1950. Embora simplificada para facilitar a repetição e a reprodução em larga escala, essa mulher ainda é capaz de transmitir sentimentos e ideias. O que de fato muda no passo rápido da evolução e do progresso é a maneira de representá-la com as mãos da arte, universal e terna e com os olhos de cada época.



A obra depois de criada se liberta do seu autor, do lugar onde surgiu, e passa a viver autônoma no mundo da arte.







JACEK YERK E SUA OBRA SURREALISTA

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Outono - Jacek Yerka

Yerka nasceu em Torun (cidade no norte da Polônia) em 1952.Trabalha e reside, com sua família - esposa e 4 filhos -em um enclave rural de sua terranatal. Estudou arte e ilustrações antes de se tornar um artista em tempo integral, em 1980.

Yerka resistiu às pressões constantes de seus instrutores para adotar as técnicas com menos detalhes e rumar para a arte contemporânea. Porém sentiu que perderia o fascínio pela pintura, pela criação. O que aconteceu foi a constatação de seus professores em acreditar na arte maravilhosa de Yerka proveniente de seus sonhos de infância, de sua imaginação.

Sua família era de artistas. Seu pai era responsável pelas ideias, enquanto sua mãe elaborava com perfeição tais ideias. E foi nesse meio que Yerka cresceu.

Foi uma criança muito reativa, com problemas de adaptação com seus colegas de colégio, não participava de jogos ao ar livre, gostava de desenhar, trazer à tona seus sentimentos, a sua realidade íntima, seus sonhos. Era uma fuga da realidade..

Pensava em estudar astronomia ou medicina. Em 1980 já trabalhava para várias galerias de arte em Varsóvia, como também aceitando encomendas, dedicando-se quase que exclusivamente à pintura.

Em 1995, o artista foi premiado com o renomado World Fantasy Award como o melhor artista. Suas obras estão presentes na Polônia, Alemanha, França, EUA, entre outros tantos países. Tornou-se conhecido no mundo inteiro com seu surrealismo fantástico.

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Espuma - Jacek Yerka

Tectonic - Jacek Yerka

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A cidade está pousando
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Movimento Surrealista - clique aqui.

JOAN MIRÓ E EXPOSIÇÃO EM SÃO PAULO

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Domingo 24 de maio de 2015, abre a maiorexposição em São Paulo (e no Brasil), do artistaJoan Miró. São 112 obras, entre elas, algumas do acervo pessoal.
Essa exposiçãofica em cartaz até o dia 16 de agosto no Instituto Tomie Ohtake, comdesenhos, gravuras, além de fotografias sobre a trajetória do pintor catalão.
O neto de Joan Miró, Joan Punyet Miró organiza as exposições do artista, que se tornou uma referência da arte moderna do século XX. Com o passar dos anos Miró deu vida e sentimento às obras através das cores. As obras foram escurecendo, principalmente com as perdas de amigos como Picasso e Dalí.  ( Veja vídeo AQUI )
Encanto do Renascer - 1941

Joan Miró, pintor, artista gráfico, projetista e ceramista nasceu em Barcelona em 1893. Suas pinturas são inconfundíveis, cheias de símbolos e signos.

Miro foi uma criança introvertida e colecionava plantas e pedras. Sua visão, como artista, estava mais direcionada no firmamento, nos pássaros e nas mulheres. Isso se verifica na série Constelações, composta por 23 obras, onde tudo aparece individualizado, mas simultaneamente entrelaçados por uma sutil ‘teia de aranha’. 

Na adolescência foi auxiliar de escritório numa loja de remédios em Barcelona. Em 1911, debilitado por ter contraído febre tifóide, foi para uma região montanhosa da Catalunha onde sua família tinha propriedade. Na doença, contrariando seu pai resolveu dedicar-se às artes. E aos 27 anos foi para Paris, onde conheceu Picasso e outros nomes de vanguarda.

O encontro com o surrealismo aconteceu 4 anos depois quando conheceu o pintor André Masson. A tela O Carnaval do Arlequim - 1924 - marca a passagem influenciada pelo fauvismo e dadaismo para uma linguagem de síbolos, grafismos, a fosforescência das cores alegres, elementos livres, divertidos e lúdicos. Após ter sido apresentado aos surrealistas por Masson, incorporou, também, elementos do acaso em suas pinturas. A arte de Miró é mais alucinatória que onírica (referente aos sonhos).

Seus quadros do começo da década de 1920 trazem marcas das visões que experimentou em épocas de pobreza e fome. Suas complexas paisagens são habitadas por estranhos seres feitos de hastes e amebas. As cores fortes e as formas fantásticas também são típicas do estilo de Miró; Hirondelle Amour é uma das quatro pinturas preparatórias para tapeçaria produzidas durante o período que marcou seu retorno à pintura após trabalhar em colagens e criações baseadas em obras primas holandesas.

Suas primeiras obras sofreram influências de vários movimentos modernos – fauvismo, cubismo e dadaísmo, porém era associado ao surrealismo cujo manifesto assinou em 1924. 

Sua força criativa vinha da liberdade de seu inconsciente. Segundo Breton, Miró foi o mais surrealista de todos. Embora sua obra tivesse muito de lúdica, a guerra civil espanhola não deixou de influenciar algumas de suas pinturas, deixando-as mais sombrias e até atormentadas, que o artista retrata em momentos difíceis e tristes de sua vida: a Espanha - sob a ditadura de Franco; a Europa ocupada pelos nazistas; seus amigos perseguidos na França ou exilados na América.

Em 1940 volta à Espanha - para escapar da invasão alemã – e a partir daí, em Majorca, trabalha com cerâmica. 

Nos Estados Unidos, trabalhou no mural em Cincinnati, no ano de 1947; em 1950 num mural para a Universidade de Harvard; em 1958 em dois murais de cerâmica: ‘O Mur du Soleil e ‘Mur de la Lune – edifício da UNECO, em Paris. Neste período envolveu-se, também, com litografia e com projetos de vitrais, já com 80 anos. Veio a falecer em Barcelona em 1983, aos 90 anos.


 
Horse, Pipe and red flowers
Decifrando o desconhecido
 

Hirondelle Amour



Mais sobre Miró clique aqui-Fundação Joan Miro    - Em Barcelona 

                 

ALMEIDA JÚNIOR

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Moça com livro - 1879 / Almeida Júnior

- Tais Luso


José Ferraz de Almeida Júnior nasceu em 8 de maio de 1850 na cidade de Itu / São Paulo. Um dos mais representativos precursores do modernismo no Brasil morreu tragicamente assassinado nos braços de sua amante, mulher de seu assassino,no Largo da Matriz de Piracicaba, diante da família, de crianças e de alguns estranhos. Aspectos da vida particular de Almeida Júnior tornam-se curiosos à medida que sua morte foi ocultada por dezenas de anos pelas famílias envolvidas na tragédia.

Sua obraSaudade foi pintada meses antes de sua morte. Trata-se de uma moça, de luto, que chora a morte do marido enquanto contempla sua fotografia. Premonição?

A linguagem acadêmica e a visão quase fotográfica que se revelavam nos quadros do artista, situam-no como um pintor convencional. Entretanto a originalidade do tema, captando a realidade brasileira de cenas caipiras, mostram um certo espírito renovador, antecipando o ideal dos modernistas, animando-os.

Portinari inspirou-se em Almeida Júniorpara criar sua temática da pintura nacional. Cresceu como grafiteiro,inventandopinturas nosmuros da cidade. Regionalistanão aderiu ao movimento impressionista, mantinha-se dentro do atelier, comseu trabalho acadêmico realista.

Seus mestres foram Jules le Chefrel, Pedro Américo e Vitor Meireles. No Rio de Janeiro ingressou na Academia Imperial de Belas Artes. Porém, no ano de 1876, o Imperador D. Pedro II, fascinado com o seu trabalho, deu-lhe uma bolsa para a École Naturale Superieure des Beaux-arts, onde tornou-se aluno de Alexandre Cabanel, um dos mais renomados pintores da época, permanecendo em Paris até 1882. Em 1873 voltou ao Brasil abrindo seu atelier em São Paulo. E, em 1884 recebeu o prêmio concedido pelo governo Imperial, A Ordem da Rosa.

Em 1897 expõe em São Paulo a grandiosa Partida da Monção, obra que lhe custou dois anos de trabalho.
Seu nome permanece vivo no cenário artístico brasileiro, através de inúmeros trabalhos onde suas composições se desenvolveram em curvas amplas e superfícies imersas em luz, traduzindo o encantamento das paisagens do interior.

Clique nas fotos para aumentá-las
  Picando o fumo / 1893                                    Saudade / 1899
Leitura / 1892 
 Descanso do modelo / 1882
O Violeiro / 1899
O derrubador brasileiro / 1879

Referências e fotos.
Pintura no Brasil / Abril Cultural
Dicionário Oxford
Dasartes / Artes visuaii em revista

WASSILY KANDINSKY - ARTE ABSTRATA

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- Tais Luso


Wassily Kandinsky, um dos pioneiros da arte abstrata, nasceu em Moscou / Rússia, em 1866 e faleceu em 1944, em Neuilly-sur-Seine. Esse pintor mudou a arte para sempre. Suas obras de cor pura e formas abstratas marcou uma revolução nas artes: o nascimento do abstracionismo.

Foi escritor, teórico, entalhador, litógrafo e pintor além de ter estudado Direito e Economia  na Universidade de Moscou. Depois o rumo foi outro: as artes!

Após uma exposição dos impressionistas franceses, no qual um dos quadros de Monet o impressionou muito - Montes de Feno -, abandonou a carreira como professor universitário do curso de Direito e em 1896 partiu para Munique a fim de estudar pintura. Seus primeiros trabalhos, portanto, tinham uma notória influência desses impressionistas franceses e da arte folclórica de sua Rússia. Participou, também, do movimento expressionista.

Em 1901 foi um dos fundadores de uma sociedade de vanguarda chamada Falange, na Alemanha, e o principal porta-voz da Art Nouveau. Suas pinturas, na virada do século, combinavam Art Nouveau com reminiscências da arte popular russa. 

Em 1908 o russo Kandinsky voltou à Munique e começou uma transformação: trocou o elemento figurativo pela abstração pura. Sua primeira ‘sinfonia visual’ foi mais pela busca do geométrico do que por uma linha figurativa. A sua busca pelo elemento não figurativo deu-se quando não reconheceu sua própria obra - figurativa - que estava de cabeça para baixo, vendo nela uma bela obra.

Antes de sua primeira exposição - 1910, O cavaleiro azul - Kandinsky apresentou seu ensaio acerca do espiritual da arte, que só conseguiu publicar dois anos mais tarde. Nesse livro Kandinsky desenvolveu suas ideias acerca de um estilo autônomo, de uma pintura que não careceria de descrição dos objetos. Nesse ponto o artista mostrou sua intenção de ser reconhecido como o inventor do primeiro trabalho abstrato. 

Não diria que o artista repudiava a representação, mas afirmava que o artista puro seria aquele que conseguisse expressar somente sentimentos interiores e essenciais, ignorando o superficial e o eventual. 

Em 1914 retornou à Rússia onde foi laureado por várias vezes. Porém, descontente com a ascensão do desenho industrial que subordinavam as belas artes, deixou a Rússia em 1921 assumindo o cargo de professor na Bauhaus.  

Em 1927 naturalizou-se alemão, mas em 1933 deixou a Alemanha rumo à França,  quando a escola foi fechada sob pressão do Partido Nazista, e Kandinsky  exilou-se em Paris, obtendo a cidadania francesa em 1939  permanecendo na França o resto da sua vida.


Algumas obras: 
Do espiritual na arte - 1912
Reminiscências - 1913
Ponto e linha sobre o plano - 1926
Esboço de uma obra II - 1909
Os Cossacos - 1910
Lirismo - 1911
Improvisação 31 - 1913
Composição VI - 1913
Composição 218 - 1919 
Círculos no escuro - 1921


A cor é uma força poderosa que influencia diretamente a alma...
e nela provoca vibrações.

No Azul - 1925






Veja vídeo

Com óculos de realidade aumentada, é possível ver o quadro se desmembrando de acordo com o movimento do visitante, e acompanhar toda a complexidade das obras do artista. Essa exposição - com mais de 150 obras - ficará no Brasil até setembro de 2015. 
Atualmente encontra-se no Centro Cultural Banco do Brasil, em São Paulo.

CARYBÉ – BIOGRAFIA E OBRAS

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       - por Tais Luso

Carybé, o artista que traduziu o encantamento da Bahia! Mas seu verdadeiro nome é Hector Julio Páride Bernabó, e nasceu em Lanus, na Argentina, em 1911. Passou sua infância na Itália, entre Gênova e Roma e veio para o Brasil em 1920. Porém 10 anos depois, retorna para sua terra natal. Nesse meio tempo Carybé, dotado de grande talento para o desenho, estuda na Escola Nacional de Belas Artes, no Rio de Janeiro e posteriormente na Escola de Artes Decorativas de Buenos Aires.

Nessa cidade inicia a carreira jornalística fazendo ilustrações para o jornal Notícias Gráficas. Mais tarde é contratado pelo Pregón, para fazer reportagens sobre o Brasil e é quando se entusiasma pela Bahia.

As obras que expõem pela primeira vez, no Museu Nacional de Buenos Aires, em 1940, são desenhos e aquarelas de estilo figurativo, representando motivos baianos.

Dez anos mais tarde depois de vir algumas vezes ao Brasil e de realizar várias exposições nas galerias de Buenos Aires, Carybé se fixa-se definitivamente (1950) em Salvador, integrando-se ao mundo artístico brasileiro, alcança êxito com seus quadros e painéis onde descreve cenas de dança e de capoeira através de traços rápidos e vibrantes; esculpe Orixás em madeira e prata ou pinta mulatas com cores vivas.

Seu currículo inclui dezenas de individuais no Brasil e no exterior e diversas participações em exposições coletivas. Em 1956 teve sala especial na Bienal de Veneza (Itália). Ilustrou livros de Mário de Andrade (Macunaíma - um dos grandes romances modernistas); de Rubem Braga (A Borboleta Amarela); de Gabriel Garcia Marquez ( O Enterro do Diabo); de Jorge Amado (O Sumiço da Santa) entre outros. Em 1996 expôs em Madri, e em Paris.

Artista de vários prêmios, participando de várias Bienais de São Paulo, ganhou como Melhor Desenhista Nacional de 1955. Seus painéis destinaram-se à decoração de edifícios públicos, executou em 1958 o painel do atual Aeroporto Kennedy, em Nova York.

Pela visita da Rainha Elizabeth, ao Brasil em 1969, foi-lhe ofertado uma obra de Carybé - pelo governo brasileiro. Dado a isso o artista recebeu um convite para expôr na Tryon Gallery de Londres.

Faleceu em na Bahia / Salvador em 1997 aos 86 anos. Foi gravador, pintor, desenhista, ilustrador, ceramista, muralista e jornalista.

Argentino, naturalizado brasileiro.











Referências: Bolsa de Arte do Rio de Janeiro /2003
Arte nos Séculos / Abril Cultural.



RODRIGO DE HARO

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Rodrigo De Haro nasceu em Paris / França, em6 de maio de 1939. Poeta, mosaicista, gravador e pintor. E também imortal da Academia Catarinense de Letras. É filho do tambémconhecido pintorMartinho de Haro, que ganhou como prêmio uma bolsa de estudos na França, onde passou longa temporada. Rodrigo nasceu em Paris e veio bebê para o Brasil logo que estourou a II Guerra, em 1939. Foi criado entre as tintas epincéis na casa da família, na rua Altamiro Guimarães, nocentro de Florianópolis, queera um local de encontro de artistas e intelectuais.

Em 1958, realizousua primeira exposição individual na Faculdade de Direito de Florianópolis. Suas poesias datam desde 1960, como organizador do movimento surrealista – brotadas do inconsciente humano – e tem seus poemas publicados em livros e em antologias no Brasil, Espanha e Estados Unidos. Em 1987, trabalhouna decoração do Teatro Municipal de Florianópolis com 80 painéis - Mandalas.

Também trabalha com Art-nouveau e figuras orientais trabalhando com elementos diversificados. Suas obras espalham-se por diversos lugares, inclusive na Igreja de Santa Catarina de Alexandria, em homenagem àpadroeira de Florianópolis. Entre muitas atividades, é autor, também,de todos os cenários do filme sobre Cruz e Sousa rodado pelo cineasta Sílvio Back.

Há anos, divideseu tempo entre Florianópolis e São Paulo, o que, com certeza, deve conferir mais visibilidade às múltiplas iniciativas em que sempre se envolve, emprestando seu talento não apenas às letras e às artes em geral, mas especialmente à arte do mosaico, que tem nele um realizador emérito, pelo estilo, pela força, pela surpresa de suas obras, pela extravagância do colorido e pela temática, sempre comprometida com nossa latinidade, nossa gente, nossa fé e nossa cultura.

Sua pintura há décadas que caminha junto com sua produção literária, ambas de estilo inconfundível, pessoal, onde estão presente os mesmos temas e obsessões. Podemos dizer que sua pintura é literária e sua poesia é, predominantemente, imagens visuais.











Clique nas obras para aumentá-las








JOAN MIRÓ EM FLORIANÓPOLIS - SC

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Finalmente, deixando São Paulo, a mostra do catalão Joan Miró chega, agora, em Florianópolis, no Museu de Arte de Santa Catarina. 

A exposição A Força da Matéria, com suas 112 obras, entre pinturas, esculturas, desenhos e gravuras, permanecerá até 14 de novembro de 2015.

O Museu de Santa Catarina está representado entre outros artistas por obras de Eduardo Dias, Malinverni Filho, Martinho de Haro, Eli Heil, Elke Hering, Rubens Oestroem, Henrique Schwanke, Juarez Machado, Rodrigo de Haro.

Na coleção Nacional o Museu conta com Di Cavalcanti, Cândido Portinari, Djanira, Alfred Volpi, Tarsila do Amaral, Guignard, José Pancetti, Carlos Scliar, Iberê Camargo, Tomie Ohtake, Aldo Bonadei, Mario Zanini, Lula Cardoso Ayres, Frans Krajcberg, Antonio Maia, Marcelo Grassmann, Fayga Ostrower, Antonio Henrique Amaral, Livio Abramo. 

- Joan Miró 1893/1983.-

Veja matéria de Joan Miró, como também sua passada por São Paulo:









O MINIMALISMO / FORMAS ELEMENTARES

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Dan Flavin / 1933 – 
Obra em luz, ligando tubos fluorescentes à parede em rígidos desenhos geométricos 
que criam campos de cor.

          

              - Tais Luso


Os fundadores do Minimalismo foram os escultores americanos da década de 1960/1970 em Nova Iorque, e que definiram como uma arte que buscou livrar-se de tudo que as pessoas costumavam achar não essencial à arte.

Portanto, Minimalismo, é um estilo em que, na arte, quer dizer: reduzir ao mínimo o emprego de elementos ou recursos, tornando tudo o mais simples possível. É uma ausência da grandeza; apenas uma interação entre objeto, expectador e espaço. Os minimalistas tal como os pintores hard edge erradicaram a marca pessoal, toda emoção, toda imagem e mensagem.

É uma arte de puro e simples objetos materiais não portadores e nem condutores de emoção e ideias. Para obterem um efeito tão puro e anônimo usavam materiais pré-fabricados em formas geométricas simples, como caixas de metal e tijolos.

O Minimalismo foi uma reação contra a presunção do Expressionismo Abstrato e a vulgaridade do Pop-art – segundo a historiadora de arte americana Carol Strickland.

Tendo eliminado a personalização e o consumismo, o legado dos minimalistas foram formas mecânicas frias para o expectador fazer delas o que os artistas fariam. Prateleiras de metal numa parede ou vidraças no chão da galeria e uma prancha encostada na parede são arte minimalista.

A exposição minimalista definitiva foi a do artista francês Yves Klein, que mostrava absolutamente nada, apenas as paredes da galeria caiadas de branco, contendo objeto algum e tela alguma. Dois patrocinadores compraram quadros não existentes e Klein exigiu o pagamento em ouro. Comparado a eles, Mondriam é expressionista – disse o marchand Léo Castelli.


Carl Andre / 1935 – foi para o extremo oposto da escultura vertical tradicional, figurativa, sobre pedestal. Fez arranjos de tijolos, blocos de cimento e lages lisas no chão em configuração horizontal, como em sua fileira de 7 metros de tijolos no chão.

Robert Morris / 1931 – é conhecido por esculturas de grandes proporções geométricas e Hard Edge, como maciços ângulos retos. 
Formas unitárias não reduzem relacionamentos, mas os ordenam – disse ele. Também faz esculturas anti-forma em materiais macios, pendentes como feltro.
 As peças escorrem pela parede, esculpidas pela gravidade.

Sol Lewitt / 1928 – cria formas simples em série, 
como cubos brancos ou pretos, 
abertos ou fechados.

Richard Serra / 1939 – sua obra foi reprovada, uma imensa escultura de metal (Arco Inclinado) colocada numa praça pública de Nova Iorque - foi removida em 1989.

Donald Judd/ 1928 – fez caixas de aço inoxidável industrializado, 
colocadas em fileiras verticais na parede.


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Referências:
Arte Comentada - Carol Strickland e John Boswell / ed Ediouro - 2004



IBERÊ CAMARGO - SEU PROCESSO NA PINTURA

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        Retratos, paisagens, naturezas-mortas, carretéis, explosões abstratas, tudo feito com paixão emergindo de uma força estranha. Tudo expressava um momento, muito longe da inércia.
       Em 1980, num incidente em uma das ruas do Rio de Janeiro, o artista matou um homem. O caso teve enorme repercussão. Esse episódio deixou Iberê extremamente abalado fazendo com que o artista retornasse ao figurativismo. Iberê volta para Porto Alegre em 1982, abrindo seu atelier na rua Lopo Gonçalves. Continua a produzir muito, em 1986 abre seu atelier no bairro Nonoai, e lança o livro No andar do tempo – 9 contos e um esboço autobiográfico.
     Sua obra torna-se trágica, com figuras esquálidas, onde pode-se ver incutido no artista, a tragédia: mais solidão e sofrimento. Sua vida foi, praticamente, transportada para as telas, tanto em suas fases tumultuadas como nas mais calmas. Suas pinceladas deixaram uma história rica na trajetória das artes.
      Todo o artista deixa sua vida nas telas brancas e frias; acabada a obra, tudo vira história, emoção, beleza e riqueza de detalhes. Mas, marcado por tragédias pessoais, a obra de Iberê mostra pinceladas dramáticas e amargas nos últimos anos de sua vida.


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Ver link Iberê Camargo nesse blog: AQUI



OS MOAIS DA ILHA DA PÁSCOA

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           - Tais Luso

Foi no século XX, nos anos 80, que começou a especulação mais detalhada dos Moais na Ilha da Páscoa, construídos entre 1200 e 1500 d.C. A ilha localiza-se a 3.007 quilômetros da costa do Chile. Esses nativos criaram esculturas de 3 a 10 metros de altura e de 25 a 50 toneladas, demonstraram a técnica de seus ancestrais.

A primeira suposição é que esse povo nativo,  Rapanui, usando picaretas de pedra bruta entalhavam uma estátua gigantesca da cratera de um vulcão extinto. Depois baixavam a estátua até a base do vulcão onde a colocavam num buraco, na posição vertical. Terminavam de esculpir e davam o polimento com pedra-pomes.

Faziam então uma moldura de bambu para a estátua, içavam-na com cordas, colocavam num trenó de madeira, e transportavam as esculturas e as colocavam viradas para o interior da ilha, como proteção ao povo Rapanui. Só restava levantar a estátua e colocá-la sobre a base de dois metros de altura.

Como faziam isso? Usando dois postes como alavanca, erguiam a estátua alguns centímetros e enfiavam pedras para manter a inclinação.
Repetiam esse processo muitas vezes até que a estátua ficasse de pé. Ao fim de certo tempo mais de 800 figuras gigantescas montavam guarda na pequena ilha do Pacífico. O tamanho desproporcional de suas cabeças era devido ao fato de os polinésios acreditarem que a cabeça era a sede da sabedoria.

A segunda suposição seria arrastar o Moaie incliná-lo para a frente e para cima, possibilitando aos Rapanui - centenas de homens - uma deslocação mais estável ao longo de centenas de metros.

Um grupo privado tem escavado a ilha para continuar as investigações e surpreenderam-se com alguns corpos escondidos. E surgem novas dúvidas: estiveram sempre assim ou a ilha sofreu um deslizamento e os Mois ficaram com uma parte do corpo enterrado? Alguns mistérios ainda continuam.







Referências: 
Arte Contemporânea / Carol Strickland - Ediouro 2004
Obvious – cultura colaborativa



APENAS UM AMIGO - REFLEXÕES NO ATELIER

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Abstrato - Tais Luso

      - por Tais Luso de Carvalho

Mais uma madrugada e mais outro amanhecer, sempre o mesmo ritual: a noite despedia-se enquanto surgia a tímida luminosidade do amanhecer.

Mariana permanecia no sótão da casa entre telas e pincéis. Ali em seu atelier, ela dava vazão às suas emoções, colocando em cada pincelada um pouco de seu espírito, por vezes melancólico e solitário. Os suaves e disciplinados acordes uniam-se em melodias que lhe tocavam o coração: as Ave-Marias de Gounod, de Shubert, de Donati...

Não demorou muito para que ela largasse as telas e desse descanso aos pincéis. Já cansada, debruçou sua cabeça sobre a mesa e passou a refletir sobre sua vida, seus encantos e desencantos, seus afetos, seus amigos, sua família.

Simpatizante da filosofia budista questionava-se, também, sobre a reencarnação e outros tantos caminhos. Mas até aquele momento não chegara a um consenso. Ao mesmo tempo em que estava sintonizada com a estética, estava em dissonância com seus valores e com sua espiritualidade.
E ali viu-se só.

A música inundava o atelier amenizando sua solidão. As tintas e os pincéis, antes deixados de lado, agora testemunhavam os abafados soluços de Mariana. O tempo foi cumprindo o seu percurso até que Mariana levantou a cabeça como se estivesse emergindo de profundezas. E fixou, ao acaso, seu olhar num quadro esquecido, dependurado e coberto num canto do atelier, quase diante de sua mesa, ao lado de objetos insignificantes.

Com curiosidade, levantou-se e removeu um pano que encobria o quadro que havia pintado há muitos anos. Um pouco surpresa, ficou a olhar aquele rosto de expressão suave, olhos cheios de ternura e os cabelos castanhos caindo sobre o belo rosto, numa suave harmonia.

Voltou à mesa e dali ficou a observar aquela expressão tão singular: um olhar que não recriminava e lábios que não acusavam. Talvez ela tivesse descoberto, em algum recanto de sua alma, sentimentos de generosidade e complacência. E pintara um retrato comprometido com esses sentimentos e com suas carências.

Já menos amargurada, levantou-se e substituiu a música: colocou “Chanson d’enfance” e enterneceu-se como se buscasse um afago; queria sentir apenas a alegria do momento, e ter uma paz que não oscilasse. E assim ficou por bom tempo, recostada no sofá, deixando-se conduzir pelos suaves acordes.

Mais tarde aproximou-se do quadro e fixou seus olhos na pintura:

- E agora Amigo? Estamos aqui sozinhos, frente a frente... Mas nada ouso Te pedir, guardo na memória a tua Via-Sacra... Mas procuro apenas alguém que me escute, que retorne comigo à infância, e que compartilhe de meus projetos; ainda que pequenos projetos; e que na solidão de minhas madrugadas esteja presente...

Sinuoso, o sol invadiu o atelier deixando uma sensação de conforto. Mariana caminhou em direção ao quadro, beijou o meigo rosto e encostou a porta...
- Até amanhã.


( Conto publicado na Revista de Artes Dartis nº 24)

ANTÔNIO HENRIQUE AMARAL

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 - Tais Luso de Carvalho

 Antônio Henrique Amaral nasceu em São Paulo no ano de 1935.Formou-se emDireito pela Universidade de São Paulo. Iniciou sua formação artística em 1952, na Escola do Museu de Arte de São Paulo, MASP, com Roberto Sambonet. Também estudou gravura com Lívio Abramo no Museu de Arte Moderna de São Paulo, MAM/SP, em 1956.

 Pinto o meu hoje, uma coisa que está constantemente fugindo. Se eu fixar alguma coisa importante, minha pintura será importante; senão, azar meu, azar de minha vida. Não situo minha pintura em nenhuma vanguarda ou retaguarda, mas em minha época, em meu lugar, aqui.

Assim se expressou Henrique Amaral, depois de uma exposição em São Paulo em 1967, que reunira obras de um figurativismo estilizado, fantástico. Eram telas que apresentavam uma imagem subjetiva e racionalizada da realidade, marcando uma fase bem definida de sua pintura.

Realizando quase que exclusivamente 'gravuras', o artista fez sua primeira exposição individual em 1958, no Museu de Arte Moderna de São Paulo. No mesmo ano viajou para a Argentina e Chile, expondo no Instituto de Arte Moderna de Santiago. Logo em seguida partiu paraos Estados Unidos onde conseguiu uma Bolsa de Estudos na Tungram Merril Foundation, onde se especializa em gravura comMunaKata, no Pratt Institute de Nova York.

Exposições nacionais e internacionais se sucederam incluído a participação nas V, VI, VII e IX bienais da Bahia, conquistando muitos prêmios, admiração e prestígio.

Foi após o golpe militar de 1964, que sua obra transformou-se numa temática social e agressiva.Em 1967 lança seulivro O Meu e o Seu, na Galeria Mirante, com apresentação e texto de Ferreira Gullar e capa de Rubens Martins. Nesse pontoinicia seutrabalho em pintura.

Porém, em setembro de 1969, na Galeria do Copacabana Palace do Rio, um único tema apoderou-se de seus quadros: as conhecidas Bananas! Bananas isoladas, em cachos, maduras,verdes e apodrecidas, enfim, tudo funcionou como metáfora durante o golpe militar. Deu seu recado como sabia, através da sátira.

Em 1975 retorna ao Brasil após algumasexposiçõesnos Estados Unidos e em outros paísese revigora sua pintura partindo para o abstrato,com influências surrealistas e inspirado em artistas como Roberto Matta e Joan Miró.

Em 24 de abril de 2015 Henrique Amaral morre aos 80 anos, em São Paulo, de câncer depulmão.





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 Vídeo com o artista - vários de seus períodos. TV Cultura 29/4/2015

Aguarde uns  'segundos' a propaganda do vídeo
  
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Documentários TV Cultura.
Pintura do Brasil - Abril Cultural



TÉCNICAS PARA PEANHAS (SUPORTE PARA SANTOS)

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 À pedido de leitores do blog Das Artes  posto algumas técnicas (minhas) para peanhas. São muito fáceis e podem ser feitas em madeira, resina, cerâmica ou gesso.
 O 'crédito' das fotos - para efeito decorativo da página - estão no final da postagem.

FOLHAÇÃO COM OURO

- Impermeabilizar a peanha com goma laca - 3 vezes. Entre cada demão deixe secar ou use o secador.
- Passe verniz mordente e espere ficar no ponto de grude. Notará ao tocar.
- Grude as folhas de ouro ou prata, uniformemente, com pincel macio para não ficar marcado.
- Deixe secar bem.
- Passe goma laca incolor para impermeabilizar e com o tempo não oxidar.
- Deixe secar.
- Passe betume, diluído na água raz, mas num ponto fraco.
- Retire com um pano macio, deixando aparecer bem o ouro.




EFEITO BAMBU ENVELHECIDO

- Impermeabilize 3 vezes a peanha (de gesso ou resina) com goma laca indiana. Deixe secar entre uma e outra demão.
- Passe o betume dissolvido com água raz e logo em seguida limpe com um pano macio no mesmo sentido.
- Passe cera nos dedos, besunte os dedos com purpurina ouro e faça nuances, de leve, nos pontos da peça que você quer o ouro. Ou coloque folhas de ouro, mais bonito!





 EFEITO MARFIM

Impermeabilize a peça com uma demão de goma laca incolor.
Passe tinta a óleo branca (bisnaga) em toda a peça.
Deixe secar bem.
Pinte com tinta bisnaga na cor marrom terra, ou siena e vá retirando com um pano macio por partes. Deixe um pouco de tinta nas partes mais profundas.
Deixe secar e abra o lustro.




EFEITO TERRACOTA

- Dê uma demão de tinta PVA na cor terracota, flamingo ou salmão.
- Deixe secar.
- Dilua a tinta a óleo (bisnaga) branca em um pouquinho de água raz, até ficar cremosa.
- Aplique em toda a peça.
- Retire em seguida com um pano macio.



EFEITO MADEIRA VELHA 'COLORIDA'

- Não impermeabilize a peça.
- Escolha uma 'tinta a óleo' da cor desejada e um pouquinho de água raz para dissolver.
- Passe na peça. Deixe secar.
- Passe betume dissolvido ao tom médio e vá limpando por partes.
- Coloque talco em toda a peça e retire o excesso.

- Abra o lustro, e se quiser, aplique com o verniz mordente, alguns filetes de folha de ouro. 




EFEITO ENVELHECIMENTO RÚSTICO (sem foto)

- Passe 1 vez a goma laca indiana.
- Passe as 3 tintas a óleo (bisnaga) na ordem verde, marrom e vermelha, uma após a outra, esperando uns 5 minutos de secagem entre elas.
- Espere um pouco e retire tudo com papel higiênico.
- Solte talco e passe uma flanela.


EFEITO MADEIRA MUITO VELHA (sem foto)

- Passe betume diluído em água raz 'sem impermeabilizar' a peça, nem muito forte, nem muito fraco. Espere uns minutos e jogue talco por cima. Retire o excesso com pano macio. Se quiser repita a operação, pois essa técnica permite tudo, até erros.

A peça ficará bem velha. Se gostar aplique filetes de folha de ouro envelhecida e impermeabilize apenas as folhas. Cubra com betume e retire logo.

EFEITO MADEIRA ESTILIZADA (sem foto)

- Aplique uma demão de goma laca purificada.
- Misture 2 partes de betume e 1 parte de água raz. Aplique sobre toda a peça.
- Deixe secar.
- Passe um Bombril suavemente sobre as áreas em relevo.
- Misture a goma laca e um pouquinho de purpurina e aplique sobre as áreas que deseja realçar.




'Crédito' das fotos aos sites:

- Vila Club
- Villa Antica
- Catálogo Das Artes
- Mercado Livre
- Leilao Justo
- Empório de Arte
- Detalhes Leilões




IDADE MÉDIA: O REINO DA RELIGIÃO

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AIdade Média compreende o milênio entre os séculos V e XV, aproximadamente desde a queda de Roma até o Renascimento. O período inicial é chamado Idade das Trevas, depois da queda do Imperador bizantino Justiniano (ano 565), até o reinado de Carlos Magno (ano 800).
Mas a Idade das Trevas foi apenas uma parte da História da Idade Média. Há muitos pontos de luz na arte e na arquitetura, desde o esplendor da corte bizantina, em Constantinopla, até a imponência das catedrais góticas.
Nessa época, o cristianismo triunfou sobre o paganismo e o barbarismo - os bárbaros destruíram o que levara 3000 mil anos para ser construído.
Uma vez que o foco cristão se dirigia para a salvação e para a vida eterna, desapareceu o interesse pela representação realista do mundo. Os nus foram proibidos e até as imagens de corpos vestidos revelavam a ignorância da anatomia. Os ideais greco-romanos de proporções harmoniosas e equilíbrio entre o corpo e a mente desapareceram. Os artistas medievais se interessavam exclusivamente pela alma, dispostos principalmente a iniciar novos fiéis nos dogmas da igreja.
Os teólogos acreditavam que os cristãos aprenderiam a apreciar a beleza divina através da beleza material, e o resultado foi uma profusão de mosaicos, pinturas e esculturas.
Na arquitetura também a arte medieval se formou de três estilos diferentes: o bizantino, romano e gótico.
Tanto os romanos como os bizantinos seguiam a tradição dos 'Mosaicos' ( montagem de cubos coloridos). Enquanto o Mosaico Romano era de cubos de mármore opaco, com acabamento liso e uniforme, cores limitadas à tonalidade de pedras, e usados em residências, com temas seculares inspirados em batalhas e jogos, e com paisagem ao fundo, o Mosaico Bizantino era feito de cubos de vidro brilhante, superfícies irregulares, e usados em paredes e tetos no adorno de igrejas, e sempre com temas religiosos. Normalmente o fundo era em azul.

ÍCONES
Melancólica como as imagens de mártires torturados não se pode falar em arte bizantina sem um olhar para os ícones. Eram pequenos painéis de madeira com imagens pintadas, supostamente com poderes sobrenaturais. As imagens são rígidas, em pose frontal e geralmente com olhar fixo. Acreditava-se que os ícones tinham propriedades milagrosas. Fiéis mais ardorosos os carregavam para a guerra, outros gastavam a pintura de tanto beijá-los. Tão forte se tornou o culto aos ícones que eles foram proibidos entre 726 a 843, por desobediência ao mandamento contra a idolatria.



MOSAICOS
Uma das maiores formas de arte, surgiu entre os séculos V e Vl em Bizâncio, já em poder dos turcos e em capital italiana, Ravena. Os mosaicos eram utilizados na propagação do novo credo oficial, o Cristianismo, portanto o tema era a religião em geral mostrando Cristo como mestre e senhor todo-poderoso. Uma suntuosa grandiosidade, com halos iluminando as figuras sagradas e fundo resplandecendo em ouro, caracterizava essas obras.
As figuras humanas são chapadas, rígidas e simetricamente colocadas parecendo estar penduradas. Os artesãos não se interessavam em perspectiva ou volume. Suas figuras humanas eram altas, esguias, com rosto amendoado, olhos enormes e expressão solene, olhando para a frente, sem o menor esboço ou movimento.
Mosaico Bizantino

Mosaico Romano

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Arte Comentada: da pré-história ao pós-moderno / ed. Ediouro
Rio de janeiro 2004 – Carol Strickland, Ph.D.

FRIDA KAHLO 1907 / 1954

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The Little Deer - 1951
  

 - por Tais Luso 


Pintora mexicana e de muita relevância para as artes e principalmente para seu país. De temperamento e atitudes independentes para sua época, possuía uma saúde frágil desde sua infância, se agravando após um acidente de carro, na cidade do México, quando saia da escola.

Sua obra é muito interessante, principalmente seus auto-retratos onde podemos ver seus traços fortes, suas sobrancelhas que se juntam acima do nariz. Podemos ver que a artista domina completamente a arte do desenho.

De atitudes muito de vanguarda para sua época, Frida só agia de acordo com suas convicções. Quando em 1913 contraiu poliomielite, aos 6 anos,  ficou com uma lesão no seu pé direito. A partir disso ela começou a usar calças e depois, longas e exóticas saias, que vieram a ser uma de suas marcas.

De 1922 a 1925 Frida começou a interessar-se muito por pintura e a frequentar a Escola Nacional Preparatória do Distrito Federal do México onde assistia as aulas de desenho. Em 1925, aos 18 anos aprendeu a técnica da gravura com Fernando Fernandez. Porém sofreu um grave acidente num ônibus no qual viajava. Este chocou-se com um trem, levando a artista a um longo sofrimento. 


Em 1928 quando Frida Kahlo entrou no Partido Comunista Mexicano, conheceu Diego Rivera, pintor muralista com quem se casaria no ano seguinte. Entre 1930 e 1933 ficou muito em Nova Iorque e Detroit com o marido.

Frida retratava a sua biografia nas obras.  Durante toda a sua vida, o amor e a dor – física e emocional – estiveram em suas obras tanto na vida pessoal quanto na profissional. O acidente de ônibus que lhe causou lesões no útero e na coluna, 30 operações ao longo de sua vida, mais seus abortos, e as inúmeras traições de Diego Rivera,  não poderiam estar ausentes das telas de Frida.

Submeteu-se a várias cirurgias ficando muito tempo acamada. Durante a sua longa convalescênça começou a pintar, com uma caixa de tintas que pertenciam ao seu pai, e com um cavalete adaptado à cama.

André Breton, poeta francês e teórico do surrealismo, em 1938 qualifica a obra de Frida como surrealista, para uma exposição na galeria Julien Levy de Nova Iorque. Após esta ocasião disse ela: 

Pensavam que eu era uma surrealista, mas eu não era. Nunca pintei sonhos. Pintava a minha própria realidade.
Sua realidade era dolorosa apesar de ter tido inúmeros relacionamentos amorosos inclusive com o líder revolucionário russo Leon Trótski. Sua ardente relação com o marido, Diego Rivera, muralista mexicano, era turbulenta (ambos tinham casos extraconjugais) e foi pontuada por períodos de separação. Após o assassinato de Trótski, eles se casaram meses depois.

Portanto, sua vida afetiva sempre foi tumultuada, jamais encontrou a paz. Em seu atestado de óbito consta que veio a falecer de embolia pulmonar, não se descartando, porém, ter sido envenenada por alguma das amantes de seu marido.  Isso, segundo a biópsia.

Das 143 pinturas de Frida Kahlo, mais de 50 são autorretratos e até mesmo seus outros trabalhos são estritamente autobiográficos.

Nasceu em Coyoacán. Seu pai era fotógrafo alemão e sua mãe uma mestiça. Frida teve sua perna direita amputada em 1953, após exposições no México, Estados Unidos e Europa. Morreu de câncer em sua cidade natal.



Auto-retrato                                               Árvore da Esperança
As duas Fridas -  1939
Abraço Amoroso no  Universo  - 1949
Auto-retrato entre fronteira do México e Estados Unidos - 1937
Dois nus numa floresta - 1939

Frida e Diego Rivera



Referências: Tudo sobre Arte - Sextante / RJ 2011
História da Arte - Graça Proença

ANITA MALFATTI

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O Homem amarelo / 1915

         - Tais Luso de Carvalho

Anita Malfatti nasceu em São Paulo em 2 de dezembro 1889. Seu pai era de origem italiana e engenheiro, Samuel Malfatti. Sua mãe, Elisabete, de nacionalidade americana, era pintora, desenhista, mulher de boa cultura, cuidava pessoalmente da educação de Anita. Com a ajuda de um tio e de seu padrinho, Anita foi estudar pintura na Alemanha, pois já era visto ser possuidora de grande talento.

Após cursar a Academia Real de Belas Artes, aproximou-se de um grupo de artistas que haviam se desligado do academismo, cuja pintura era livre. Mas foi em 1914, regressando ao Brasil, que resolveu ir para a terra de sua mãe, Estados Unidos. Matriculou-se na'Art Students League', que proporcionava aos alunos total liberdade de criação. Foi nesse período que Anita teve sua fase criativa mais brilhante, surgindo Mulher de Cabelos Verdes , O homem amarelo, O Japonês, e outros trabalhos voltados para o Expressionismo.

De volta ao Brasil, Anita fez uma Exposição no Mappin Stores, em 12 de dezembro de 1917. Ninguém poderia prever que os trabalhos de Anita seriam tão mal comentados e que provocariam uma enorme polêmica entre os adeptos da arte acadêmica.

Entre estas obras estava O Torso– obra do corpo de um atleta, destacado pela força e movimento dos músculos. O corpo ganhara volume, embora estivesse representado em uma superfície de apenas duas dimensões – largura e altura. Realmente o torso é o destaque, pois a cabeça, pés e mãos são apenas sugeridas.

E estes comentários viriam com maior força de um escritor considerado renovador - Monteiro Lobato no jornal 'O Estado de São Paulo', com o título 'A propósito da Exposição Malfatti', na edição de 20 de dezembro de 1917. Lobato não gostou. Bombardeou as obras da artista com muita agressividade. Anita entrou em depressão vivendo um período de sofrimento e desorientação, pois era tímida e indecisa. Sua primeira reação foi de abandonar a arte.

Monteiro Lobato, preso aos princípios conservadores, dizia na época que'todas as artes são regidas por princípios imutáveis, leis fundamentais que não dependem do tempo nem da latitude'.
E foi mais longe em suas críticas à Malfatti, criticando, também, os novos movimentos artísticos.

Anos mais tarde, em contraponto às críticas de Monteiro Lobato, Mario de Andrade entra em cena expondo suas idéias no prefácio de sua obra 'Paulicéia Desvairada', publicada em 1922.

Na verdade, a agressividade de Monteiro Lobato seria dirigida aos modernistas, com quem Lobato tinha umas rusgas. Mas suas críticas atingiram Anita 'de cheio'. Passado algum tempo, Anita foi ter aulas com o mestre Alexandrino Borges - Natureza morta -, e lá conheceu Tarsila do Amaral tornado-se sua amiga.

Certamente havia os defensores de uma estética conservadora e outros que primavam pela renovação, que atingiu seu clímax na Semana de Arte Moderna, em fevereiro de 1922 no Teatro Municipal de São Paulo.

Convencida por amigos, Anita entrou na Semana de Arte Moderna de 1922. As raízes brasileiras deveriam ser o ponto de partida, ser o foco de maior valorização dos artistas nacionais. Depois desta participação viajou para a Europa onde se encontrou com os amigos Tarsila, Oswald, Brecheret e Di Cavalcanti.

Mas no interior do teatro foram apresentados concertos e conferências, enquanto no saguão foram montadas as exposições de artes plásticas. Eram eles os arquitetos Antonio Moya e George Prsyrembel, os escultores Vitor Brecheret e W. Haerberg e os desenhistas e pintores Anita Malfatti, Di Cavalcanti, John Graz, Martins Ribeiro, Zina Aita, J. F. de Almeida Prado, Inácio da Costa Ferreira e Vicente do Rego Monteiro.

Porém, após a exposição de 1917, Anita não conseguiu total recuperação, e já com idade mais avançada mudou-se com sua irmã para Diadema (SP), onde morreu em 6 de novembro de 1964, onde preferiu cuidar do jardim e esquecer de tudo.

A importância desse evento, da 'Semana da Arte Moderna' foi o marco para se fazer e compreender, um novo amanhecer da Arte.

'O grandioso e o majestoso, assim como a glória e o mágico sucesso me deixam calada, triste, mas as coisas fáceis de pintar, simples de se compreender, onde mora a ternura e o amor do nosso povo, isso me consola, isto me comove.' (Anita Malfatti)


O Torso / 1917
Mulher de cabelos verdes / 1917
O Japonês / 1916
A Boba / 1917
Estudante Russa -1915
Baby de Almeida - 1922


Le Rentrée - 1927


ANTONIO BANDEIRA

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Eclipse - 1954


      - Tais Luso de Carvalho

'A pintura não é feita para ser compreendida: deve ser capaz de uma comunicação humana, logo que for sentida através de um rápido olhar. Diante dela o homem não deve rir nem chorar, apenas ficar calado'.

Nesses termos, Antônio Bandeira definia a arte vibrante que criara desde seus anos de juventude. Nasceu em Fortaleza/Ceará no ano de 1922. Cedo revelou interesse pela pintura e lá em sua cidade começou a estudar arte. Anos depois reuniu-se com alguns pintores de Fortaleza e fundou o Centro Cultural Cearense de Belas-Artes.

Em 1945 Bandeira transferiu-se para o Rio de janeiro e, em seus quadros, o mar e as palmeiras da terra natal foram substituídas pelas vistas distantes cariocas. Obtendo grande sucesso através de sua exposição individual no Instituto de Arquitetos do Brasil, ganhou uma bolsa de estudos e partiu para a França em 1946. Dedicado a uma intensa atividade, estudou na Escola Superior de Belas Artes, seguiu cursos livres de desenho na Académie de la Grande Chaumière, além de frequentar o atelier de Narbonne e aprender gravura com Calanis.

Entre os vários pintores que Bandeira conheceu em Paris, Wolfgang Wols e Bryen foram os que exerceram maior influência em sua formação artística, aderindo ao informalismo ou abstracionismo lírico, movimento que surgia na época para combater a rigidez da pintura abstrata geométrica, utilizando formas indefinidas e cores alegres, animadas de puro lirismo.

Em 1964 instalou-se definitivamente em Paris onde veio a falecer em 1967. Inúmeros prêmios marcaram a vida de Bandeira onde participou de Bienais em São Paulo, Veneza, exposição em em 1955 onde foram vendidos, em poucos dias, todos os seus quadros na Obelisk Galery de Londres.

O MAM no Rio de janeiro, em outubro de 1969 fez uma retrospectiva de 300 obras do pintor, incluindo até objetos pessoais encontrados após sua morte no atelier que ocupava em Paris. Em 1970, a Collectio de São Paulo expões sessenta trabalhos de Bandeira.

Um pintor brasileiro que consagrou-se internacionalmente.
Antonio Bandeira: 1922 Fortaleza / 1967 Paris.


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                      Retrato de menino 1952            Menino sentado 1945                           


                    Auto-retrato - 1944                                    Mulher na rede - 1945                  
                          
Transatlantique - 1948


Cidade iluminada - 1953




OSWALDO GOELDI

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Abandono - 1930 (Goeldi)



Oswaldo Goeldi nasceu no Rio de Janeiro em1895. Com apenas 1 ano de idade mudou-se com a família para Belém / Pará, onde viveu até 1905, quando sua família se transferiu para Berna / Suíça. Seu pai era um cientista suíço - Emília Augusto Goeldi.
Em 1917, matricula-se na Ecole des Arts et Métiers - Escola de Artes e Ofícios - em Genebra, mas não aconcluiu por julgá-lamuito acadêmica.
Oswaldo Goeldi integra, junto com Lívio Abramo e Carlos Oswald o trio de mestres e pioneiros da gravura brasileira. Sua obra tem o clima expressionista das grandes áreas em preto e linhas decisivas, que definem o desenho que emerge da escuridão. Toda a sua obra é muito coerente com os assuntos humanísticos, registrando pequenos fatos da vida social. Foi consciente em transmitir as técnicas da gravura para as gerações seguintes.
Em poucos traços aparecem sulcos feitos na madeira, com uma goiva em forma de V, criando perspectivas com as casas, postes, muros e ruas.
A figura humana emerge de raras linhas positivas. As cores são mínimas. O vermelho para o sol e os reflexos na roupa do homem; os marrons de dentro de casa e da rua são quase imperceptíveis, mas servem para conceituar a tarde – a meia tonalidade das sombras que contrasta com a vibração do disco de luz.
Oswaldo Goeldi estudou na Suíça, mas a partir de 1920 passou a viver, trabalhar e produzir no Brasil.
Além de gravador, entre 1895 e 1961 colaborou como ilustrador de jornais e revistas e ilustrou várias obras literárias, como Cobra Novato, de Raul Bopp, entre outras e, em 1941 trabalhouna ilustração das Obras Completas de Dostoievski, publicadas pela Editora José Olympio.
Em 1930, lançouo álbum 10 Gravuras em Madeira de Oswaldo Goeldi, com introdução de Manuel Bandeira. Em 1952, iniciousuacarreira de professor, na Escolinha de Arte do Brasil, e, em 1955, tornou-seprofessor da Escola Nacional de Belas Artes.
Participou da Bienal de São Paulo – 1º lugar em gravura; participouda 25ªBienal de Veneza e de várias exposições nacionais e internacionais.
Em suas gravuras sempre predominou, inicialmente a cor escura, com poucos traços claros e quase uma fusão entre personagens de uma cena e o ambiente em que estão, como em Pescadores.
Com o tempo essa característica vai sendo superada, os personagens ganham mais destaque e o artista passa a empregar cores em algumas áreas de suas gravuras, como em O Ladrão.
Morreu no Rio de Janeiro em 1961.
Em 1995, o Centro Cultural Banco do Brasil realizouexposição comemorativa do centenário do seu nascimento, no Rio de Janeiro.


A Vassoura - 1945
A Chuva - 1957
A Tarde - 1954
O Ladrão - 1955

Referências
Arte Brasileira / Percival Tirapele – ed Nacional
História da Arte / Graça Proença


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